sábado, 27 de abril
hebreus 12

Hebreus Capítulo 12

Como os cristãos devem viver sua vida espiritual

Em Hebreus 12, o autor concentra a atenção em como os cristãos devem viver sua vida espiritual. Eles devem aprender com os heróis da fé mencionados no capítulo anterior; seus exemplos oferecem coragem aos crentes de hoje. Como vimos, por exemplo, Abel ainda fala, embora tenha morrido (11.4). 

No entanto, em última análise, os cristãos devem concentrar sua atenção em Jesus. Assim como os corredores se concentram na linha de chegada em uma corrida, os seguidores de Jesus devem sempre se concentrar nele, o autor e consumador de sua fé, deixando de lado todo pecado que os envolve. Eles devem vê-lo como seu exemplo, pois ele suportou a cruz, desprezou sua vergonha e sentou-se no trono de honra ao lado do trono do Pai.

Como entendemos a frase: “em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz” (12.2)? Onde está a alegria quando aquele que é crucificado suporta o sofrimento mais doloroso que se possa imaginar? A formulação parece ser um enigma para o qual não há uma resposta pronta, porque alegria e sofrimento intenso simplesmente não andam juntos. Mas há uma explicação útil: Jesus sofreu para receber o status de estar sentado à direita de Deus. O caminho que Jesus trilhou foi planejado por Deus para ele, e Jesus obedeceu a seu Pai por causa do resultado da alegria futura. 

O sofrimento de Jesus é único; não pode e não precisa ser repetido por seus seguidores. Deus, todavia, disciplina todos aqueles que o chamam de Pai. Por meio da disciplina, ele fortalece a fé dos cristãos e demonstra seu amor por eles. Os pais humanos restringem seus filhos fisicamente, mas Deus reprova seu povo espiritualmente.  Essa disciplina resulta em uma colheita de justiça, visto que os filhos de Deus são pacificadores, e, conforme o possível, vivem em paz com todos. O autor menciona Esaú nominalmente, chamando-o de ímpio por ter endurecido seu próprio coração, mesmo quando buscava uma bênção de seu pai (12.17). Ao desprezar seu direito de primogenitura, Esaú quebrou seu relacionamento de aliança com Deus.

Em alguns versículos de Hebreus 12, o escritor de Hebreus contrasta a diferença entre o Monte Sinai e o Monte Sião. O povo de Deus estava no Sinai e ouviu a voz de Deus a lhes dar os Dez Mandamentos. Eles estavam com muito medo; até Moisés estava tremendo. Porém, os crentes vão para Sião, a Jerusalém celestial. Eles estão na presença de incontáveis anjos, com todos os santos cujos nomes estão registrados no céu por causa de Jesus, o Mediador de uma Nova Aliança. Eles são purificados pelo sangue de Cristo — “sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel” (12.24). 

O escritor exorta os irmãos cristãos a adorar a Deus com reverência e temor. Eles devem fazê-lo com o coração grato, expressando, assim, a sua gratidão em adoração, à medida que caminham com Deus e falam com ele. As últimas palavras de Hebreus 12 são comoventes: “porque Deus é fogo consumidor”. Essas palavras ecoam passagens do Antigo Testamento (Êx 24.17; Dt 4.24; 9.3) e se referem à punição absoluta.

O artigo acima é um trecho retirado e adaptado com permissão do livro Introdução bíblico-teológica ao Novo Testamento, Robert J. Cara, editado por Michael J. Kruger, Editora Fiel (em breve).

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Autor: Robert Cara

Dr. Robert J. Cara é diretor acadêmico e professor de Novo Testamento no Reformed Theological Seminary. Robert também é pastor na Associate Reformed Presbyterian Church.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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