O texto abaixo foi extraído do livro Filhos e Divórcio, de Amy Baker, lançamento de agosto de 2018 da Editora Fiel.
Tristeza e depressão
Passar pelo divórcio provavelmente seja a coisa mais difícil que já tenha lhe ocorrido. Sejam quais forem as razões pelas quais se deu o seu divórcio, separar-se da pessoa com quem você planejou construir uma vida e uma família é absolutamente devastador. É normal sentir tristeza e rejeição nessa situação, e é fácil tais sentimentos transformarem-se em depressão. Seus filhos podem se sentir rejeitados, mesmo você tendo lhes garantido que o divórcio não é culpa deles. Os seus coraçõezinhos provavelmente estão tão despedaçados quanto o seu.
Jesus também sabe como é estar oprimido pela tristeza por causa da rejeição daqueles que ele amava. Na noite em que foi traído por um amigo, ele disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.38). A traição de Judas foi somente o começo da traição que experimentou. Essa afirmação se dá enquanto Jesus agoniza sobre o horror da cruz que está prestes a enfrentar em favor daqueles que o traíram. Ele escolheu sofrer e ser oprimido pelo sofrimento para nos salvar. Quando nós meditamos sobre a angústia emocional que Jesus escolheu sofrer, não resta dúvidas de que ele é verdadeiramente o único homem de dores capaz de prover consolo para nós e nossos filhos. O amor demonstrado por meio de sua entrada voluntária em nossa dor é insondável e nos garante que ele compreende por completo a nossa dor.
Pense em quão terrível é a nossa própria dor e imagine escolher suportá-la. À medida que você sofrer no decorrer dessa experiência, você passará a conhecer o amor do seu Salvador de forma mais profunda enquanto se apega a ele. Ele está muito perto de você e de seus filhos, e saber disso pode gerar grande alegria mesmo em meio à tristeza.
O Salmo 31 é escrito a partir da perspectiva de alguém que conhece o sofrimento. Os olhos dele haviam sido consumidos pela tristeza, e sua alma e corpo, pela dor (vs. 9-10). Jesus cita o versículo 5 desse salmo pouco antes de morrer: “Nas tuas mãos, entrego o meu espírito”, uma confiança maravilhosa em Deus durante uma experiência horrenda. No entanto, Jesus cumpre esse salmo não o citando apenas, mas tornando-se o refúgio que o salmista busca. Deus provê refúgio para você e seus filhos ao lhes entregar o seu Espírito Santo por meio de Cristo (v. 20). Ele lhes demonstrou um amor maravilhoso ao adentrar a sua dor (v. 21), e vocês podem confiar nele (v. 14) por conta daquilo que ele fez na cruz. Você e os seus filhos podem refugiar-se nele porque vocês sabem o quanto ele os ama em vista do que fez por vocês em Jesus.
Procure as maneiras pelas quais ele já começou a libertá-lo e compartilhe isso com os seus filhos. Lembre-os de que Jesus sabe como é se sentir rejeitado, por isso eles podem confiar no fato de que ele os ouvirá. Juntos, você e seus filhos podem começar a procurar maneiras de como Deus está ajudando-os e libertando-os. Talvez vocês recebam um presente inesperado que seja o suficiente para pagar o aluguel. Talvez um novo amigo tenha se aproximado de sua filha quando ela estava magoada após seu cônjuge ter abandonado a família. Esses não são atos aleatórios de benignidade; tratam-se de presentes das boas mãos de Deus especialmente planejados para você. Ser agradecido por essas coisas e reconhecê-las como sendo a presença ativa de Deus em suas vidas trarão esperança para os seus filhos de que Deus não se esqueceu de sua família nem a abandonou.
Talvez você queira começar a escrever um diário de família a respeito das misericórdias de Deus durante esse período difícil. Cada filho pode ter a sua vez para escrever nele, e um dia da semana pode ser designado como o “Dia da lembrança”, em que vocês irão recapitular todas as formas como Deus tem dado consolo e demonstrado misericórdia a você e aos seus filhos. À medida que o tempo passar, você e seus filhos terão um registro cada vez maior da fidelidade e do cuidado de Deus que os lembrará de como Deus trouxe cura e descanso apesar da (e em meio à) tristeza e dor.