quarta-feira, 13 de agosto
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O pastor cristão comum

Quando você lê a palavra “comum”, o que você pensa? Sinônimos frequentes incluem inexpressivo, típico, normal e ordinário. Assim que você juntar esses sinônimos a um substantivo, você chegará a conclusões: Meu dia foi típico. O filme foi inexpressivo. O show foi regular. Quando pensamos sobre o ministério pastoral, somos tentados a fazer a mesma coisa: Meu pastor é inexpressivo; bem regular, na verdade; nada de especial; ele não fala em conferências e ainda não escreveu nenhum livro. Ele é apenas… comum.

Aqui está a realidade: um pastor comum provavelmente não será estimado em uma sociedade que mede o sucesso em termos de tamanho da igreja, vendas de livros e influência nas mídias sociais. No entanto, a percepção bíblica do sucesso está ligada à fidelidade do pastor. Em outras palavras, um pastor fiel nunca é menos que um pastor comum.

Eles são peregrinos

Pastores fiéis nunca são menos do que cristãos fiéis. O apóstolo Paulo foi um exemplo disso ao exortar os coríntios: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Coríntios 11.1). Pedro escreve que os pastores devem ser modelos para o rebanho (1Pedro 5.3). Mas um exemplo de quê? Sendo conquistado pela mensagem transcendente do evangelho e pela imanência da experiência do reino, o pastor percebe que é um peregrino passando por esta terra em seu caminho para a Cidade Celestial. Ele persistentemente recalibra seu coração, mente e vida para a realidade de sua união com Cristo (Colossenses 3.1-4). Ele contempla a glória de Cristo, levando à mortificação da carne e vivificação do espírito (Colossenses 3.5-17). Ele se esforça em santificação, enquanto leva o rebanho a fazer o mesmo.

Eles são missionários

Paulo lembra Timóteo de fazer “o trabalho de um evangelista” (2Timóteo 4.5). Parte deste trabalho é, obviamente, a abordagem intencional de incrédulos com o evangelho. Mas o pastor também deve equipar a congregação para pensar e agir como missionários. Afinal, a Grande Comissão é um comando para que os seguidores de Jesus reorientem suas vidas em torno de fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28.19-21). Os pastores podem fazer o trabalho de um evangelista treinando a congregação para que fielmente, zelosamente e atrativamente anunciem Cristo para as nações e para seus vizinhos. O trabalho pastoral comum inclui ajudar as pessoas a ver a importância, o privilégio e a prioridade de viver como um missionário.

Eles priorizam a igreja local

Pedro lembra especificamente seus ouvintes de que eles devem se preocupar com o rebanho para o qual Deus os chamou (1Pedro 5.2). O primeiro chamado do pastor é sua igreja local. Como resultado, o pastor lembra que, ainda que escrever e palestrar certamente sirvam à igreja mais ampla, essas coisas nunca vão ofuscar a substância e a esfera da sua vocação para sua igreja local.

Eles conhecem as ovelhas

Jesus, o modelo e motivação para todos os pastores, nos lembra que ele conhece suas ovelhas e suas ovelhas o conhecem (João 10.14). Ao considerarem as responsabilidades de seu chamado ministerial, o pastor deve lembrar que as ovelhas estão bem no centro delas. Ele deve conhecer suas virtudes e fraquezas. Afinal, ele prestará contas por esse rebanho (Hebreus 13.17). O pastor comum sabe que ele está lá para mais do que apenas ocupar o púlpito da igreja. Ele está lá para cuidar das ovelhas.

Eles amam as ovelhas

O cristianismo comum consiste em amar uns aos outros (João 13.34-35); certamente, um pastor comum faz o mesmo. Oramos pelas ovelhas com frequência, aconselhamos quando estão se desviando, incentivamos quando estão fracas, visitamos quando estão doentes, choramos com elas quando estão sofrendo e nos alegramos com elas quando estão felizes. Alegremente, voluntariamente e sacrificialmente servimos o rebanho com vistas à sua santidade. É isso que significa seguir o modelo do amor de Cristo (Marcos 10.45; Hebreus 12.1-2; 1João 3.16). Afinal, Jesus nos amou quando não éramos agradáveis; portanto, respondemos alegremente amando aos outros.

Eles alimentam e guardam as ovelhas

Quando Jesus restaurou Pedro, ele o encarregou de ser modelo para o pastoreio comum. Parte disso foi o chamado de Pedro para alimentar e guardar as ovelhas (João 21.15-17). Pastores fazem isso ao pregar fielmente a Bíblia, semana após semana, e estabelecer uma cultura de discipulado e treinamento. Assim, o ministério do pastor mostra um grande amor por Cristo e suas ovelhas tratando fielmente do crescimento e cuidado do rebanho. O cajado do pastor tem duas extremidades. Com uma, ele as reúne e alimenta, e com a outra, ele as protege dos lobos. Esse é o trabalho comum do pastor.

Quando os pastores levantam a cabeça da rotina diária e veem outros homens falando em conferências, escrevendo livros e dando entrevistas, eles podem ficar desanimados. No entanto, o pastor precisa lembrar que, ao passo que escrever, falar e outras atividades feitas fora do âmbito da sua igreja local podem certamente servir o povo de Deus, estas coisas nunca irão eclipsar a substância e a esfera da sua vocação para sua igreja local. Ele deve persistir em seu trabalho comum. Ele faz isso cuidando de seu próprio coração, fazendo o trabalho de um missionário, e apascentando o rebanho. Através deste trabalho comum, ele cumpre sua vocação extraordinária.

 

Tradução: João Paulo Aragão da Guia Oliveira
Revisão: Yago Martins


Autor: Erik Raymond

O rev. Erik Raymond é o pastor titular da Emmaus Bible Church em Omaha, Nebraska. Ele escreve no site The Gospel Coalition e em ordinarypastor.com.

Parceiro: Ministério Ligonier

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