sexta-feira, 2 de maio
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10 versículos-chave da Bíblia sobre a volta de Cristo

O Novo Testamento nos ensina claramente que devemos esperar pela segunda vinda de Cristo Jesus, devemos esperar pela volta de Cristo, onde todas as promessas bíblicas irão se cumprir de maneira cabal, toda a justiça de Deus se manifestará e habitaremos com Jesus para sempre em sua Nova Criação. Para ajudar nossos leitores a se aprofundarem na segunda vinda de Cristo, na volta de Cristo, separamos 10 versículos-chave com comentários adaptados da nossa Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância.

  1. Mateus 24.36-44

Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.

‘Nnguém sabe’ – Isso permanece verdadeiro e, após a sua ressurreição, Jesus reafirma a veracidade de que não é dado aos humanos o conhecimento dos “tempos ou épocas” que foram fixados pelo Pai (At 1.7). Embora esse discurso dê aos discípulos sinais pelos quais pudessem antecipar a queda de Jerusalém, “aquele dia e hora” (de sua segunda vinda) não podem ser preditos pelos humanos. Esse dia virá como um ladrão “numa hora em que não cuidais” (vv. 43, 44, 50; 1Ts 5.1-3; Ap 3.3). Por todo o NT, nosso Senhor e seus apóstolos censuram consistentemente as tentativas de se predizer o tempo de sua segunda ou vinda final.

Embora onisciente no que diz respeito à sua deidade, quanto à sua humanidade o conhecimento de Jesus é, respectivamente, finito e mutável (Lc 2.52). Misteriosamente, suas duas naturezas são unidas numa só pessoa, mas seus atributos distintos não se misturam nem se confundem. Ver nota teológica “A Humanidade de Cristo” na p. 2279.

  1. Lucas 21.25-28

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.

Na profecia bíblica, cenas de dissolução cósmica costumam significar mudança nas épocas pactuais (At 2.19, 20); aqui, porém, parece que Jesus direciona o tema para a segunda vinda de Cristo (v. 9, nota), a qual precipitará a destruição dos presentes céu e terra e a introdução de um novo céu e de uma nova terra (Ap 20.11; 21.1). O retorno glorioso do Filho do Homem será precedido por sinais que deixarão muitos perplexos.

Quarenta dias após a sua ressurreição, Jesus sobe ao céu numa nuvem, cumprindo a visão segundo a qual Daniel viu “um semelhante a filho de homem” vindo com as nuvens do céu e recebendo seu domínio universal do Ancião de Dias (Dn 7.13, 14; At 1.9-11). No fim da era, o retorno de Jesus como o Filho do Homem será uma vinda em esplendor para julgar e consumar seu reinado. De forma alternativa, este versículo pode referir-se à sua vinda em 70 d.C. para julgar Jerusalém. Ver nota em Mateus 24.29-31.

A palavra “redenção” significa “livramento sob o pagamento de um preço”. Jesus paga o preço no Calvário e, aqui, olha para o cumprimento final do que esse livramento significa, inclusive a ressurreição física dos crentes (Rm 8.23; Fp 3.20, 21).

  1. João 5.28-29

Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.

Na “hora que está vindo”, a voz de Jesus convocará de seus túmulos os fisicamente mortos, seja para desfrutar a vida eterna, seja para enfrentar a condenação. Os vv. 28 e 29 são uma clara referência a Daniel 12.1, 2, que aqui se refere a consumação física da ressurreição do último dia, a qual já começou espiritualmente nos seguidores de Jesus (ver em 5.24, 25).

  1. 1 Tessalonicenses 4.16-17

Porquanto no Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.

Para Paulo, aqueles que estão “em Cristo” constituem uma subcategoria daqueles que estão “em Adão” (toda a raça humana) e abrangem todos os que participam da salvação de Cristo (1Co 15.22, 23), incluindo os crentes da antiga aliança que viveram antes da encarnação de Cristo e, evidentemente, todos os que creram nele desde a sua encarnação. Portanto, a ressurreição dos “mortos em Cristo” no tempo de seu retorno é uma ressurreição de todos os justos (crentes) mortos, e não meramente dos crentes do Novo Testamento.

O versículo 4.17 é proeminente na afirmação do chamado “arrebatamento da Igreja” na teologia dispensacionalista, que, na forma mais comum de dispensacionalismo, refere-se ao arrebatamento dos crentes aos ares para um período de sete anos de tribulação final antes da segunda vinda de Cristo. Embora a palavra “arrebatamento” seja mais comumente usada pelos dispensacionalistas com esse significado específico, pode ser usada corretamente fora de qualquer conotação dispensacional para se referir aos atos de tomar e levar para os ares que Paulo diz que acontecerá no retorno de Cristo. Essa descrição de arrebatar, ou de “arrebatamento” da Igreja, não é apresentada para satisfazer nossa fome por conhecimento detalhado da cronologia do fim do tempo. Por exemplo, o texto não nos diz se a companhia reunida descerá à terra ou retornará ao céu. A apresentação é pastoral, para consolar os entristecidos e confundidos pela morte de cristãos amados. A força da passagem é a segurança de que todos os justos, sem distinção, serão unidos na vinda de Cristo e viverão com o Senhor para sempre (v. 18). A “palavra de ordem”, a “voz” e a “trombeta” do v. 16 dão a nítida impressão de que o arrebatamento será público, e não secreto (Lc 17.24; 21.35; Ap 1.7). Em outra carta, Paulo fala da “última trombeta”, que anunciará a segunda vinda de Cristo e a consequente destruição da morte, o “último inimigo”, na ressurreição dos que estão em Cristo (1Co 15.26; 51-55). Ver nota em 5.1-11.

  1. Apocalipse 1.7

Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!

João louva a Deus de maneira semelhante àquela que se acha no começo da maioria das epístolas de Paulo. Os temas da soberania e da redenção de Deus e da segunda vinda de Cristo reaparecem em todo o Apocalipse.

  1. Hebreus 9.27-28

E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.

O trecho ‘morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo’ exclui tanto a reencarnação como a crença de que a morte física é o fim da existência pessoal. Cristo sofreu o destino de morte e julgamento comum à raça humana (v. 28), mas, para ele, o julgamento consistiu em ressurreição e vindicação (1Tm 3.16). Essa vindicação será plenamente manifesta quando ele vier de novo (1Ts 1.10). Ver nota teológica “O Estado Intermediário”, na p. 2109.

Referência intencional ao Servo Sofredor – para tirar os pecados de muitos –, em Isaías 53.12.

  1. Mateus 24.26-31

Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras. Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante. Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles. E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.

Pedro traça um esboço semelhante – ‘padecesse e entrasse na sua glória’ (Ve vv. 44-47) –   da mensagem do AT em 1 Pedro 1.10, 11.

As duas primeiras seções do cânon hebraico do AT são os livros de Moisés (Gênesis–Deuteronômio) e os “Profetas”, os quais, na contagem judaica, incluem os livros históricos, como Josué, Juízes, Samuel e Reis, bem como os escritos proféticos, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Profetas Menores. Percorrendo todas essas porções da Palavra de Deus, Jesus lhes mostra as promessas e prefigurações dele mesmo e de sua missão. Ver nota em 24.44.

“Tomando ele o pão, abençoou-o e… lhes deu” essas eram ações que um anfitrião realizava em uma refeição, mas são também reminiscências da instituição de Jesus da Ceia do Senhor, poucas noites antes (22.19; cf. 9.16).

“Seus olhos foram abertos” ou seja, isso ocorreu por ação divina (cf. v. 16).

  1. 1 Tessalonicenses 5.1-3

Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão.

Os tessalonicenses são instruídos a se preparar para a mesma coisa que virá inesperadamente sobre os ímpios: o Dia do Senhor (vv. 2, 4). Paulo pressupõe que cristãos e não cristãos estarão igualmente vivos e presentes quando aquele dia chegar.

Em outras palavras, o arrebatamento de cristãos mencionado em 4.17 (ver nota em 4.17) não acontecerá antes da chegada do Dia do Senhor, que também trará destruição repentina e inescapável para os ímpios (2Ts 2.1-2, nota).

O Dia do Senhor é uma designação importante do dia em que Cristo retornará. É bem conhecida no Antigo Testamento (por exemplo, Jl 2.1, 31; Am 5.18; Sf 1.7, 14; Ml 4.5), em que é usada sobre a vinda de Deus em julgamento. O Novo Testamento também pode falar do Dia do Senhor como tendo começado no derramamento de bênçãos salvíficas por meio do Cristo ressuscitado (cf. At 2.14-36). A associação proeminente, no Antigo Testamento, do Dia do Senhor com julgamento é continuada no Novo Testamento, no qual o último julgamento e as recompensas e punições finais estão em vista (At 17.31; Rm 2.5, 16; 2Co 1.14; 2Pe 3.10-13). Cristo já passou pelo julgamento do Dia do Senhor em favor dos crentes, para que eles não precisem temer o retorno de Cristo (Hb 9.27, 28). Os incrédulos, porém, sentirão a ira de Deus quando o Dia do Senhor for consumado na segunda vinda de Cristo.

Ver Mateus 24.43-44; 2 Pedro 3.10; Apocalipse 3.3; 16.15. Paulo parece familiarizado com pelo menos uma parte do discurso de Jesus no Monte das Oliveiras (Mt 24.3–25.46; Mc 13.3-37; Lc 21.5-36).

  1. 1 Coríntios 15.51-52

Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, um abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.

Para Paulo, “mistério” (ver nota em 2.7) não é um paradoxo inexplicável, e sim uma verdade antes oculta por Deus e agora revelada no evangelho de Cristo (Rm 16.25-26; Ef 3.3-9). Aqui, a verdade mais plena revelada, nos vv. 51-55, é sobre o que acontecerá com os crentes vivos (aqueles que não “dormiram”, v. 51) quando a ressurreição dos mortos acontecer. Nenhuma passagem do Antigo Testamento deixa claro que, naquele tempo, os crentes vivos serão transformados junto com os crentes mortos, de modo que todos serão mudados em corpos de ressurreição imortais e incorruptíveis.

Paulo reconhece que muitos cristãos não morrerão – nem todos dormiremos – e estarão vivos no tempo da volta de Cristo. Esses cristãos não serão ressuscitados dos mortos, mas serão também transformados e receberão corpos imortais e incorruptíveis (1Ts 4.13-18 e notas).

  1. João 14.1-3

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.

A passagem de supremo conforto – não se turbe o vosso coração – é oferecida por Jesus numa hora entenebrecida pelas sombras da traição de Judas e do fracasso de Pedro, faltando apenas umas poucas horas para a agonia do Getsêmani e a morte na cruz, a qual atribulava a alma de Jesus (12.27; 13.21). Todavia, a declaração comunica o senso de paz sublime e se propõe a ministrar aos temores dos discípulos, mais que às suas necessidades.

Embora a estrada seja estreita e apertada a porta que conduz à vida (Mt 7.14), também é verdadeiro que o número dos filhos de Abraão é como a areia nas praias e as estrelas no céu (Gn 22.17), “grande multidão que ninguém podia enumerar” (Ap 7.9). A palavra grega traduzida por “cômodos” poderia ser entendida como “moradas”, já que se relaciona com o verbo “morar”, um tema abrangente nesse discurso (14.10, 17, 25; 15.4-10; ver 14.23). Como a explanação adicional de Jesus deixa claro, a casa do Pai está no céu (e, eventualmente, os novos céus e terra); todavia, a habitação mútua dos crentes em Cristo, bem como a do Pai e do Filho nos crentes, oferece uma antecipação de nosso destino final.

Cristo prepara o lugar no céu para os seus, e o Espírito Santo prepara os redimidos na terra para seu lugar no céu (cf. 1Pe 1.4, 5). Ver nota teológica “Céu”, na p. 2330.

Em 1.51, Jesus comparou a si mesmo (‘vos receberei para mim mesmo’) a uma escada entre o céu e a terra. Ele é aquele que leva seu povo para o céu.

Edição por Renata Gandolfo.


Este artigo faz parte da série Versículos-chave.

Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

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