Mentalmente, eles estavam confundidos e feridos por pensamentos espinhosos. Fisicamente, eles lutaram bravamente. Emocionalmente, eles choraram até não terem mais forças. Agora, de repente, a rede de sua energia emocional, mental e física é interrompida e desligada. Eles não têm mais nada a oferecer (1Sm 30. 1-10). Duzentos combatentes, todos leais ao rei Davi, vão ficar fora do combate.
Fadiga acumulada sinaliza a concentração gradual de tensões circunstanciais, desafios mentais e tristezas relacionais. Ela não investe contra você e te mata. Em vez disso ela vai drenando você. Como um pneu que se esvazia lentamente, você não percebe a saída gradual do ar e a inclinação sutil do carro por causa da perda da força do ar.
É como se você estivesse sustentando a vida e o ministério com geradores de emergência. A eletricidade havia acabado há muito tempo, mas as luzes ainda funcionavam, então você não se importava. Mas agora todas as luzes se apagaram. Para sua surpresa, você também.
Críticas constantes e difamações contínuas não ajudam. Nós clamamos pelo descanso que apenas uma mudança de cenário pode proporcionar.
“Estremece-me no peito o coração, terrores de morte me salteiam; temor e tremor me sobrevêm, e o horror se apodera de mim. Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso” . . . (Sl 55.4–6).
Uma pausa estratégica nos detém por um tempo para depois nos manter indo. Ela colhe o orvalho da manhã do “sabat” e goteja suas gotas em cada estressante hora, dia, semana e mês de nossas vidas. Jesus disse: “Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto”; (Mc 6.31). Por que, então, muitos de nós acreditamos que o descanso é tolo e a inquietação é sábia?
Inércia
A inércia nos tenta.
“Se o ferro está embotado, e não se lhe afia o corte, é preciso redobrar a força; mas a sabedoria resolve com bom êxito”. (Ec 10.10)
Se temos que resistir ao descanso para manter a inércia, não é na energia de Deus que estamos confiando. Eventualmente, começamos a usar mais energia do que o trabalho em si requer. Com o tempo, esse esforço não controlado de esforço adicional constrói uma parede a qual nós, ou aqueles com quem trabalhamos, não podemos mais escalar.
Mas você pode dizer, Deus abençoa minha pregação! As pessoas estão vindo para conhecer Jesus! Veja como as coisas estão crescendo!
Eu não duvido que Deus seja fiel, mas isso não é porque você é sábio. Nunca devemos justificar nossa tolice no fato de que Deus foi fiel. Lembre-se, aqueles em nossa cultura que não querem desacelerar com uma pausa estratégica, amam que você não cobre essa sabedoria deles. De fato, assim que você começa a confiar no ritmo de Deus, muitos vão sair e ir para outros lugares. Mas é melhor perder as pessoas oferecendo-lhes a sabedoria de Deus do que mantê-las com loucura.
Se você não ainda não percebe, reserve um momento para ler isso em voz alta e devagar. Observe como o dia seis e sete soa.
Primeiro dia: trabalho descanso
Segundo dia: trabalho descanso
Terceiro dia: trabalho descanso
Dia quatro: trabalho descanso
Dia cinco: trabalho descanso
Sexto dia: trabalho descanso
Dia Sete: descanso descanso
Mas como seria se tornar tão explícito sobre o descanso estratégico quanto você é com qualquer outro aspecto de sua declaração de missão pessoal ou da igreja?
“Venha”, diz Jesus. “Você está cansado e sobrecarregado com os cuidados. Sua alma não tem descanso. Venha até mim. Eu lhe darei o descanso que você precisa” (Mt 11.28, 29).
Tempos
A fadiga também se acumula porque esquecemos de nos ajustar aos tempos. (Ec 3.1-8).
Quando as crianças eram pequenas, elas iam para a cama cedo. Agora elas são mais velhas. Todo mundo fica acordado à noite decidindo sobre namorados e namoradas, sexualidade, Deus, depressão, esse amigo ou aquele emprego. Tentamos fazer o mesmo trabalho com o dobro da demanda emocional. Logo, começamos a ver nossa vida com a família ou amigos como parte do nosso trabalho, como mais uma tarefa em nossa lista de tarefas.
Agora adicione morte, luto, falta de saúde, idade, erros, doenças, nascimento e outras novidades ao tempo. Nós nos tornamos como um homem com um braço quebrado. Ele não pode enviar mensagens de texto ou digitar com a mesma velocidade. Leva mais tempo para se vestir e comer, escovar os dentes, amarrar os sapatos e dirigir. Todos que o conhecem entendem isso e lhe dão as condições que ele precisa.
Às vezes, o “gesso” que nós, nosso cônjuge ou membro de nossa equipe usa não é visível. A coisa quebrada, precisando de tempo para curar, está dentro de nós. Se não pararmos para deixar emendar, a fratura só se aprofunda.
Como seria considerar o tempo na sua vida de trabalho? Como isso poderia afetar seus objetivos? Em vez de dizer: “Eu quero implantar mais cinco grupos nos lares neste ano”, você pode dizer: “Eu quero implantar mais cinco grupos autossustentáveis ou quantos me for possível com o tempo que tiver disponível neste ano”.
O sucesso não é medido agora, apenas considerado. Agora temos que considerar o ritmo e o tempo. Isso é um remédio para fadiga acumulada.
Do descanso à recuperação
Quando a fadiga acumulada toma conta de nós, uma noite de descanso, um final de semana ou um período sabático de seis semanas provavelmente não vai ajudar. Nós ficamos como Elias entre os corvos, lutando com Deus, na caverna em meio às dúvidas (1Rs 19). Ficamos como os homens de Davi, que precisam ficar fora do combate.
Precisar de recuperação não é vergonha. O rei Davi se certificou disso. Ele não apenas defendeu aqueles que precisaram ficar para trás e se recuperar, ele publicamente defendeu sua honra e seu papel na comunidade (1Sm 30.21-25).
Como Davi sabia fazer isso? Talvez porque ele conhecesse a Deus como o Bom Pastor. “Ele me faz repousar”, disse Davi graciosamente de Deus (Sl 23.2).
Nós também podemos aprender essa graça de pausas dadas por Deus. Torna-se parte do nosso testemunho como líderes sobre suas formas de graça. Aprendemos a dizer “Ele me faz repousar”. Aprendemos que isso também é fidelidade.
Tradução: Paulo Reiss Junior.
Revisão: Filipe Castelo Branco.
Fonte: How to Avoid Accumulated Fatigue.