sexta-feira, 22 de novembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre Oração

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.
Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

Mateus 6.5-8

Oração.

Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.

A proibição “não useis de vãs repetições” não contradiz o princípio de que se deve continuar pedindo a Deus aquilo que se crê ser de sua vontade (Lc 18), mas corrige a ideia de que Deus se deixa impressionar com o volume de palavras.

Hebreus 4.16

Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.

Acesso confiante a Deus é um privilégio sacerdotal reservado para os que foram purificados da poluição do pecado por meio do sacrifício de Jesus (7.19; 10.19, 22), e, por isso, podem oferecer sacrifícios de ação de graças agradáveis a Deus (12.28; 13.15, 16). Sobre o privilégio sacerdotal do cristão, ver Romanos 5.1, 2; Efésios 2.13-22; 1 Pedro 2.4-10.

A misericórdia dirige-se à nossa necessidade de perdão, quando sucumbimos à tentação, e a graça traz apoio oportuno para nos sustentar em meio à tentação (2.18).

Efésios 5.18b-20

Mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.

A melhor tradução para essa passagem seria: “sejais enchidos por meio do Espírito”. Embora o selar do Espírito (1.13, 14; 4.30) seja uma introdução definitiva na vida cristã, o ato de se encher do Espírito aplica-se a toda a vida cristã. Esse encher é progressivo e deve ser buscado com regularidade. Na passagem correspondente em Colossenses, Paulo diz aos cristãos que deixem a “paz de Cristo” governar seu coração e permitam que a “palavra de Cristo” habite ricamente neles (Cl 3.15, 16). Aquele que é cheio do Espírito é cheio de Cristo, de Deus e de sua Palavra (Ef 1.23; 3.19; 4.10; cf. Jo 14.16, 26; 16.12-15; 17.17). 

As palavras – falando… entoando… dando sempre graças… sujeitando-vos – são dependentes do imperativo “enchei-vos do Espírito” e, portanto, deixam evidentes ações que resultam do — e exibem o — enchimento do Espírito na vida dos crentes.

A adoração é oferecida somente a Deus. Ao mesmo tempo, há também uma dimensão humana na adoração coletiva, visto que as pessoas adoram juntas e falam entre si em benefício mútuo (1Co 14; Hb 10.24).

Filipenses 4.6-7

Não andeis ansiosos de coisa alguma; sem tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.

Embora a mesma palavra seja usada em 2.20 sobre uma preocupação amorosa com os outros, aqui denota uma ansiedade que é incompatível com a confiança em Deus. Compare os argumentos de Jesus contra a ansiedade incrédula no Sermão do Monte (Mt 6.25-34). 

A linguagem de Paulo é deliberadamente inclusiva de tudo; não há restrição em sua aplicação.

Os quatro termos usados aqui: petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças, formam dois pares. Paulo não está definindo espécies separadas de oração; em vez disso, o conjunto de palavras mostra a importância que ele vincula à prática da oração. Apresentar pedidos em oração é outra válvula de escape da ansiedade (1Pe 5.7). Fazer isso “com ações de graças” é, em si mesmo, um antídoto para a inquietação.

A paz de Deus é a resposta direta do Senhor à oração que substitui e contra-ataca a ansiedade. Coisas que não são totalmente compreendidas podem, apesar disso, ser experimentadas com paz por aqueles que estão “em Cristo” (1.1; cf. Ef 3.18, 19). A paz de Deus é especialmente inexplicável quando “guarda” (uma imagem militar que significa “tomar em custódia protetora”) o coração dos crentes em meio a circunstâncias ameaçadoras, como o presente aprisionamento de Paulo e sua recente privação antes de chegar a oferta dos filipenses (vv. 10-19).

1 João 3.22

E aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e n fazemos diante dele o que lhe é agradável. 

Jesus expressou confiança no Pai (Jo 11.41, 42) e encorajou seus discípulos a terem confiança semelhante (Jo 14.13, 14). Essa confiança depende da consciência de que nossos desejos estejam em harmonia com os de Deus — ou seja, podemos ter confiança de que o Senhor nos dará o que pedirmos somente quando pedirmos de acordo com a sua vontade (5.14, 15).

Mateus 6.9-13

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!

Essa oração é um modelo de brevidade, simplicidade e dependência e confiança infantil, pedindo, antes de tudo, que Deus seja glorificado e que seus propósitos se concretizem em relação às nossas próprias necessidades. 

Não apenas que as criaturas o mantenham santo, mas que Deus mesmo o santifique, ao mostrar que é um juiz santo e salvador. A reverência pela própria revelação de Deus é o cerne do terceiro mandamento (Êx 20.7).

A palavra grega traduzida como “de cada dia” só é conhecida nessa oração. Ela tem sido interpretada no sentido de o pão “diário”, “necessário”, “futuro” ou “de amanhã”. Há três interpretações básicas para ela. O ponto de vista sacramental é que se refere ao pão recebido Outro ponto de vista é que simboliza a vida no reino vindouro, fazendo a petição equivalente a “venha o teu reino”, no v. 10 (cf. Jo 6.35-40). Um terceiro ponto de vista a toma como um pedido pela provisão de Deus para nossas necessidades físicas. Esse último ponto de vista é o melhor, visto que tal tema é desenvolvido nos vv. 19-34 (cf. Pv 30.8).

As dívidas espirituais (ou seja, os pecados) estão em vista aqui. Os cristãos devem perdoar os outros, em resposta ao perdão de Deus (18.32, 33). Aqueles que não perdoam os outros não podem esperar a misericórdia divina para si mesmos (vv. 14, 15), visto que a compreensão genuína da graça de Deus nos torna bondosos em relação aos outros.

Os perdoados oram dessa forma (6.13) porque confiam em Deus e desconfiam de si mesmos. O Pai pode nos testar (4.1; Dt 8.2), mas não permitirá que sejamos tentados além de nossa capacidade (1Co 10.13; Tg 1.12, 13).

Lucas 11.9-13

Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; u batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?

Assim como os pais humanos pecadores dão a seus filhos boas dádivas, sem lhes causar dano, os que podem chamar Deus de “Pai” (v. 2) — passando a conhecê-lo por intermédio do Filho (10.22) — também podem, confiantemente, antecipar que ele só lhes dará boas dádivas. 

Aqui, pressupõe-se a pecaminosidade universal – “se vós, que sois maus” – , como evidencia a graça comum em um amor instintivo e natural de um pai para com seus filhos. 

Na versão do ensino de Jesus sobre a oração preservada por Mateus (7.11), a promessa é genérica: “boas dádivas”. Aqui, Jesus especifica o grande dom que o Pai enviará em resposta às orações de seus filhos – o Espírito Santo (Ver At 1.4, 5, 14; 2.1-4).

Efésios 6.17-18

Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo a no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.

O Antigo Testamento profetiza que Deus usaria essa parte da armadura – capacete da salvação – quando viesse para julgar e derrotar os oponentes na batalha do tempo final (cf. Is 59.17). Os crentes devem identificar-se com essa armadura em Cristo. Para Paulo, a salvação é uma experiência presente (2.8 e nota), bem como uma esperança futura (1Ts 5.8). A base suprema de confiança do crente é a fidelidade de Deus para completar a salvação que ele começou (Fp 1.6). 

A única arma ofensiva no arsenal do crente – espada do Espírito, que é a palavra de Deus – é comparada à espada romana, curta e destinada ao combate corpo a corpo. Jesus usou a Palavra de Deus em sua batalha contra as tentações de Satanás no deserto (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13). Foi profetizado que o Senhor faria a boca de seu Servo messiânico como uma espada aguda (Is 49.2; cf. Ap 1.16; 2.12, 16; 19.15). Cristo começou a cumprir essa profecia em sua primeira vinda (Ap 1.16; 2.12, 16), e a profecia será completada na vinda final de Cristo (Ap 19.15). Os seguidores de Cristo também têm essa arma ofensiva quando creem em Cristo e entram em união com ele.

Nessa passagem, o tema da batalha termina com uma chamada urgente à oração militante (“vigiando”) em favor de todos os crentes e do ministério de Paulo (Cl 4.2-4). É possível que, junto com a “espada do Espírito”, a oração seja a arma mais ofensiva do arsenal do crente. Quanto à dependência de Paulo relativa à oração, ver 1.15-23.

A mudança radical operada pelo evangelho é mostrada no fato de que agora Paulo pede aos gentios, antes excluídos da comunhão e da comunidade de Deus (2.11-12), que intercedam em seu favor, visto que agora eles têm acesso ao Pai, por meio do Filho, no Espírito (2.18).

1 Timóteo 2.1

Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens

Paulo prossegue com uma série de instruções sobre oração e culto, talvez em resposta aos abusos causados pelos falsos mestres (ver Introdução a 2 Timóteo: Assuntos Especiais). Depois das instruções para o culto, Paulo avança para as qualificações de oficiais da igreja (3.1-13), resumindo toda a seção como instruções sobre “como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo” (3.15).

Como é possível entender da expressão seguinte (“em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade”), isso não significa “cada ser humano”; em vez disso, refere-se a “todos os tipos de pessoa” – todos os homens – , independentemente de sua posição na vida.

Tiago 5.16

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.

A confissão a um sacerdote não é exigida pela Escritura, e sim a confissão a Deus e de um cristão a outro. A reação exagerada contra o sacramento de penitência católico romano pode levar a uma negligência da autêntica confissão piedosa de um crente a outro, confissão que pode trazer cura e vitalidade renovada para a alma.

*Nota Teológica

Oração 

Somos capacitados a falar com Deus. Ele fala verbalmente conosco em sua Palavra e não verbalmente por meio de sua óbvia providência. Comungamos com ele através da oração. Charles Hodge declarou que “a oração é o diálogo da alma com Deus”. Na oração e através dela, expressamos nossa reverência e adoração para com Deus; desnudamos nossas almas em confissão contrita diante dele; derramamos ação de graças que procede de corações agradecidos; e oferecemos-lhe nossas petições e súplicas. 

Na oração, conhecemos Deus como pessoal e poderoso. Ele pode ouvir-nos e agir em resposta. A Escritura ensina tanto a soberana preordenação de Deus como a eficácia da oração. As duas não são inconsistentes entre si, pois Deus ordena tanto os meios como os fins para seus propósitos divinos. A oração é o meio que Deus usa para tornar conhecida sua vontade soberana. 

A oração deve ser dirigida unicamente a Deus: ou a Deus como Deus Trino ou às pessoas distintas da Deidade. Orar a criaturas constitui idolatria. A oração genuína tem diversos requisitos. O primeiro é que nos aproximemos de Deus com sinceridade. Frases vazias e insinceras constituem zombaria. Tal oração, longe de ser um exercício da religião piedosa, é uma ofensa dirigida a Deus.

O segundo requisito é que nos aproximemos de Deus com reverência. Na oração, devemos recordar sempre com quem estamos falando. Dirigir-nos a Deus de maneira altiva, casual ou leviana, como podemos falar com nossos amigos terrenos, equivale a tratá-lo com o desprezo da familiaridade. Assim como as pessoas que prestam homenagem a um rei entram em sua presença com uma postura de respeito e vênia, também nós, quando nos apresentamos a Deus, devemos mostrar pleno reconhecimento de sua suprema majestade. 

O terceiro requisito, que procede dos anteriores, é que nos aproximemos de Deus com humildade. Recordemos não só quem ele é, mas também quem e o que nós somos. Somos seus filhos adotivos. Somos também criaturas pecadoras. Ele nos convida a nos achegarmos ousadamente a ele, porém jamais de forma arrogante. 

Deus nos instrui a sermos solícitos e fervorosos em nossos pedidos. Ao mesmo tempo, achegamo-nos a ele com submissão voluntária. Dizer “que a tua vontade seja feita” não é uma indicação de falta de fé. A fé que apresentamos na oração deve incluir a confiança de que Deus é apto a ouvir nossas orações e que está disposto a responder a elas. Contudo, quando diz não aos nossos pedidos, essa fé também confia em sua sabedoria. A sabedoria e a benevolência de Deus devem sempre e em toda parte ser apreendidas pelos que se aproximam dele com petições. 

Oramos em nome de Jesus porque, assim, reconhecemos seu ofício de Mediador. Como nosso Sumo Sacerdote, Cristo é nosso intercessor, justamente como o Espírito Santo é nosso auxílio na oração.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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