sexta-feira, 26 de julho

Lendo a Bíblia para uma adoração fervorosa

A adoração de Deus é o alvo da exaltação de seu valor

“Nem és frio nem quente… estou a ponto de vomitar-te da minha boca.” (Apocalipse 3.16)

Estamos perguntando na Parte 1: qual é o nosso alvo supremo em ler a Bíblia? E a resposta que propomos é que a dignidade e a beleza infinitas de Deus sejam exaltadas através da adoração fervorosa e eterna da noiva de Cristo, comprada por sangue, forma- da de pessoas procedentes de todo povo, língua, tribo e nação.

Nosso primeiro passo em estabelecer isto foi mostrar no capítulo anterior, com base na Escritura, que a dignidade e a beleza infinitas de Deus são o valor e excelência supremos do universo. Vimos que, desde o começo até ao fim, Deus enaltece sua glória como o alvo supremo de todas as coisas. Se houvesse algo de maior valor ou excelência, Deus pareceria um idólatra. Estaria nos levando a glorificar muito aquilo que não é muito glorioso. Mas Deus não é um idólatra. Ele é justo. Portanto (afirmando a primeira implicação), a dignidade e a beleza de Deus são realmente o valor e a excelência supremos no universo. Nada é mais valioso ou mais belo.

A adoração de Deus é o alvo da exaltação de seu valor 

A segunda implicação de nossa proposta resulta da primeira. A adoração supremamente autêntica e intensa da dignidade e da beleza de Deus é o alvo supremo de toda obra e palavra de Deus. Isto está subentendido na primeira implicação. Está também explícito na Bíblia. Se Deus se revela como o valor e excelência supremos no universo, isso significa que devemos adorá-lo por seu supremo valor e beleza – e não apenas de maneira casual, mas com devoção fervorosa. Nossa adoração segue nossos valores. Porque isso, é o que a adoração é. A adoração é a experiência de valorizar, apreciar e entesourar aquilo que percebemos ser nosso maior tesouro.

Esta segunda implicação está também explícita na Bíblia. Jesus diz claramente que Deus está procurando adoradores. “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores (Jo 4.23). Não supreendentemente, a Bíblia nos ordena adorar a Deus de acordo com seu valor supremo.

Tributai ao Senhor, filhos de Deus, tributai ao Senhor glória e força. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade (Sl 29.1-2).

Há uma glória que pertence ao nome de Deus. É a glória “devida ao seu nome”. Isto é o que vemos no zelo de Deus em exaltar sua glória como o alvo de todas as coisas. Aqui fica claro que há uma resposta de nossa parte – adoração – que se harmoniza com a glória de Deus. Esta é a razão por que Deus está exaltando a sua glória – para que possamos adorar. A autoexaltação de Deus tem como alvo a nossa exultação em Deus.

Adoração é o alvo de cada etapa da redenção

A Bíblia deixa isto claro em relação a todas as seis etapas da história de redenção que vimos no capítulo anterior. O alvo é adoração.

• Em relação à predestinação, Deus “nos predestinou… para louvor da sua glória” (Ef 1.5, 12). Não somente para a glória ser conhecida, mas também para ser louvada. O alvo é adoração.

• Em relação à criação, os seres celestiais clamam: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste” (Ap 4.11). Adoração eterna no céu acontece exatamente em resposta a todas as coisas haverem sido criadas por Deus.

• Em relação à encarnação e à morte salvífica de Cristo, os anjos do céu clamam: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5.12). A glória da obra salvífica de Cristo será adorada para sempre.

• Em relação à propiciação e à grande obra do resgate anulador de ira que Cristo realizou, o céu adora com uma nova canção, dizendo: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9).

• Em relação à santificação do povo de Deus, Paulo nos diz que o alvo supremo de sermos “cheios do fruto de justiça” é que esta transformação seja “para a glória e louvor de Deus” (Fp 1.11). Não apenas glória, mas também louvor. Isso deixa evidente que o alvo da santidade na vida cristã é que Deus seja adorado.

• Em relação à consumação de todas as coisas e à segunda vinda de Cristo, o alvo não é somente que a sua glória seja vista, mas também que seja admirada entre “todos os que creram” (2 Ts 1.10).

Portanto, a Bíblia é explícita em afirmar que o alvo de todos os atos de Deus é que o louvemos e o adoremos por sua dignidade e beleza supremas.

Este artigo é um trecho adaptado com permissão do livro Lendo a Bíblia de modo sobrenatural, de John Piper, Editora Fiel.

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Autor: John Piper

John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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