Por que os pastores da Igreja Batista Bethlehem desempenham, com alegria, o seu ministério como mentores pastorais? Nossa missão, enquanto corpo pastoral, é difundir uma paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas a fim de que, por meio de Jesus Cristo, todos os povos alegrem-se. Portanto, continuamente pedimos que Deus nos dê visão, energia e habilidade para realizar essa missão com os aprendizes que Ele nos concede.
O Fundamento Bíblico
Jesus nos deixou um exemplo quanto à ação de investir num número seleto de homens. O evangelho de Marcos nos diz: “Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar” (Mc 3.14). O objetivo de Jesus era ficar com eles por um tempo, e depois mandar que eles pregassem em diversos lugares.
Paulo preservou esse exemplo de discipulado com Timóteo. Ele convidou Timóteo para ficar com ele por um tempo, e depois o enviou a pregar, dando-lhe a instrução de perpetuar o processo a gerações subsequentes: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2 Tm 2.2).
Ser o mentor de outras pessoas é um grande privilégio e uma importante responsabilidade que Deus nos dá. Envolve aspectos de relacionamento e doutrina. É tanto espontâneo como intencional. Ser o mentor de alguém não é, em primeiro lugar, um projeto, é um relacionamento. É pregar por palavras e ações. Parte da importância de nossa responsabilidade é que nós, pastores, devemos sempre dizer aos que aprendem conosco, a mesma coisa que Paulo disse: “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Fp 4.9). Ele também disse: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Co 11.1).
Jesus trabalhava como mentor usando instruções doutrinárias especiais (Mc 4.10), exemplos no que diz respeito a ministério (Mc 9.14-29), e parceria ministerial (Lc 10.1-20). Ele orava por seus discípulos (Jo 17). Ele os ensinou a orar (Lc 11.1). Ele cantou com eles (Mt 26.30), os corrigiu (Lc 24.25) e os encorajou (Lc 10.21-24).
Ao contrário de Jesus, não somos exemplos perfeitos, então, nosso ensino e exemplo não são perfeitos. Entretanto, essas coisas são importantes. Até nossas fraquezas e falhas podem ser instrutivas. Assim, transparência e honestidade são cruciais no relacionamento de mentor e aprendiz (1 Tm 1.12-17).
Que oportunidade excelente Deus concedeu aos pastores! Investir num número seleto de homens talentosos tem o potencial de influenciar milhares de pessoas exatamente com a visão de Deus nas Escrituras a qual viemos a apreciar. Então oramos continuamente para que Deus nos guie e capacite a fim de que façamos isso “por modo digno de Deus” de forma que esses homens saiam a pregar “por causa do Nome” de Deus (3 Jo 1.6-7).
Como Funciona o Trabalho dos Mentores Pastorais na Igreja Bethlehem
Há 28 anos a Igreja Bethlehem oferece o trabalho dos mentores a homens em preparação para o ministério como presbíteros. Há 10 anos, elevamos essa prática a um programa chamado Instituto Bethlehem que oferece por volta de 50 horas de crédito a nível de graduação em exegese bíblica das línguas originais, em missões, teologia prática, pregação e o ministério de mentores.
Há planos de tornar o Instituto Bethlehem em faculdade e seminário a partir de setembro deste ano. Entre outras coisas, o Instituto espera oferecer um programa de especialização em divindade tendo base na igreja e com 100 horas de crédito.
Acreditamos que há vários benefícios num programa de aprendizagem com nível de especialização nessa base – a igreja. Especificamente, os aprendizes ganham um reforço diário com o fato de que sérios estudos bíblicos e teológicos das línguas originais são importantes na vida real e no ministério. São outros meios de crescimento para eles:
- A oportunidade de desenvolver um relacionamento de discipulado com um mentor experiente, a quem é possível observar e auxiliar num contexto regular.
- A abordagem com base no grupo, segundo a qual os alunos desenvolvem relacionamentos profundos entre si e aprendem tanto ou mais uns com os outros do que aprendem com seus instrutores.
- A oportunidade de ver como uma diferente teologia e filosofia de ministério têm um impacto no ministério cotidiano da igreja local.
- Oportunidades regulares de ensinar e exemplificar o que se aprende no contexto da igreja.
- Oportunidade de interagir todas as semanas com o pastor que pregou no domingo e conversar com ele sobre essa pregação.
- Oportunidade de aprender a aplicar teologia no círculo interno da vida na igreja, o que permite uma coerência no sustento do aprendiz, nos estudos, na adoração e no ministério e uma perspectiva cristã do mundo, a qual vê a igreja local como uma sementeira de missões e que permeia todo o programa.
Cada aluno deve ministrar pelo menos cinco horas por semana. Depois que o aluno chega, os pastores o ajudam no(s) ministério(s) que ele desempenhará.
As Responsabilidades de um Mentor
Os pastores que também são mentores têm, ainda, as seguintes responsabilidades:
- Encontrar-se formalmente com o(s) aprendiz(es) uma vez por mês. Se um pastor tem mais de um aprendiz, é comum que ele se reúna com todos ao mesmo tempo. Os propósitos dos encontros mensais são:
- Apoiar uns aos outros por meio do compartilhamento de experiências e de oração.
- Prestar contas uns aos outros acerca da vida devocional, da vida em casa, da pureza e integridade.
- Discutir sobre o ministério, sobre teologia e assuntos que possam ser relevantes à situação individual do aprendiz.
- Comunicar aos aprendizes valores essenciais que dão forma à nossa vida e ministério.
- Receber, revisar e arquivar, semanalmente, relatórios sobre prestações de contas e ministério.
- Eles se reunirão uma outra vez por mês ou na casa do pastor ou no momento em que o pastor estiver desempenhando seu papel no ministério.
- Ao término do ano acadêmico (1º de junho), eles escreverão um resumo das forças e fraquezas de cada aprendiz, da qualidade de seu investimento no ministério e outras habilidades como as que se referem a atitude, prontidão, etc.
- Ao final do programa de especialização em divindade, é solicitado que o mentor escreva uma carta de recomendação para o aprendiz, a qual será usada quando forem surgindo oportunidades na área de educação ou no ministério.
Traduzido por: Ana Paula Eusébio Pereira
Do original em inglês: Why Are We Joyfully Committed.