terça-feira, 16 de abril

Encorajando-nos em Deus

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Há vários anos, lemos uma história a respeito do fato de que o diabo decidiu realizar um leilão. Ele pôs muitos objetos à venda; alguns deles, tais como inveja, ódio, avareza, sensualidade e egoísmo, foram vendidos por preço elevado. Dar lances se tornou bastante competitivo. No entanto, um objeto não recebeu nenhum lance. Este objeto, em formato de cunha, tinha o nome de “desencoraja mento”. A história prossegue afirmando que, sendo incapaz de vendê-lo, desde então o diabo o tem utilizado com eficácia notável. Ele se deleita particularmente em introduzir essa cunha nas vidas dos ministros do evangelho; e tem obtido muito sucesso.

O desencoraja mento é um dos grandes obstáculos no ministério, especialmente nesses dias de coisas in- significantes. Como lidar com o desencoraja mento é um problema que temos de enfrentar. Uma das maneiras mais eficazes de enfrentarmos o desencoraja mento é ler as biografias de bons crentes, mas, em especial, daqueles mencionados nas Escrituras.

A ocasião em que Davi permaneceu entre as ruínas fumegantes de Ziclague foi talvez a mais desencorajadora para ele. Dale Davis, em seu excelente comentário sobre 1 Samuel, com discernimento usou a expressão “Quando os Fundamentos Caem aos Pedaços” para intitular a seção do capítulo 30. Existem tais ocasiões na vida cristã.

Davi era um fugitivo, perseguido por Saul, que estava sedento para matá-lo. Ele havia procurado e encontrara refúgio com Aquis, um dos reis filisteus. Aquis se iludira pensando que Davi e seus homens estavam desbaratando inimigos em favor dele. Aquis recompensou Davi ofertando-lhe a cidade de Ziclague, onde ele, seus homens, suas mulheres e seus filhos puderam viver. Mas chegou a época em que filisteus reuniram seus exércitos para lutar contra Israel. Aquis desejava que Davi os acompanhasse (1 Sm 28.1-2); mas Davi foi eximido desse indesejável plano quando os altos oficiais dos filisteus rejeitaram a idéia (1 Sm 29).

Davi e seus homens fizeram uma viagem de cem quilômetros, retornando de Afeca para Ziclague. No entanto, quando ali chegaram, a cidade estava em ruínas (1 Sm 30.1-6), e suas mulheres e filhos, diante de tudo que Davi e seus homens sabiam, estavam mortos.

Felizmente, comprovou-se que isto não acontecera. Na verdade, eles haviam sido levados cativos pelos amalequitas, que invadiram o Neguebe (a região sul de Israel), na ausência de Davi, e fizeram uma pilhagem considerável. Ali estava Davi, nas ruínas de Ziclague, encarando um dos momentos mais obscuros de sua vida. Seus homens ficaram tão aflitos, que realmente falaram em apedrejá-lo. Tudo estava arruinado, literalmente! Às vezes, a vida cristã assemelha-se a esta situação e, isto não é menos verdadeiro no que se refere ao ministério pastoral: todas as coisas pelas quais nos esforçamos parecem desintegrar-se diante de nossos olhos, e os companheiros de nosso “arraial” se tornam desafeiçoados. O que devemos fazer?

Como Davi agiu? Ele não desistiu; não sentiu-se ofendido por Deus, nem culpou seus homens. Devemos observar isso. Nunca culpar o povo é uma regra áurea no ministério cristão. Davi não fez nenhuma dessas coisas. Ele agiu como temos de agir em circunstâncias de desencoraja mento. Lemos que “Davi se reanimou no Senhor, seu Deus” (1 Sm 30.6b); ou, como afirma outra tradução: “Davi encontrou forças no Senhor, seu Deus” (NVI). Surge a pergunta: como ele fez isso? Enquanto procuramos esclarecer o significado dessa frase, o exemplo de Davi deve nos fornecer auxílio no presente.

1. Primeiramente, precisamos observar que ele se recusou a entrar em desespero. Davi tinha muitas razões humanas para fazer isso. Afinal de contas, ele vinha sendo perseguido por Saul, desacreditado pelos filisteus e magoado nesta ocasião por seus próprios homens. As coisas não poderiam ser pior. Davi estava sozinho, enquanto a pungente fumaça das ruínas de Ziclague pairavam ao redor de suas narinas. O Senhor nunca prometeu uma vida tranqüila para seu povo; tampouco Ele garantiu aos pregadores do evangelho um ministério sem problemas. O pastor que está esperando por uma igreja sem problemas não deveria estar no ministério. Davi sabia que uma parte de sua vocação consistia em resolver problemas. No entanto, Ziclague foi uma grande prova para a sua fé. Nesta circunstância, ele enfrentou um desastre esmagador. Ele não se desesperou; temos de agir de maneira semelhante. O desespero é pecado, sempre, porque o desespero é realmente incredulidade. Davi buscou o Senhor. Afinal de contas, o Senhor jamais é vencido. Edward Mote expressou essa verdade em seu excelente hino:

Quando tudo em volta de minh’alma desmoronar,Então, toda a minha esperança e firmeza Ele será.

Nesse então vemos claramente que Deus é toda a nossa esperança e firmeza. Davi procurou forças no Senhor, seu Deus. Mas, como ele fez isso?

Há vários anos, lemos uma história a respeito do fato de que o diabo decidiu realizar um leilão. Ele pôs muitos objetos à venda; alguns deles, tais como inveja, ódio, avareza, sensualidade e egoísmo, foram vendidos por preço elevado. Dar lances se tornou bastante competitivo. No entanto, um objeto não recebeu nenhum lance. Este objeto, em formato de cunha, tinha o nome de “desencoraja mento”. A história prossegue afirmando que, sendo incapaz de vendê-lo, desde então o diabo o tem utilizado com eficácia notável. Ele se deleita particularmente em introduzir essa cunha nas vidas dos ministros do evangelho; e tem obtido muito sucesso.

O desencoraja mento é um dos grandes obstáculos no ministério, especialmente nesses dias de coisas in- significantes. Como lidar com o desencoraja mento é um problema que temos de enfrentar. Uma das maneiras mais eficazes de enfrentarmos o desencoraja mento é ler as biografias de bons crentes, mas, em especial, daqueles mencionados nas Escrituras.

A ocasião em que Davi permaneceu entre as ruínas fumegantes de Ziclague foi talvez a mais desencorajadora para ele. Dale Davis, em seu excelente comentário sobre 1 Samuel, com discernimento usou a expressão “Quando os Fundamentos Caem aos Pedaços” para intitular a seção do capítulo 30. Existem tais ocasiões na vida cristã.

Davi era um fugitivo, perseguido por Saul, que estava sedento para matá-lo. Ele havia procurado e encontrara refúgio com Aquis, um dos reis filisteus. Aquis se iludira pensando que Davi e seus homens estavam desbaratando inimigos em favor dele. Aquis recompensou Davi ofertando-lhe a cidade de Ziclague, onde ele, seus homens, suas mulheres e seus filhos puderam viver. Mas chegou a época em que filisteus reuniram seus exércitos para lutar contra Israel. Aquis desejava que Davi os acompanhasse (1 Sm 28.1-2); mas Davi foi eximido desse indesejável plano quando os altos oficiais dos filisteus rejeitaram a idéia (1 Sm 29).

Davi e seus homens fizeram uma viagem de cem quilômetros, retornando de Afeca para Ziclague. No entanto, quando ali chegaram, a cidade estava em ruínas (1 Sm 30.1-6), e suas mulheres e filhos, diante de tudo que Davi e seus homens sabiam, estavam mortos.

Felizmente, comprovou-se que isto não acontecera. Na verdade, eles haviam sido levados cativos pelos amalequitas, que invadiram o Neguebe (a região sul de Israel), na ausência de Davi, e fizeram uma pilhagem considerável. Ali estava Davi, nas ruínas de Ziclague, encarando um dos momentos mais obscuros de sua vida. Seus homens ficaram tão aflitos, que realmente falaram em apedrejá-lo. Tudo estava arruinado, literalmente! Às vezes, a vida cristã assemelha-se a esta situação e, isto não é menos verdadeiro no que se refere ao ministério pastoral: todas as coisas pelas quais nos esforçamos parecem desintegrar-se diante de nossos olhos, e os companheiros de nosso “arraial” se tornam desafeiçoados. O que devemos fazer?

Como Davi agiu? Ele não desistiu; não sentiu-se ofendido por Deus, nem culpou seus homens. Devemos observar isso. Nunca culpar o povo é uma regra áurea no ministério cristão. Davi não fez nenhuma dessas coisas. Ele agiu como temos de agir em circunstâncias de desencoraja mento. Lemos que “Davi se reanimou no Senhor, seu Deus” (1 Sm 30.6b); ou, como afirma outra tradução: “Davi encontrou forças no Senhor, seu Deus” (NVI). Surge a pergunta: como ele fez isso? Enquanto procuramos esclarecer o significado dessa frase, o exemplo de Davi deve nos fornecer auxílio no presente.

1. Primeiramente, precisamos observar que ele se recusou a entrar em desespero. Davi tinha muitas razões humanas para fazer isso. Afinal de contas, ele vinha sendo perseguido por Saul, desacreditado pelos filisteus e magoado nesta ocasião por seus próprios homens. As coisas não poderiam ser pior. Davi estava sozinho, enquanto a pungente fumaça das ruínas de Ziclague pairavam ao redor de suas narinas. O Senhor nunca prometeu uma vida tranqüila para seu povo; tampouco Ele garantiu aos pregadores do evangelho um ministério sem problemas. O pastor que está esperando por uma igreja sem problemas não deveria estar no ministério. Davi sabia que uma parte de sua vocação consistia em resolver problemas. No entanto, Ziclague foi uma grande prova para a sua fé. Nesta circunstância, ele enfrentou um desastre esmagador. Ele não se desesperou; temos de agir de maneira semelhante. O desespero é pecado, sempre, porque o desespero é realmente incredulidade. Davi buscou o Senhor. Afinal de contas, o Senhor jamais é vencido. Edward Mote expressou essa verdade em seu excelente hino:

Quando tudo em volta de minh’alma desmoronar,Então, toda a minha esperança e firmeza Ele será.

Nesse então vemos claramente que Deus é toda a nossa esperança e firmeza. Davi procurou forças no Senhor, seu Deus. Mas, como ele fez isso?

2. Ele não permitiu que o presente determinasse seu ponto de vista a respeito do futuro. Podemos afirmá-lo dessa maneira. Davi não era um existencialista! Humanamente falando, tudo estava perdido, mas somente quando avaliado sem levar Deus em conta. Antes de Davi, outros homens piedosos haviam experimentado situações semelhantes. Moisés enfrentou um motim contra a sua autoridade. Devemos aprender com Davi a importância de trazermos Deus imediatamente à avaliação das circunstâncias. Existem ocasiões quando tudo que podemos fazer é esperar e ver o que Deus realizará. Assim, Davi encontrou forças no Senhor, seu Deus. O futuro estava nas mãos de Deus tanto quanto Davi. Nós afirmamos que cremos na soberania de Deus, mas o teste genuíno constitui-se uma crise. Em algumas ocasiões, alguns arminianos se comportam como calvinistas; e, infelizmente, alguns calvinistas agem como arminianos. As provações testam a nossa teologia para comprovar o que ela realmente é.

A situação espiritual do mundo é uma prova para muitos crentes, uma prova de fé e coragem. Mas a nossa perspectiva futura e a dos que fazem parte do reino de Deus não pode ser avaliada pelos níveis de incredulidade prevalecente em nossos dias. A prosperidade ou qualquer outro aspecto da vida da Igreja nunca de- pendeu do mundo. Deus não está restringido pelas disposições atuais dos homens ímpios. Por conseguinte, podemos afirmar, juntamente com Davi:

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, A ele, meu auxílio e Deus meu (Sl 43.5).

3. A terceira coisa que Davi fez, evidentemente, foi exercitar fé em Deus. Certamente isto é o que significam as palavras “Davi se reanimou no Senhor, seu Deus”. Existe uma diferença entre ter e exercitar fé em Deus. A Epístola aos Hebreus refere-se totalmente a exercitar fé em Deus. Como Davi fez isso? Ele exercitou sua fé por lembrar-se de quem Deus é e o que havia sido para ele. Davi fez isso de várias maneiras:

a) Ele levou em conta o caráter de Deus. Podemos ver isso constantemente nos salmos. Davi se gloria nos atributos de Deus: sua sabedoria, bondade, poder, fidelidade e graça. Davi recordou a história de Israel e as poderosas realizações de Deus, ponderando sobre como isso confirmava tudo que ele sabia a respeito de Deus. O Deus de Israel era o Deus de Davi, mesmo estando ele entre as ruínas de Ziclague! Ele é o “Deus vivo” (1 Sm 17.26, 36). E o Deus de Davi é o nosso Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Duvidemos de nossa própria sabedoria e não confiemos em nossos próprios sentimentos, visto que são indignos de confiança. Não nos apeguemos aos nossos planos e expectativas, e, sim, confiemos totalmente em Deus.

b) Davi recordou a maneira como Deus lidava com ele. Novamente, os Salmos nos mostram que Davi sempre fazia isso. Poderia ele esquecer as providências admiráveis e os maravilhosos salvamentos realizados pelo Senhor — salvamento da boca do leão e do urso, de Golias, da inveja de Saul, dos soldados inimigos e dos filisteus? Todo crente possui sua própria lista de misericórdias manifestadas no passado, sendo capaz de celebrar as realizações anteriores de Deus para com ele. Na verdade, as coisas parecem mais claras quando vistas em retrospectiva. No entanto, temos de aprender a coletar do passado cada instância em que se manifestaram a fidelidade e a provisão divina, trazendo-as a uma equiparação com o presente. Deus nos preserva e não nos lança fora.

c) Davi lembrou-se da aliança divina. A aliança da graça divina com Abraão e seus descendentes seria mais tarde conhecida como as “fiéis misericórdias prometidas a Davi”. Em Ziclague, Davi reafirmou sua confiança na contínua fidelidade de Deus. Isto é salientado na frase “Davi se reanimou no Senhor, seu Deus”. O Senhor da aliança de misericórdias era o “seu Deus”. Ele não lhe havia falado através do profeta Samuel, referindo-se aos propósitos de sua aliança para Davi? Deus não havia favorecido o seu povo? Os propósitos falhariam agora? Isto é inconcebível. Permanecendo ali, nas ruínas de Ziclague, Davi não podia mais dizer “minha cidade”, “minha casa”, “minhaspossessões”. Ele até duvidou se podia dizer “minhas esposas” e “meusfilhos”. E, se estes ainda se encontrassem vivos, Davi não ousava pensar na degradante vergonha que eles certamente teriam sofrido. Mas, apesar de tudo isso, Davi ainda pôde afirmar: “O Senhor, meu Deus”.

Jamais devemos permitir que auto-piedade mova-se em nosso íntimo. Visto que Deus pôs sobre nós o seu amor, não temos qualquer direito de sentir piedade de nós mesmos. Aqueles em favor dos quais Deus sacrificou seu único Filho devem ter pena de si mesmos? Devemos nós, aqueles que Deus tornou seus filhos e filhas, considerar-nos objetos de piedade? Davi, nas ruínas de Ziclague, não se compadeceria de si mesmo; ele sabia disso. Em qualquer circunstância, como “herdeiros de Deus e co-herdeiros juntamente com Cristo” podemos ser alvos de inveja, mas não de piedade. Davi lembrou-se da aliança divina, e assim também de- vemos nós fazer.

4. Davi buscou a sabedoria de Deus. Ele fez isso ao consultar a Palavra de Deus. Por esse motivo, Davi chamou o sacerdote Abiatar, com a estola sacerdotal, para que o Senhor lhe tornasse conhecido o seu pensamento e a sua vontade, por meio do Urim e do Tumim (1 Sm 30.6-7). Esse foi o instrumento de revelação para Davi. Hoje temos a sabedoria de Deus escrita em sua Palavra; e, buscando-a, também nos fortaleceremos no Senhor.

Desta maneira Davi exercitou sua fé no Senhor. A adversidade é a grande prova da fé. Os pregadores talvez enfrentem problemas angustiantes, enfermidades crescentes, graves desapontamentos, ataques de Satanás e “ondas de desânimo” na obra de Deus. Nessas ocasiões, podemos nos fortalecer no Senhor. Temos de ser semelhantes a Habacuque:

“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3.17-19).

Recordemos essas animadoras palavras de Amy Carmichael:

Não é vão o enfadonho trabalho,
Em um solo que não reage.
Labuta, verte lágrimas em
segredo,
Com esperanças inertes como
os mortos.
Teu coração desanimado clama: “Tudo é inútil”.
Teu Senhor responde:
“Não é inútil;
Ainda não está bom o suficiente.
Crê, crê e verás”. 
O teu labor resulta em pó?
Sofrimento — ele te consome como a ferrugem,
Enquanto a foice, outrora
afiada,
É vista como um instrumento
sem corte?
O pó e a ferrugem são a tua
recompensa?
Aniquila o pensamento! Crê no teu Senhor,
Quando a tua alma se encontra em aflição,
Medita em sua fidelidade.

Deste modo, Davi “se reanimou no Senhor, seu Deus”. Observe a expressão “seu Deus” — isto explica porque Davi tinha recursos, mesmo em Ziclague, sendo a razão pela qual também nós possuímos recursos abundantes. Surgem ocasiões em que somos vencidos, nossos corações desfalecem, e talvez nossos próprios amigos nos abandonam. Os homens com certeza nos desapontam, mas nosso Deus jamais falhará para nós. Existem épocas em que a obra de Deus parece estar em ruínas, como Ziclague, quando a inimizade e a discórdia encontram-se no arraial, e o povo de Deus demonstra má disposição para seguir nossa liderança. No entanto, não está tudo perdido. Temos de recordar que em ocasiões assim Deus tem freqüentemente realizado suas maiores obras. Cumpre- nos fortalecer a nós mesmos no Senhor, nosso Deus.

A seqüência desta cena desastrosa em Ziclague foi mais encorajadora do que Davi poderia ter imaginado. Sem dúvida, ela continuará manifestando essa característica para todo o povo de Deus, em todas épocas e circunstâncias difíceis.

A situação espiritual do mundo é uma prova para muitos crentes, uma prova de fé e coragem. Mas a nossa perspectiva futura e a dos que fazem parte do reino de Deus não pode ser avaliada pelos níveis de incredulidade prevalecente em nossos dias. A prosperidade ou qualquer outro aspecto da vida da Igreja nunca de- pendeu do mundo. Deus não está restringido pelas disposições atuais dos homens ímpios. Por conseguinte, podemos afirmar, juntamente com Davi:

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, A ele, meu auxílio e Deus meu (Sl 43.5).

3. A terceira coisa que Davi fez, evidentemente, foi exercitar fé em Deus. Certamente isto é o que significam as palavras “Davi se reanimou no Senhor, seu Deus”. Existe uma diferença entre ter e exercitar fé em Deus. A Epístola aos Hebreus refere-se totalmente a exercitar fé em Deus. Como Davi fez isso? Ele exercitou sua fé por lembrar-se de quem Deus é e o que havia sido para ele. Davi fez isso de várias maneiras:

a) Ele levou em conta o caráter de Deus. Podemos ver isso constantemente nos salmos. Davi se gloria nos atributos de Deus: sua sabedoria, bondade, poder, fidelidade e graça. Davi recordou a história de Israel e as poderosas realizações de Deus, ponderando sobre como isso confirmava tudo que ele sabia a respeito de Deus. O Deus de Israel era o Deus de Davi, mesmo estando ele entre as ruínas de Ziclague! Ele é o “Deus vivo” (1 Sm 17.26, 36). E o Deus de Davi é o nosso Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Duvidemos de nossa própria sabedoria e não confiemos em nossos próprios sentimentos, visto que são indignos de confiança. Não nos apeguemos aos nossos planos e expectativas, e, sim, confiemos totalmente em Deus.

b) Davi recordou a maneira como Deus lidava com ele. Novamente, os Salmos nos mostram que Davi sempre fazia isso. Poderia ele esquecer as providências admiráveis e os maravilhosos salvamentos realizados pelo Senhor — salvamento da boca do leão e do urso, de Golias, da inveja de Saul, dos soldados inimigos e dos filisteus? Todo crente possui sua própria lista de misericórdias manifestadas no passado, sendo capaz de celebrar as realizações anteriores de Deus para com ele. Na verdade, as coisas parecem mais claras quando vistas em retrospectiva. No entanto, temos de aprender a coletar do passado cada instância em que se manifestaram a fidelidade e a provisão divina, trazendo-as a uma equiparação com o presente. Deus nos preserva e não nos lança fora.

c) Davi lembrou-se da aliança divina. A aliança da graça divina com Abraão e seus descendentes seria mais tarde conhecida como as “fiéis misericórdias prometidas a Davi”. Em Ziclague, Davi reafirmou sua confiança na contínua fidelidade de Deus. Isto é salientado na frase “Davi se reanimou no Senhor, seu Deus”. O Senhor da aliança de misericórdias era o “seu Deus”. Ele não lhe havia falado através do profeta Samuel, referindo-se aos propósitos de sua aliança para Davi? Deus não havia favorecido o seu povo? Os propósitos falhariam agora? Isto é inconcebível. Permanecendo ali, nas ruínas de Ziclague, Davi não podia mais dizer “minha cidade”, “minha casa”, “minhaspossessões”. Ele até duvidou se podia dizer “minhas esposas” e “meusfilhos”. E, se estes ainda se encontrassem vivos, Davi não ousava pensar na degradante vergonha que eles certamente teriam sofrido. Mas, apesar de tudo isso, Davi ainda pôde afirmar: “O Senhor, meu Deus”.

Jamais devemos permitir que auto-piedade mova-se em nosso íntimo. Visto que Deus pôs sobre nós o seu amor, não temos qualquer direito de sentir piedade de nós mesmos. Aqueles em favor dos quais Deus sacrificou seu único Filho devem ter pena de si mesmos? Devemos nós, aqueles que Deus tornou seus filhos e filhas, considerar-nos objetos de piedade? Davi, nas ruínas de Ziclague, não se compadeceria de si mesmo; ele sabia disso. Em qualquer circunstância, como “herdeiros de Deus e co-herdeiros juntamente com Cristo” podemos ser alvos de inveja, mas não de piedade. Davi lembrou-se da aliança divina, e assim também de- vemos nós fazer.

4. Davi buscou a sabedoria de Deus. Ele fez isso ao consultar a Palavra de Deus. Por esse motivo, Davi chamou o sacerdote Abiatar, com a estola sacerdotal, para que o Senhor lhe tornasse conhecido o seu pensamento e a sua vontade, por meio do Urim e do Tumim (1 Sm 30.6-7). Esse foi o instrumento de revelação para Davi. Hoje temos a sabedoria de Deus escrita em sua Palavra; e, buscando-a, também nos fortaleceremos no Senhor.

Desta maneira Davi exercitou sua fé no Senhor. A adversidade é a grande prova da fé. Os pregadores talvez enfrentem problemas angustiantes, enfermidades crescentes, graves desapontamentos, ataques de Satanás e “ondas de desânimo” na obra de Deus. Nessas ocasiões, podemos nos fortalecer no Senhor. Temos de ser semelhantes a Habacuque:

“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3.17-19).

Recordemos essas animadoras palavras de Amy Carmichael:

Não é vão o enfadonho trabalho,
Em um solo que não reage.
Labuta, verte lágrimas em
segredo,
Com esperanças inertes como
os mortos.
Teu coração desanimado clama: “Tudo é inútil”.
Teu Senhor responde:
“Não é inútil;
Ainda não está bom o suficiente.
Crê, crê e verás”. 
O teu labor resulta em pó?
Sofrimento — ele te consome como a ferrugem,
Enquanto a foice, outrora
afiada,
É vista como um instrumento
sem corte?
O pó e a ferrugem são a tua
recompensa?
Aniquila o pensamento! Crê no teu Senhor,
Quando a tua alma se encontra em aflição,
Medita em sua fidelidade.

Deste modo, Davi “se reanimou no Senhor, seu Deus”. Observe a expressão “seu Deus” — isto explica porque Davi tinha recursos, mesmo em Ziclague, sendo a razão pela qual também nós possuímos recursos abundantes. Surgem ocasiões em que somos vencidos, nossos corações desfalecem, e talvez nossos próprios amigos nos abandonam. Os homens com certeza nos desapontam, mas nosso Deus jamais falhará para nós. Existem épocas em que a obra de Deus parece estar em ruínas, como Ziclague, quando a inimizade e a discórdia encontram-se no arraial, e o povo de Deus demonstra má disposição para seguir nossa liderança. No entanto, não está tudo perdido. Temos de recordar que em ocasiões assim Deus tem freqüentemente realizado suas maiores obras. Cumpre- nos fortalecer a nós mesmos no Senhor, nosso Deus.

A seqüência desta cena desastrosa em Ziclague foi mais encorajadora do que Davi poderia ter imaginado. Sem dúvida, ela continuará manifestando essa característica para todo o povo de Deus, em todas épocas e circunstâncias difíceis.


Autor: Paul Cook

Ministério: Ministério Fiel

Ministério Fiel
Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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