domingo, 17 de novembro
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Como o evangelho cria a igreja

Você já conheceu alguém que diz que ama o evangelho, mas não ama a igreja? Apesar do que essas pessoas dizem, amar o evangelho, mas não amar a igreja é, na realidade, impossível; e eu quero ajudá-lo a entender o porquê.

O evangelho é uma mensagem. Essa mensagem, quando abraçada e crida, cria um povo. E esse povo, por sua vez, demonstra as promessas e a verdade da mensagem. Chame isso de o maior ciclo virtuoso da história. O evangelho cria a igreja e a igreja protege e apresenta o evangelho.

O que é o evangelho? São as boas novas proclamando que Jesus ama um povo indigno e pecador, resgatando-o da ira de Deus (Rm 5.8; 1Jo 4.10). Ele nos salva individualmente, mas nos salva em um povo. Nós nos tornamos “membros do mesmo corpo … através do evangelho” (Ef 3.6). Pedro observa: “Vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2.10). Tornar-se um povo e receber a misericórdia de Deus acontecem juntos.

O que, então é a igreja? Invisivelmente, são as pessoas que Cristo salva. Visivelmente, é onde “vestimos” todas as realidades individuais e corporativas do evangelho. Nós nos reunimos para ouvir o evangelho e afirmar a participação uns dos outros no evangelho por meio dos sacramentos (Rm 6.1–3; 1Co 10.15–17), isso protege o evangelho. E então nós nos dispersamos para obedecer a tudo o que Jesus ordena, isso mostra o evangelho. Amar uns aos outros como Jesus nos amou – sacrificialmente e em face da indignidade pecaminosa – demonstra que somos seus discípulos (Jo 13.34–35).

Agora, suponha que alguém diga: “Fui declarado justo por Cristo”! Mas nunca persevera ou assume essa vida de justiça. Nós duvidaríamos da profissão de fé dessa pessoa. Da mesma forma, devemos duvidar do testemunho de qualquer um que afirme ser um membro do corpo de Cristo, mas que nunca assuma sua participação em uma igreja local. Aqueles que amam o evangelho vão amar uma igreja, enquanto aqueles que abandonam a igreja efetivamente abandonam o evangelho. Pedro aprendeu todas essas coisas através de uma severa repreensão de Paulo. Quando Pedro se separou dos gentios na igreja, Paulo lhe disse-lhe que não estava agindo “em sintonia com a verdade do evangelho” (Gl 2.14). Paulo até sugeriu que as ações de Pedro negavam o evangelho da justificação somente pela fé: “Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei e sim mediante a fé em Cristo Jesus” (v.16). Se o apóstolo João estivesse em cena, ele poderia ter dito a Pedro: “Se alguém disser: Amo a Deus e odiar a seu irmão, é mentiroso” (1Jo 4.20). Menos inspirado, mas ainda incisivo, Kevin DeYoung observou: “Alguém dizer: ‘Eu amo Jesus, mas não suporto a igreja’ é como eu dizendo à minha esposa: ‘Eu te amo, mas não suporto seu corpo!’”. O evangelho cria a igreja. A igreja protege e mostra o evangelho. Você não pode ter um sem o outro.

 

Tradução: Paulo Reiss Junior.

Revisão: Vinicius Musselman Pimentel.

Original: How the Gospel Creates a Church.


Autor: Jonathan Leeman

Jonathan Leeman é graduado em Jornalismo, possui mestrado em Divindade pelo Southern Baptist Seminary (EUA) e Ph.D. em Eclesiologia. É diretor de comunicação do Ministério 9Marks.

Parceiro: Ministério Ligonier

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Ministério do pastor R.C. Sproul que procura apresentar a verdade das Escrituras, através diversos recursos multimídia.

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