quarta-feira, 18 de dezembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre o contentamento

Este artigo faz parte da série Versículos-chave
Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

1) 1 Timóteo 6.6–10

De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.

Paulo retorna, pela última vez, ao problema dos falsos mestres, notando, em especial, o caráter faccioso e a avareza deles. Isso leva Paulo a refletir sobre a perspectiva correta que se deve ter quanto às posses materiais.

Contenda era uma das principais características dos falsos mestres (1.4; 2Tm 2.14, 23; Tt 3.9).

Talvez alguns dos falsos mestres estivessem procurando ocupar a posição de presbíteros motivados pela cobiça (v. 10; Tt 1.11).

O ganho que a piedade produz não é financeiro, pois esse ganho tem pouca duração e não poderá ser levado conosco quando deixarmos este mundo por ocasião da morte (v. 7). Como Timóteo deve mostrar aos que são financeiramente ricos, ser “rico de boas obras” significa acumular um “sólido fundamento” para o futuro eterno (vv. 17-19).

Os cristãos podem ser felizes porque suas necessidades são satisfeitas por Cristo (2Co 12.9, 10; Fp 4.11, 13).

Paulo pode estar aludindo à expressão de submissão de Jó à árdua providência de Deus, quando a riqueza e a família lhe foram tiradas.

O desejo por riqueza, assim como a busca por proeminência (3.6, 7), e a resistência obstinada à verdade (2Tm 2.25-26) armam uma cilada, que oculta o perigo letal por trás de suas aparências encantadoras.

 

2) Hebreus 13.5

Seja a vossa vida asem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.

Os descontentes e tentados pelo amor ao dinheiro são pessoas que procuram sua segurança em recursos financeiros (Mt 6.19-21, 24-34). Mas a promessa de Deus de estar com Josué nos dá grande confiança: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Js 1.5). Nossa resposta confiante reafirma que o Senhor, nosso ajudador (2.18; 4.16), nos liberta de todos os tipos de temor (2.15; 11.23, 27).

 

3) 2 Coríntios 12.9-10

Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.

Deus cumprirá seus propósitos sem tirar de seu servo o espinho que parece atrapalhá-lo. Apesar da fraqueza humana, a graça de Deus realiza seus propósitos em um mundo caído. Sem dúvida, essa promessa de Deus outorgou a Paulo força e coragem nos sofrimentos subsequentes. Paulo liga o princípio geral à sua fonte — a cruz de Cristo (13.4). Toda a resposta de Paulo aos ataques contra sua autoridade apostólica é padronizada conscientemente em Cristo, e este crucificado, e não no falso “Jesus” nem no “evangelho” diferente que seus oponentes impunham aos coríntios equivocados (11.4, nota).

A percepção espiritual de Paulo é tão clara que ele pode ver seus sofrimentos como razão para se regozijar, porque sabe que todo o poder de Cristo está em operação neles.

 

4) Habacuque 3.17-19

Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente. Ao mestre de canto. Para instrumentos de cordas.

Mesmo quando as colheitas e os rebanhos não produzirem (um pensamento horrível no contexto de uma economia agrícola) e a sociedade vivenciar a fome e a pobreza, a esperança confiante de Habacuque não será abalada. Esperança e confiança transformam seu temor do futuro no desejo de se regozijar sempre em Deus, seu Salvador. (Rm 8.35-39)

O Senhor Deus é a minha fortaleza é a total dependência do soberano Senhor da aliança é o segredo da vida de Habacuque. 

A figura impressionante “meus pés como os da corça… andar altaneiramente” descreve a força e a confiança que o Senhor transmite aos justos (Is 40.29-31). 

 

5) Filipenses 4.11-12

Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez.

Paulo retorna ao tema do capítulo 1: a cooperação dos filipenses no evangelho (1.5), especialmente o apoio financeiro deles. Paulo reconhece, com ações de graças, a dádiva recente que lhe enviaram, enquanto lhes expõe o exemplo de seu próprio contentamento em meio a altos e baixos financeiros.

Esses versículos não negam a realidade da necessidade de Paulo, mas, em vez disso, testemunham que ele está contente em viver tanto em abundância como em escassez.

No estoicismo do século I, o “contentamento” era uma virtude admirada, uma característica da verdadeira sabedoria. Mas o “contentamento” estoico era autossuficiência, fundamentada em indiferença distante. O contentamento de Paulo era totalmente dependente não dele mesmo e de sua capacidade de suprimir as emoções, mas de Cristo, que mantinha Paulo firme e o sustentava em todas as circunstâncias.

Confiando no poder de Cristo (1.19; 2.12-13) e seguindo seu exemplo (2.5; 3.10), Paulo é capaz de enfrentar todas as circunstâncias com contentamento. Ele quer incutir a mesma lição em seus leitores (vv. 6, 7, 19).

 

6) Salmo 37.3-4

Confia no Senhor e faze o bem; a habita na terra e alimenta-te da verdade.

Agrada-te do Senhor, e ele c satisfará os desejos do teu coração.

A prosperidade dos perversos nos incita a andar pela fé, e não pela visão.

7) Neemias 8.10

Disse-lhes mais: ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e i enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força. 

Os que têm comida em abundância devem partilhar com os que não têm (ver Sl 22.26). Esse incidente fornece uma ilustração para se compreender o pecado em 1 Coríntios 11.17-34.

O povo se regozija na salvação e na bênção que o Senhor lhes estendeu.

Continuar em jubiloso reconhecimento de sua dependência dele é uma fonte contínua de força para a comunidade quando o Senhor abençoa sua lealdade a ele.

 

8) Colossenses 1.24

Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja;

Paulo havia lembrado aos colossenses o escopo cósmico do senhorio de Cristo (1.15-20) e a maneira como a obra redentora de Cristo influenciara a vida deles (1.21, 23). Agora, ele se volta ao seu próprio papel no plano redentor de Deus e ao relacionamento que espera estabelecer entre ele mesmo e os colossenses, cuja maioria ele não conhecia, a fim de   conquistá-los da chamada “filosofia” que estava no meio deles (2.8).

Pelo contexto da passagem, que enfatiza a plena suficiência de Cristo, bem como pelo que Paulo diz em outras passagens (por exemplo, Rm 3.21-26; 2Co 5.17-21), Paulo não quer dizer que a obra de expiação de Cristo, na cruz, é deficiente em algum aspecto. Em vez disso, como a Igreja é chamada a sofrer por e com Cristo (2Co 4.7-12; 1Ts 3.2-4), há um requisito divinamente designado de sofrer que deve ser suportado pelos cristãos, em especial quando, tal como Paulo, eles levam as boas-novas da obra reconciliadora de Cristo aos outros.

Paulo aprendeu na estrada para Damasco que o Cristo ressurreto toma os sofrimentos de seu povo como se fossem dele mesmo (At 9.4-5). Paulo também pode ter em vista aqui os sofrimentos que acompanharão o fim dos tempos (Mt 24.21, 22), um período introduzido pela morte e a ressurreição de Cristo (Rm 13.11-14; 1Co 7.29). Se isso é verdadeiro, o sentido seria o de que o fim não pode chegar até que o número total desses sofrimentos preordenados tenha se realizado. As palavras de Paulo no versículo 24 também explicam a referência ao seu sofrimento por causa da Igreja (Ef 3.13; 2Tm 2.10). Como um servo do evangelho, Paulo se regozija na oportunidade de participar dos sofrimentos do povo de Deus. A passagem não significa que a Igreja é uma encarnação contínua de Cristo, cujos membros, por seu sofrimento, acrescentam méritos salvadores além do que Cristo realizou.

9) Mateus 5.6

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.

Os que buscam a justiça de Deus recebem o que desejam, não os que vivem confiantes em sua própria justiça (Lc 18.9-14; Rm 9.30-10.4; Fp 3.7-9).

10) João 4.13-15

Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la.

Jesus contrasta satisfação temporal e eterna, o ensino de que todos os prazeres terrenos, ainda que legítimos, são passageiros.

Aqui, é expressa a origem divina da bênção: “fonte a jorrar” é sua grande abundância; “vida eterna” é sua duração infindável.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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