O texto abaixo foi extraído do livro 40 questões para se interpretar a Bíblia, de Rob Plummer, da Editora Fiel.
O propósito da Bíblia
A Bíblia é, ela mesma, evidência de suas principais afirmações – ou seja, que o Deus que fez os céus, a terra, o mar e tudo que há neles é um comunicador que tem prazer em se revelar a seres humanos caídos. Em Hebreus 1: 1-2, lemos: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”.
Esses versículos de Hebreus apontam para a culminação da revelação bíblica no eterno Filho de Deus. Esse Filho se encarnou em Jesus de Nazaré, unindo para sempre Deus e o homem numa mesma pessoa – 100% Deus, 100% homem (Jo 1: 14). As profecias, as promessas, os anseios e as antecipações na antiga aliança acham seu cumprimento, significado e culminação na vida, morte e ressurreição de Cristo. Como diz o apóstolo Paulo: “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim” (2 Co 1: 20).
O propósito da Bíblia é tornar uma pessoa sábia “para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 Tm 3: 15). A Bíblia não é um fim em si mesma. Como Jesus disse aos peritos religiosos de seus dias: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5: 39). Assim, sob a superintendência divina, o alvo da Bíblia é levar seus leitores a receberem o perdão de Deus em Cristo e a possuírem a vida eterna no relacionamento com o Deus trino (Jo 17: 3).
A linha histórica básica da Bíblia
A Bíblia explica a origem do universo (Deus criou todas as coisas, Gn 1-2). A Bíblia revela também por que há pecado, doença e morte (os seres humanos se rebelaram contra Deus e trouxeram o pecado e a decadência ao mundo, Gn 3: 1-24). E a Bíblia promete que Deus enviará um Messias (Jesus) que vencerá a morte e Satanás e, por fim, renovará todas as coisas (Gn 3: 15; Ap 22: 1-5).
Deus preparou as coisas para a vinda desse Messias por focalizar sua obra reveladora e salvadora nos descendentes de Abraão – ou seja, os israelitas ou judeus. Quando Deus outorgou suas leis santas e enviou seus profetas à nação de Israel, isso deixou claro que ele planejava uma bênção mundial que procederia dos judeus num tempo futuro. Deus prometeu a Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12: 3, ênfase minha). De modo semelhante, no livro de Isaías, lemos que Deus falou profeticamente da vinda do Messias: “Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra” (Is 49: 6, ênfase minha). De acordo com a Bíblia, Jesus inaugurou essa salvação mundial, que será consumada no retorno dele. Enquanto todas as pessoas são condenadas justamente pela ira santa de Deus, a morte de Jesus na cruz concede perdão àqueles que confiam nele. Uma pessoa se torna parte do povo de Deus – um súdito do domínio do Rei Jesus – por se converter de sua rebelião e confiar na morte substitutiva de Jesus por seus pecados. Como lemos em João 3: 36: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”.
A consumação da salvação de Deus ainda está para ser revelada. A Bíblia ensina que Jesus certamente virá de novo (1 Ts 4: 13-18). Enquanto eruditos debatem sobre alguns dos detalhes concernentes à volta de Jesus, as Escrituras são claras em afirmar que a morte e o pecado (agora vencidos na cruz) acabarão para sempre (Ap 20: 14-21: 4). Todos que receberam o perdão de Deus em Cristo habitarão com Deus para sempre em alegria infinda (Jo 14: 2-3; 17: 24). Aqueles que se tiverem mantido em rebelião contra Deus não terão uma segunda chance de arrependimento depois da morte; serão punidos com a separação eterna de Deus (Jo 3: 36; Mt 25: 46).