sexta-feira, 22 de novembro
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10 versículos-chave sobre a criação

Este artigo faz parte da série Versículos-chave
Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

Os capítulos iniciais de Gênesis começam com a criação do mundo inteiro, com a expectativa de que Deus residiria sobre a terra cheia daqueles que o amam e confiam nele. Infelizmente, a desobediência de Adão e Eva aliena de Deus a humanidade, colocando-a sob sua maldição.

O Pentateuco introduz o processo de redenção, especificamente em Gênesis 3.15, iniciando uma série de passos pelos quais Deus cumprirá seus propósitos.

Colossenses 1.16

Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

Paulo irrompe em doxologia (1.15-20 ) à grandeza de Deus e à glória de Jesus Cristo. Alguns acreditam que Paulo está fazendo uso de um hino cristão primitivo.

Ao mostrar a supremacia de Cristo, tanto na Criação (vv. 15-17) como na Redenção (vv. 18-20), Paulo ressalta o que faltava no falso ensino de Colossos: um ponto de vista inadequado sobre a pessoa e a obra de Cristo.

Ao explicar Jesus Cristo dessa maneira, Paulo convida seus leitores a adorarem o Filho de Deus.

Cristo é tanto o agente como o alvo da Criação – Tudo foi criado por meio dele e para ele –, ele é o Senhor de tudo que existe, até mesmo da hierarquia angelical que os colossenses estavam sendo tentados a aplacar ou reverenciar (2.18, nota).

Uma reafirmação forte da prioridade temporal e da importância universal de Cristo, este versículo torna explícito o que estava implícito no v. 16.

Cristo existia desde antes de toda a Criação, ele mesmo é, portanto, não criado. Não se pode dizer, como disseram posteriormente os seguidores de Ário (c. 250–336 d.C.), que “houve um tempo em que Cristo não existia”. O pensamento de que Jesus é, a cada momento, o Sustentador do universo, cujo poder unificador faz a ordem criada se manter coesa, é ecoado em Hebreus 1.2, 3.

Gênesis 1.1-2

No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia

trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.

A palavra hebraica para “Deus”, o primeiro sujeito de Gênesis e da Bíblia, é plural, para denotar sua majestade. Não existe outro deus (Dt 4.39; Is 40.21, 28; 43.10; Jo 1.1; Cl 1.17). Ele é a verdade, a base para todo o sólido conhecimento (Jo 14.6). Deus é pessoal; ele fala e age. 

Criou traduz uma palavra hebraica reservada exclusivamente à atividade criadora de Deus. Uma possibilidade linguística, embora menos provável, é a tradução “Quando Deus começou a criar os céus e a terra, a terra era sem forma e vazia”. A atividade criadora de Deus não é meramente a ordenação da matéria preexistente (quando um artesão dá forma a um produto); outras passagens ensinam claramente que o universo foi criado ex nihilo (do nada, Jo 1.3; Hb 11.3; 2Pe 3.5) e que somente Deus é eterno e transcendente (p. ex., Sl 102.25-27; Pv 8.22-31). Nem mesmo as trevas existem à parte da palavra criadora de Deus (Is 45.7). Enquanto, aqui, a narrativa é plenamente consistente com a doutrina da criação ex nihilo, a ênfase recai sobre a ordenação progressiva de Deus e o preenchimento de um mundo que é tanto sem forma como vazio (v. 2, nota).

Os céus e a terra – esse composto de opostos significa o universo organizado.

A terra primordial é destituída de luz e de terra. Nem as origens das trevas e do abismo, nem a origem de Satanás (3.1-6), são explicadas em Gênesis. Seus princípios são um mistério, porém somente Deus é eterno (Sl 90.2; Pv 8.22-31). No novo céu e na nova terra, não haverá mar nem trevas (Ap 21.1, 25).

A terra, porém, estava sem forma e vazia, essa descrição significa a criação como ainda não ordenada nem preenchida. Alguns sugerem que os vv. 1 e 2 se referem a dois atos de criação separados por um lapso temporal. Argumentam que a criação inicial caiu em uma condição desolada (talvez por causa da queda de Satanás), e que a palavra hebraica aqui traduzida por “estava” seria traduzida por “se tornou”. Entretanto, esse ponto de vista (popularmente denominado a “teoria da lacuna”) é muito duvidoso, porque a tradução proposta “se tornou” é improvável nesse contexto e porque a descrição “sem forma e vazia” se refere mais naturalmente a uma criação ainda a ser ordenada e preenchida, e não a uma que foi desmantelada. 

O Espírito de Deus gera vida; quando subtrai seu Espírito, a vida cessa. Ele continua a gerar a vida e a subtrair a vida (Jó 33.4; Sl 104.30; Ec 12.7; Lc 23.46). O Espírito é ativo na construção dos “templos” do cosmo (Sl 104.1-4), no tabernáculo (Êx 28.3; 35.31), em Cristo (Lc 1.35; cf. Jo 2.19), na Igreja (1Co 3.16; Ef 2.22). Ver “A personalidade do Espírito Santo”, em João 16.23.

Pairava por sobre as águas – pairando como a águia sobre a profundeza primordial, o Espírito Onipotente faz da terra uma habitação para os seres humanos (cf. Dt 32.11).

João 1.1-3

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e do Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. 

Este “prólogo” (1.1-18 ) ao evangelho é um prefácio à narrativa do princípio no v. 19. Ele introduz o caráter central do evangelho (o divino Criador que “se fez carne”) e muitos de seus temas (vida, luz versusntrevas; testemunho, rejeição versus recepção, nascimento de Deus, verdade).

No princípio –  João associa seu evangelho à criação original, fazendo ecoar as palavras iniciais do primeiro livro de Moisés (e da Bíblia, em Gn 1.1).

A referência de Mateus ao “livro da genealogia” (do grego, “geração”) ecoa igualmente Gênesis (2.4), assinalando que a manifestação de Cristo na história dá início a uma nova criação.

O termo “Verbo” (ou Palavra; grego: logos) designa Deus, o Filho, no que diz respeito à sua deidade; “Jesus” e “Cristo” se referem à sua encarnação e à sua obra salvífica. Durante os primeiros três séculos, as doutrinas da pessoa de Cristo focaram intensamente em sua identidade como o Logos. Na filosofia grega, o Logos era a “razão” ou a “lógica”, como uma força abstrata que trazia ordem e harmonia ao universo. Mas, nos escritos de João, tais qualidades do Logos são enfeixadas na pessoa de Cristo. Na filosofia neoplatônica e na heresia gnóstica (nos segundo e terceiro séculos d.C.), o Logos era visto como um dos muitos poderes de intermediação entre Deus e o mundo. Tais noções estão muito distantes da simplicidade do evangelho de João.

Nesse versículo, a Palavra é expressamente afirmada como sendo Deus. A Palavra já existia “no princípio”, que é a maneira de denotar a eternidade que é única em Deus. João afirma claramente: “a Palavra era Deus”. Alguns têm observado que aqui a palavra traduzida por “Deus” não tem o artigo definido, e têm argumentado, sobre essa base, que significa “um deus”, e não “Deus”. Trata-se de um entendimento equivocado; o artigo é omitido por causa da ordem das palavras na sentença grega (o predicado “Deus” foi colocado em primeiro lugar, com vistas a enfatizá-lo). O NT nunca endossa a ideia de “um deus”, como expressão que implica politeísmo e está em nítido conflito com o monoteísmo consistente da Bíblia (10.34-38, nota). Dependendo das exigências da gramática grega, a palavra grega para “Deus”ocorre com frequência no NT sem o artigo definido, quando, obviamente, designa o único Deus verdadeiro (p. ex., vv. 6.12, 13, 18; 3.2, 21).

“A Palavra está com Deus” indica uma distinção de pessoas dentro da unidade da Divindade. Pai, Filho e Espírito Santo não são formas sucessivas do aparecimento de uma pessoa, mas, sim, pessoas eternas presentes desde “o princípio” (v. 2). “Com” pressupõe uma relação de estreita intimidade pessoal. Ver nota teológica “A Triunidade de Deus”, na p. 1204.

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Esse versículo também enfatiza a deidade da Palavra, visto que a Criação pertence exclusivamente a Deus. Ver também v. 10; Cl 1.16, 17; Hb 1.2.

Apocalipse 4.11

Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.

Os servos de Deus oferecem cânticos de louvor como uma resposta apropriada à glória e às obras de Deus (1.6, nota; cf. Êx 15.11; Is 6.3).

O louvor e a cena do cap. 4 se focalizam na Criação, afirmando a soberania de Deus sobre o universo (1.8, nota).

Hebreus 11.3

Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.

Embora nenhum ser humano tenha presenciado a Criação, sabemos, pela Escritura, que Deus trouxe o mundo à existência por meio de sua Palavra (Sl 33.6, 9). Discernimos que “o visível” não é uma realidade última e autoexistente.

Gênesis 2.7

Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.

Formou, essa figura do oleiro representa a atividade de Deus na formação de cada pessoa (Jó 10.8-12). A deidade criadora como fabricante de cerâmica é um tema comum na literatura do antigo Oriente Próximo, tal como a obra do criador egípcio, o deus Khnum.

Ao homem do pó da terra: O jogo de palavras em hebraico, “homem” (do hebraico, adam) e “terra” (do hebraico, adeamah), mostra a estreita conexão com o solo (2.5, 15; 3.19) e sublinha o ensino posterior de Paulo de que o primeiro Adão foi formado em um corpo natural de uma existência terrena. O celestial Filho do Homem (Dn 7.13) partilha desse estado terreno a fim de assegurar às pessoas caídas um corpo espiritual de glória imperecível na ressurreição dos redimidos (1Co 15.42-49).

Soprou, essa figura representa a atividade de criação do Espírito (Sl 104.30; Ez 37.1-10, 14). 

Alma vivente , aqui, o hebraico não diz “um ser vivente tornou-se homem” — o homem não é formado de vida preexistente. O homem é diferenciado dos animais por portar a imagem de Deus (1.26 e nota), e exibe sua autoridade sobre os animais, dando-lhes nome (vv. 19, 20).

Salmo 139.13-14

Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.

Formaste o meu interior. O conhecimento que Deus tinha do escritor retrocede até antes de seu nascimento, à sua concepção, quando o Senhor criou a existência pessoal do salmista.

Tu me teceste. Aqui, como em outros lugares, a Bíblia fala da causa última, e não da causa próxima.

As tuas obras são admiráveis. Essasobras incluem a criação do escritor e de todos os outros seres humanos. O prodígio do desenvolvimento da criança no ventre rende louvor ao Criador.

Romanos 1.20

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis.

Paulo enfatiza a realidade e a universalidade da revelação divina, que é perpétua (“desde o princípio do mundo”, v. 20) e perspícua (“claramente se reconhece”, v. 20). A invisibilidade, a eternidade e o poder de Deus são, todos, expressos em e pela ordem criada (ver nota teológica “Revelação Divina”, na p. 850). O Deus invisível é revelado por meio do instrumento visível da Criação e da providência. Essa revelação é manifesta.

Gênesis 1.26

Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.

Deus julga a atitude do homem caído, no sentido de perverter o instinto de adorar, que Deus mesmo colocou nele, ao entregar os seres humanos à perversão das funções de outros instintos. A Escritura vê todas as ações homossexuais sob essa ótica (Lv 18.22; 21.13). A consequência é a degradação do corpo (v. 24), o domínio pela lascívia, a desintegração do que é verdadeiramente “natural” (ou seja, de acordo com a natureza humana criada por Deus, v. 26) e a servidão a paixões incontroláveis (v. 27).

Jeremias 32.17

Ah! Senhor Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa.

Jeremias faz conforme é instruído, mas fica perplexo –  Ah! Senhor Deus –  com os planos do Senhor. O Senhor é o Criador de tudo e soberano sobre tudo. Ele é justo e gracioso, como Êxodo 34.6-7 deixa claro. Mas ele também julga apropriadamente cada pessoa, em contraste com as afirmações do povo em 31.29. A infidelidade do povo não resultará na destruição de Judá? Por que, então, Jeremias deve comprar um campo, se isso é verdade?


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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