domingo, 15 de dezembro
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4 razões para lembrar-se do criador na meia idade

Embora os jovens sejam ordenados especificamente a lembrarem-se de seu Criador (Ec 12.1), supomos que, talvez, pessoas de meia idade terão o senso de fazer o mesmo. Certamente, nesta época, já temos acumulado experiência suficiente para compreender que lembrar-nos de que temos um Criador e de que somos criaturas é sabedoria fundamental. Então, como respeitamos nosso Criador na meia idade atarefada, laboriosa e estressante?

1. Lembre que somos criaturas complexas

O corpo é uma mistura complexa de material físico e forças físicas – eletricidade, química, física, biologia, encanamento, gases, bombas, sifões, lubrificação, botões, interruptores, receptores, etc.

E há a alma, mais complexa do que o corpo e totalmente inacessível aos métodos de pesquisa empírica. Embora tenhamos algumas informações bíblicas para sondarmos e investigarmos a alma, dando-nos algumas noções básicas sobre as suas capacidades e as suas habilidades, muito a respeito da alma ainda permanece um mistério.

Então, junte um corpo complexo e uma alma complexa e o que você obtêm – complexidades múltiplas!

A interconectividade da natureza humana significa que a saúde do corpo afeta a saúde da alma e vice-versa. E não é fácil descobrir a contribuição de cada uma para nossos problemas! Uma coisa é certa: não podemos negligenciar um campo e esperar que o outro não sofra as consequências.

2. Lembre que somos criaturas limitadas

Felizmente nenhum de nós pensa que somos ilimitados. No entanto, a maioria de nós pensa que somos menos limitados do que realmente somos. Superestimamos amplamente nossa força física, nossa resistência emocional, nossa coragem moral, nossa maturidade espiritual, nossa força de vontade e nossa firmeza de consciência.

Subestimar nossas limitações e superestimar nossas capacidades só pode ter um resultado – fraqueza, cansaço e, por fim, estrago. Tente isso com qualquer coisa – o motor de seu carro, um cabo de rebocador, seu computador, etc. Subestime as limitações e superestime as capacidades e, por fim, você danificará o motor, romperá o cabo e estragará o computador.

Temos de descobrir nossos limites – físicos, espirituais, emocionais, morais – e trabalhar neles. E não devemos impor nossos limites aos outros, desprezando aqueles que têm limites inferiores ou invejando aqueles que têm limites superiores.

3. Lembre que somos criaturas dependentes

Mesmo antes da Queda, Adão e Eva eram dependentes de seu Criador. Eles dependiam de Deus para tudo. Essa foi a experiência humana mais básica que eles tiveram; e, num mundo caído, ela é muito mais necessária.

Muitos de nós são dependentes na teologia, mas independentes na prática. Dependemos de Deus com nossos lábios, mas não com nossas vidas. Afirmamos que nos apoiamos nele para tudo, mas ele raramente sente o nosso peso. Se não vivemos como criaturas dependentes, não estamos adorando nosso Criador. Por nossa independência, estamos adorando e servindo à criatura, e não ao Criador.

4. Lembre que somos criaturas caídas

Como parte da maldição que nos sobreveio devido ao pecado de nossos primeiros pais, a morte entrou na criação e na maior das criaturas – a humanidade.

Se você acha que éramos complexos antes, somos muito mais complexos agora. Gosto de pescar e gosto de todos os pescadores; e “sei” que os molinetes mais sofisticados e mais complicados pegam mais peixes. Mas, quando eles quebram, fazem uma bagunça muito maior do que os molinetes comuns.

Essa é a razão por que a humanidade complexa se acha num estado muito pior do que qualquer outra criatura. É a razão por que os filmes sobre a natureza focalizam mais os animais do que os seres humanos. Quem quer ver as horríveis criaturas humanas em toda a sua corrupção, quando pode ver muito mais beleza no reino animal?

Mas isso não é o fim da história. Lembrem, vocês que estão na meia idade, nosso Criador está envolvido na obra de recriar. Na salvação, ele começa o processo de fazer novas todas as coisas, incluindo suas criaturas. De fato, o Criador viveu como criatura, no meio de sua criação, para salvar suas criaturas.

 

Tradução: Wellington Ferreira


Autor: David Murray

David P. Murray serviu como pastor da Locharron Free Church of Scotland de 1995 até 2000 e, posteriormente, na Stornway Free Church of Scotland entre 2000 e 2007. David Murray é professor de Antigo Testamento e Teologia Prática no Puritan Reformed Theological Seminary, em Grand Rapids, Michigan. Murray escreve no blog "Head, Heart, Hand: Leadership for Servants."

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