Deus conhece o nosso coração. Medo e ansiedade estão presentes em muitas narrativas bíblicas, mas Deus mostra a sua fidelidade e sua amorosa soberania no cuidado com os seus escolhidos, afirmando que ele mesmo está presente em cada situação, chamando frequentemente à coragem.
Confira 10 versículos bíblicos sobre medo e ansiedade, acompanhados de comentários da nossa Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, que ajudam a perceber como essa temática percorre toda a Escritura:
Mateus 6.25–34
Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer
ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que
o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
A ansiedade pela incerteza ou pela escassez de recursos para o sustento da vida física revela uma fé vacilante no cuidado do Pai para com seus filhos. A oração confiante, com ação de graças, é o antídoto para isso (Fp 4.6, 7).
“Não semeiam, não colhem” – o ponto não é se as aves são ociosas, mas, sim, se necessitam ou não preocupar-se com seu futuro. A preocupação ansiosa não muda nada (v. 27) e mostra falta de confiança no conhecimento e no cuidado de Deus (vv. 32-33). Ver nota teológica “Providencia”, na p. 1045.
Devemos fazer do governo redentor de Deus (3.2) – “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça” – e de uma correta relação com ele as prioridades mais elevadas da vida (3.15, nota). A preocupação é inconsistente com essa prioridade, e suas dúvidas destoam desses alvos supremos. Deus suprirá todas as necessidades dos que arriscam tudo por ele.
1 Pedro 5.6–7
Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque zele tem cuidado de vós.
Ver Sl 37.5; 55.22
ver Mt 6.25
Mateus 11.28–30
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
“Vinde a mim” ecoando a sabedoria personificada de Provérbios 9.1-5, e a literatura intertestamentária de sabedoria, Jesus convida os cansados a que encontrem nele descanso e refrigério. Ele não estende seu convite aos que são naturalmente inteligentes, mas aos pequeninos (v. 25); não aos fortes, mas aos cansados e sobrecarregados.
Ambos, Jesus e Joao, comunicam sabedoria (v. 19, nota), mas Jesus transcende seu precursor, pois ele mesmo é a sabedoria encarnada de Deus.
“Tomai sobre vós o meu jugo… meu jugo é suave.” O jugo, colocado sobre os
ombros de animais e humanos que puxam arados e carroças, simboliza submissão e serviço humilde (Gn 27.40; Is 10.27; Os 11.4). As fontes judaicas falavam do jugo da lei e da sabedoria. Ainda que a lei fosse a boa dádiva de Deus para seu povo, as tradições orais dos escribas e a incapacidade da humanidade pecadora converteram a lei em um fardo intolerável (12.2, nota; 15.2; 23.2-4; At 15.10). Quando a lei foi entendida como um caminho de salvação meritória, tornou-se um “jugo de escravidão” (Gl 5.1). Em contrapartida, o jugo de Jesus, enquanto demanda, é “suave”, porque procede daquele que é “manso e humilde de coração” (Mt 12.19, 20). Ele cumpriu perfeitamente a justa demanda da lei por seu povo (Mt 3.15; Gl 4.4, 5; 2Co 5.21), e seu Espírito capacita sua grata obediência (Rm 8.2-4). Portanto, ele é o único que pode prover verdadeiro descanso para a alma.
A lei de Deus requer 12.25 acrescentar um côvado ao curso de sua vida. Como a nota do texto sugere, essa parece ser uma metáfora mista: um único cúbito (uma medida linear) ao curso de sua vida (uma medida temporal). Embora a palavra traduzida por “curso da vida” possa referir-se à altura física (como em 2.52), o ponto de vista de Jesus é mais bem ilustrado pelo contraste de uma hora ao curso da vida de sete ou oito décadas do que pelo contraste entre um cúbito (dezoito polegadas ou cerca de meio metro) com a altura de um homem (talvez 1,80 metro).
Salomão é conhecido por sua riqueza e seu esplendor (1Rs 3.13; 4.20-28).
“Buscai… seu reino.” Os discípulos já estão no reino. Portanto, devem concentrar sua energia nos interesses desse reino.
“Vendei os vossos bens e dai esmola.” O aspecto central desse versículo é o contraste entre os bens terrenos, que são perecíveis e fonte de ansiedade, e os tesouros do reino de Deus, os quais são fonte eterna de paz. Alguns dos seguidores de Jesus têm ao menos riqueza moderada (10.38; Jo 19.27; cf. 1Tm 6.17-19), e ele não está ordenando que seus discípulos sejam pobres. Mas devem ser generosos e não pôr seus corações nas posses terrenas (v. 34), como se vê na atitude e na prática das igrejas apostólicas (At 2.45; 4.32-37; 2Co 8.1-5).
Salmos 55.22
Confia os teus cuidados ao Senhor, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado.
Mostra o último recurso do salmista.
Jamais permitirá que o justo seja abalado. Ver 121.3. O contexto do salmo mostra
que não há promessa indiscriminada de que o justo será sempre feliz e próspero. O salmista entoa esse lamento ao Senhor porque se encontra em desespero.
O versículo significa que Deus não deixará para sempre o justo na posição de fracasso, pois, no fim, o defenderá.
Filipenses 4.6–7
Não andeis ansiosos de coisa alguma; sem tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
Embora a mesma palavra seja usada em 2.20 sobre uma preocupação amorosa com os outros, aqui denota uma ansiedade que é incompatível com a confiança em Deus. Compare os argumentos de Jesus contra a ansiedade incrédula no Sermão do Monte (Mt 6.25-34).
A linguagem de Paulo é deliberadamente inclusiva de tudo; não há restrição em sua aplicação.
petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. Os quatro termos usados aqui
formam dois pares. Paulo não está definindo espécies separadas de oração; em vez disso, o conjunto de palavras mostra a importância que ele vincula à prática da oração. Apresentar pedidos em oração é outra válvula de escape da ansiedade (1Pe 5.7).
Fazer isso “com ações de graças” é, em si mesmo, um antídoto para a inquietação.
A paz de Deus. Essa é a resposta direta do Senhor à oração que substitui e contra-ataca a ansiedade. Coisas que não são totalmente compreendidas podem, apesar disso, ser experimentadas com paz por aqueles que estão “em Cristo” (1.1; cf. Ef 3.18, 19). A paz de Deus é especialmente inexplicável quando “guarda” (uma imagem militar que significa “tomar em custódia protetora”) o coração dos crentes em meio a circunstâncias ameaçadoras, como o presente aprisionamento de Paulo e sua recente privação antes de chegar a oferta dos filipenses (vv. 10-19).
Salmos 23:4
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu o bordão e o teu cajado me consolam.
Vale da sombra da morte. Ver Jó 10.21, 22.
O bordão era usado para afugentar os animais selvagens; o cajado, para orientar o rebanho.
Provérbios 3.5–8
Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério, para os teus ossos.
Confia no Senhor. Depende totalmente da Palavra do Senhor e das promessas reveladas por meio dos sábios (2.6; 16.20). Ver nota em 1.7.
O texto adverte contra confiar exclusivamente em seu próprio entendimento, mas não proíbe que seja usado.
Essa é a expressão prática da mente que se submete a Deus e o conhece.
O caminho reto é o caminho do justo (2.20), que conduz
à vida (12.28), e deve ser contrastado com o caminho tortuoso (2.15), que conduz à morte (2.19). O caminho reto é também o caminho plano (15.19). Ambos são metáforas da ausência de obstáculos (ver 3.23; 4.12).
Ser “sábio aos teus próprios olhos” resume a ideia de que a mente humana, com seu intelecto e razão, é incapaz de atingir o verdadeiro entendimento da realidade sem depender da revelação de Deus.
Literalmente, “umbigo”, que pode ser uma figura de linguagem em que uma parte representa o todo, referindo-se, portanto, ao corpo exterior. Visto que não podemos ver os ossos, eles podem servir como figura da pessoa interior. Juntos, “corpo” e “ossos” representam a pessoa como um todo.
Lucas 12.22–34
A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes. Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves! Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? Se, portanto, nada podeis fazer quanto às coisas mínimas, por que andais ansiosos pelas outras? Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé! Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Jesus provê quatro argumentos pesados contra a ansiedade: (1) A preocupação com os bens terrenos é loucura, porque a vida em si é mais importante do que aquilo que a sustenta (v. 23). (2) Deus cuidará dos seus, justamente como cuida das aves do céu (v. 24). (3) A ansiedade não conduz a nada (vv. 25, 26). (4) Como herdeiros das inesgotáveis riquezas do reino de Deus, os crentes não devem preocupar-se com detalhes terrenos (vv. 32, 33). Jesus chama seus seguidores a ordenar suas prioridades corretamente, focando seus corações no reino (vv. 31, 34).
Acrescentar um côvado ao curso de sua vida. Como a nota do texto sugere, essa parece ser uma metáfora mista: um único cúbito (uma medida linear) ao curso de sua vida (uma medida
Jeremias 17.7–8
Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto.
O Senhor recompensa a confiança porque ele é, por natureza, digno de confiança (Is 7.9). A estreita semelhança entre os versículos 7-8 e Salmos 1.1-3 sugere que a confiança no Senhor envolve obediência a sua lei.
“A árvore plantada junto às águas.” Essa imagem é um símbolo poderoso de força num país seco e um lembrete de que a verdadeira fertilidade deve ser encontrada na benção do Senhor, e não nos deuses canaanitas da fertilidade, Baal e Aserá (Sl 1.3). temporal). Embora a palavra traduzida por “curso da vida” possa referir-se à altura física (como em 2.52), o ponto de vista de Jesus é mais bem ilustrado pelo contraste de uma hora ao curso da vida de sete ou oito décadas do que pelo contraste entre um cúbito(dezoito polegadas ou cerca de meio metro) com a altura de um homem (talvez 1,80 metro).
Salomão é conhecido por sua riqueza e seu esplendor (1Rs 3.13; 4.20-28).
“Buscai… seu reino.” Os discípulos já estão no reino. Portanto, devem concentrar sua energia nos interesses desse reino.
“Vendei os vossos bens e dai esmola.” O aspecto central desse versículo é o contraste entre os bens terrenos, que são perecíveis e fonte de ansiedade, e os tesouros do reino de Deus, os quais são fonte eterna de paz. Alguns dos seguidores de Jesus têm ao menos riqueza moderada (10.38; Jo 19.27; cf. 1Tm 6.17-19), e ele não está ordenando que seus discípulos sejam pobres. Mas devem ser generosos e não pôr seus corações nas posses terrenas (v. 34), como se vê na atitude e na prática das igrejas apostólicas (At 2.45; 4.32-37; 2Co 8.1-5).
Isaías 41.10
Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a c minha destra fiel.
“Não temas.” Uma certeza do livramento que procede do Senhor. Ver notas em 35.4; 10.24. eu sou contigo. Essa é a realidade resumida no nome “Emanuel” (8.8, 10; 43.2, 5; cf. At 18.9, 10).
“Eu sou o teu Deus.” A promessa básica da aliança (vv. 13, 14; 43.1, 5; 44.2, 8; 51.12; Gn 17.7; 21.17; 26.24; Dt 20.1; 31.6, 8; Lv 26.12; Jr 32.38; Ez 37.27; 2Co 6.16).
“Fortaleço… sustento.” O Senhor está presente para libertar, exaltar e vindicar graciosamente seus filhos (v. 13; 42.1; 44.2; 49.8; 50.7). Ver nota em 40.31.
“Destra fiel.” Ele estabelece ordem na terra com seu poder, como o fez no êxodo (63.12; Êx 15.6). O resultado será a vindicação de seu povo.
Edição por Renata Gandolfo.

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.
Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.
