sexta-feira, 29 de março

O mundo e o cristão – quais os limites desta relação?

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“Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” – Jesus em Jo 17.15

Embora sejam estranhas ao cristianismo primitivo, regras tentando livrar o cristão do mundo são comuns de uns tempos para cá. São regras que visam o bom testemunho e a proteção do cristão contra o pecado. Criando-as, a igreja passa a instituir leis, usos e costumes que a Bíblia jamais criou. Algumas das regras são conhecidas:

O cristão não pode beber, não pode fumar, não pode ir à show de rock, não pode ir ao baile, não pode ouvir música do mundo e não pode ir à festa junina. Não pode comemorar o Natal e a Páscoa. Não pode assistir UFC e nem sonhar em praticar artes marciais!

Não são poucos os que têm criado regras sobre o que um cristão pode e o que ele não pode fazer com relação ao mundo. Para estes, o mundo é um lugar perigoso e que deve ser evitado.

Por outro lado, muitos afirmam que o cristão não deve temer o mundo. Afirmam que o mundo é bom. Que podemos desfrutar de tudo o que há no mundo, seus bares, seus shows, suas festas, suas gírias, suas roupas… apenas não esquecendo a moderação.

Mas, o que é mundo? Permitam-me uma breve definição. Em Jo 17.15, Jesus orou assim: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal”. Tomando por base este versículo, entendemos que o mundo é o lugar onde vivemos. Logo, é impossível sairmos do mundo sem que morramos. Tirar do mundo seria o mesmo que matar. E, uma vez mortos, não poderíamos exercer nosso papel de sal e luz neste mundo. E é aqui, no mundo, que Deus nos usa. O pedido de Cristo é que o Pai nos livrasse do mal. Logo, há uma distinção entre o mundo e o mal. Você já pensou nisso?

Os cristãos têm uma missão neste mundo. Mais do que uma missão, uma tarefa (prazerosa). E esta tarefa não tem seu lugar fora do mundo. Todavia, Jesus afirmou várias vezes que o mal está no mundo (embora ele não seja o mundo). Que o maligno vive para nos matar, roubar e destruir. Seu poder de sedução é muito grande. Ele está aí, no mundo, ao nosso lado, o tempo todo. Embora Cristo peça ao Pai que não nos tire do mundo, ele intercede por nós para que fôssemos livrados do mal. Logo, existe uma linha muito fina que nos separa do mal.

Antes de sairmos legislando, deveríamos refletir sobre isso. A falta de bom senso e equilíbrio é o que tem levado pessoas aos extremos. Ou nada pode, ou tudo pode. Ou reprime, ou libera geral. Convido-os ao equilíbrio! Ao bom senso. Para isso, é necessário entendermos duas coisas: a graça comum e o que a Bíblia (nossa única regra de fé e prática) chama de mal.

Convido-os à reflexão. A partir de hoje, durante algumas semanas refletirei sobre a NOSSA RELAÇÃO COM O MUNDO. Quais são os limites desta relação? O que convém e o que não convém a um cristão? Veremos como Pedro e Paulo, em suas epístolas, lidaram com os cristãos libertinos que achavam que “tudo pode”. Veremos seus conselhos, suas recomendações e como a Palavra de Deus nos ensina a lidar com o mundo que nos cerca.

Seja bem-vindo à nossa jornada de reflexão sobre o Mundo e o Cristão.


Autor: Wilson Porte

É bacharel em Teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida e mestre em Teologia-histórica pelo Centro de Pós Graduação Andrew Jumper. É pastor da Igreja Batista Liberdade (SP) e professor no Seminário Martin Bucer e na Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares. Wilson Porte é casado com Rosana e pai de Natan e Ana.

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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