sábado, 16 de agosto
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Os pastores devem fazer mudanças no primeiro ano do pastorado?

Este é um velho axioma constituído de duas partes:

1. Se você não fizer mudanças no primeiro de seu pastorado, não fará mais;
2. Seja qual for a mudança que você venha a fazer no primeiro ano, ela certamente será mal interpretada.

Axiomas como esse não são verdadeiros em todas as situações, mas a experiência comprova o quanto eles podem ser verdadeiros. Então, que verdade podemos encontrar nele e o que ele pode nos ensinar em relação ao primeiro ano no pastorado de uma igreja?

Mudanças – Sim, Podemos Fazê-las

A primeira questão a ser tratada é: “O pastor sempre deve tentar mudar algo”? A resposta a essa pergunta é um apropriado e retumbante “Sim”. Sim, é lógico que os pastores devem tentar mudar as coisas. Nossa tarefa é liderar as ovelhas em direção à santificação. Nós chamamos as pessoas ao arrependimento. Tanto o arrependimento quanto a santificação estão relacionadas à mudança. Não devemos deixar o rebanho no mesmo ponto em que o encontramos. Isso seria faltar com o dever.

Haja o que houver, a minha resposta é um apropriado “Sim”. Igrejas com costumes e culturas diferentes concedem a responsabilidade e a autoridade para fazer mudanças a diferentes grupos de pessoas. Algumas costumam conceder autoridade ao pastor para agir de forma unilateral. Outras restringem a autoridade pastoral, permitindo que as mudanças sejam feitas pela congregação ou pelo corpo diaconal. Não estou discutindo os prós e os contras das diferentes formas de governo da igreja. Isso é apenas para lembrar que o pastor deverá lidar com a questão das mudanças de modo diferente nas igrejas com costumes diferentes, e até mesmo em igrejas diferentes que tenham o mesmo costume.

Além disso, as áreas de responsabilidade do pastor diferem de igreja para igreja. A maior parte das coisas que as pessoas desejam mudar estão ligadas às estruturas ministeriais, ao prédio da igreja ou aos cultos. Nem todas as igrejas presenteiam o seu pastor com a mesma lista de “certo e errado” em relação às áreas nas quais ele deverá se envolver.

Apesar disso, essas restrições não devem impedir o pastor de introduzir mudanças importantes desde o início. As mudanças que são, de fato, importantes são aquelas que chamam as pessoas ao arrependimento e as desafia a crescer em Cristo.

Que Tipo de Mudança? ­– Depende

Se a primeira questão era saber se o pastor pode ou não fazer mudanças, a segunda é: “Que tipo de mudanças ele pode pensar em fazer”? A resposta depende de como era a igreja quando ele chegou.

Uma Igreja Nova e em Crescimento

Ao ingressar em uma igreja que está iniciando e crescendo rapidamente, a mudança mais importante e necessária será gerar um aumento de recursos. Não é necessário esperar doze meses para começar a ajuntar recursos para o crescimento da igreja.

No entanto, mudar o rumo de uma igreja como essa no primeiro ano é bem mais arriscado. Talvez a igreja precise disso, mas você, sendo o novo pastor, talvez não entenda porque e como essa igreja está fazendo progressos. Suas mudanças provavelmente destruiriam a dinâmica de crescimento, mesmo que involuntariamente. Lembre-se de que a igreja acabara de mudar de pastor – e que o fato de você estar lá já é o bastante para desestabilizar o sistema, mesmo que você não apresente uma cultura completamente diferente.

Uma igreja antiga e em decadência

Geralmente, ao ingressar em uma igreja antiga e em decadência, precisando ser reformada, é importante fazer mudanças logo no primeiro ano. Caso contrário, as forças mortíferas da congregação, as quais levaram a igreja ao declínio, poderão também subjugá-lo. De forma geral, quanto mais decadente for a igreja, mais forte será a tendência da membrezia para resistir às mudanças – o que é o motivo óbvio de seu declínio. Essas pessoas resistirão à possibilidade de mudança até o ponto em que a igreja esteja arruinada.

Revele sua intenção de fazer mudanças no momento em que você estiver sendo entrevistado para o cargo e, depois, dê início às mudanças imediatamente, sabendo que cometerá erros à medida que as fizer. É difícil para a maioria dos pastores ter esse tipo de disposição mental. Eles planejam fazer reformas, quando, na verdade, é preciso reinventar a igreja do começo ao fim. Dessa forma, eles acabam sendo domesticados e derrotados pelo peso morto das tradições.

Uma Igreja Estática

Entretanto, a maioria das igrejas não está em crescimento, nem em decadência; está estática. Elas precisam de reforma, mas isso requer a sabedoria de Salomão para discernir quais as mudanças necessárias. Se você não fizer mudanças em seu primeiro ano, ainda assim precisará de reforma, pois terá voltado à estaca zero. De qualquer forma, levará mais de um ano para que você descubra quais são os obstáculos que impedem o crescimento da igreja (espirituais e/ou numéricos) e como superá-los. Então, pelo menos, faça as mudanças que todos gostariam de ver, a fim de demonstrar sua liderança e ganhar credibilidade para fazer mudanças menos populares mais adiante. No entanto, você pode errar até mesmo fazendo uma mudança popular!

A Mudança Começa em Casa

O axioma no início deste artigo trata de um erro comum na forma de pensar: que o pastor pode ganhar a confiança de todos sem mudar nada, o que lhe permitirá mudar todas as coisas mais tarde. É lógico que doze meses é uma ilustração arbitrária; é um número “genérico”. Nas áreas rurais, esse período pode ser maior, nas zonas urbanas, menor.

A liderança do púlpito deve dar o exemplo por meio de suas ações. O pastores precisam ser exemplos de mudança. E a primeira condição para que haja mudanças em qualquer igreja é o pastor levar a Palavra de Deus a sério em sua própria vida.

 

Traduzido por: Waléria Coicev

Do original em inglês: Should Pastors Change Anything in the First Year.


Autor: Phillip Jensen

Phillip Jensen é diretor de Treinamento e Desenvolvimento de Ministério, que fornece treinamento contínuo para ministros na Diocese de Sydney. Autor de "By God’s Word" ("Pela Palavra de Deus"), Phillip iniciou uma série de organizações incluindo a Ministry Training Strategy (Estratégia de Treinamento para o Ministério).

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