segunda-feira, 3 de março
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Quando Elisabeth Elliot teve problemas com sua mãe

O hiato entre as intenções e o comportamento de Betty

“Estou tão cansada de receber educação tão somente do que há entre a capa e a contracapa de um livro. Nós precisamos é de começar a pensar ocasionalmente, ao invés de apenas memorizar.” — Betty Howard

Betty se formou como oradora oficial de sua turma.

“Ah, sim”, ela diria sobre essa grande conquista anos depois. “Houve dez desses na minha turma.”

A próxima parada, assim como para tantos cristãos FM’s, FP’s e FC’s daquela época, era o Wheaton College.

“Eu era um sapo muito pequeno em um charco muito grande”, disse Betty sobre Wheaton. Tecnicamente, não era um grande charco, com um corpo discente de menos de mil alunos quando ela começou as aulas no outono de 1944. Mas, assim como a HDA, o Wheaton College era um charco que produzia uma quantidade desproporcional de líderes cristãos em relação ao seu tamanho.

Wheaton foi fundada por abolicionistas cristãos em 1860, como uma instituição comprometida com o crescimento intelectual rigoroso e uma fé profunda e biblicamente fundamentada. A escola era uma parada na Underground Railroad [Ferrovia Subterrânea][i] e formou um dos primeiros universitários afro-americanos de Illinois. O lema de Wheaton, “Por Cristo e por seu Reino”, capturou a atenção e as intenções de vida de estudantes como Billy Graham, Ruth Bell Graham, Carl F. H. Henry, John Piper e, é claro, os futuros missionários Ed McCully, Nate Saint, Jim Elliot e uma tal Betty Howard.

À medida que a Segunda Guerra Mundial avançava no outono de 1944, Betty escreveu fielmente para amigos homens no serviço militar: sua paixão do ensino médio, Paul, e um colega da HDA chamado George Griebenow, que havia sido convocado para o Exército enquanto calouro em Wheaton. As cartas de Betty para sua família transmitiam as notícias dos soldados sobre a guerra na Europa — “Paul está em Cherbourg agora; isso é tudo o que ele podia dizer”.

Betty estava mais preocupada com assuntos locais. “Aqui está a relação das minhas despesas”, escreveu para a mãe, horrorizada. “Duzentos e vinte e cinco dólares e trinta e cinco centavos para o semestre!”

“Eu te amo muito e confio que você não ficará sobrecarregada com [isso]. Tenho que parar de me preocupar com isso — honestamente, quase desmaiei quando vi […] ainda não recebi minha designação de trabalho, mas espero conseguir um bom emprego e um salário decente. É possível trabalhar até 65 centavos por hora. Nada mal!”[ii]

Betty precisava do dinheiro, mas também estava dando ouvidos a uma carta enviada aos calouros por Edman, presidente de Wheaton: “Em tempos de guerra, é especialmente patriótico cooperar no trabalho em tempo parcial. Haverá muitos empregos disponíveis no campus, e neles você pode servir tanto à faculdade quanto ao país”.[iii]

“Eu vinha orando sobre esses gastos e não conseguia falar sobre isso com a senhora; mas afinal de contas, o Senhor me enviou para cá, creio eu, e ele certamente pode mandar a provisão”, disse Betty à mãe. “Ele ‘sabe que temos necessidade destas coisas’. Tive que pedir perdão por minha preocupação e dúvida.”[iv] Preocupações financeiras à parte, Betty logo se adaptou à vida em Wheaton: “Acho que vou me formar em inglês ou filosofia […] o pessoal aqui é muito amigável e todos estamos aproveitando nosso tempo aqui […] as coisas estão indo muito bem. Eu […] acabei de tomar café da manhã — o refeitório fica no porão do meu dormitório e certamente é muito limpo e atrativo. Cadeiras e mesas de bordo com flores. Sem toalhas de linho, é claro, mas as mesas são enceradas e polidas. Tomei café, suco de frutas, torradas com geleia e um ovo”.[v]

As coisas estavam um pouco menos em ordem em seu dormitório. Devido ao número de jovens que voltavam da guerra para a faculdade, havia pouca moradia para mulheres. Betty e sua colega moravam em um quarto de solteiro; tinham duas camas, mas apenas uma cômoda e um guarda-roupas. O pai dessa colega era dono de uma loja de departamentos, e ela tinha o melhor que a década de 1940 tinha a oferecer: vestidos de verão listrados de algodão, saias compridas, camisolas xadrez, sapatos bicolores, mocassins, saias peplum, dúzias de vestidos floridos de algodão, suéteres alegres, pérolas, vestidos de baile e acessórios de todos os tipos.

“Era simplesmente um esforço enorme para eu pendurar um vestido ou tirar qualquer coisa do armário”, lembrou Betty anos depois. “Com toda a sua força, você tinha que empurrar as coisas; e eu tinha cerca de dez centímetros do armário, enquanto ela tinha o resto. Era uma situação desagradável.”[vi]

Apenas algumas semanas após o início das aulas, Betty escreveu aos pais sobre uma grande reunião no ginásio dos ex-alunos de Wheaton — “A Hora da Capela de Domingo, patrocinada por Torrey Johnson, o homem que fundou a Chicagoland Youth for Christ [Juventude para Cristo de Chicagoland] […] Eu julgaria que pelo menos 2.000 pessoas estavam lá […] um grande número foi à frente para dedicar suas vidas e acho que alguns foram salvos. […] [A Youth for Christ] reservou o Estádio Municipal de Chicago para 21 de outubro e eles querem que 1.000 alunos de Wheaton se voluntariem para cantar em um coral de 2.500 pessoas. O estádio comporta cerca de 60.000 pessoas e, nossa! É muito emocionante! Que testemunho para o Senhor!!! Mal posso esperar! Por favor, orem por todas as reuniões de jovens — elas já tiveram centenas de almas e terão centenas mais se orarmos!”[vii]

Mesmo que Wheaton oferecesse o tipo de oportunidades espirituais a que Betty estava acostumada, também começou a abri-la para o mundo da literatura além dos clássicos cristãos que ela havia lido em casa.

Cartas do primeiro ano mostram Betty exultando com o famoso “Prefácio” de William Wordsworth às suas baladas líricas, escritas em 1800. A prosa de Wordsworth — abundante em frases entorpecentes de comprimento impressionante, separadas por milhares de vírgulas — capturou Betty. O que é um poeta? A quem ele se dirige? E que linguagem se espera dele? — Ele é um homem que fala aos homens: um homem, é verdade, dotado de uma sensibilidade mais viva, mais entusiasmo e ternura, que tem um maior conhecimento da natureza humana e uma alma mais abrangente do que se supõe ser comum entre a humanidade; um homem satisfeito com suas próprias paixões e volições, e que se alegra mais do que outros homens no espírito de vida que está nele; deleitando-se em contemplar volições e paixões semelhantes, conforme manifestadas nos acontecimentos do Universo, e habitualmente impelido a criá-las onde não as encontra. A essas qualidades, acrescenta-se a ele uma disposição para ser afetado mais do que outros homens por coisas ausentes, como se estivessem presentes; uma capacidade de evocar em si paixões, que estão de fato longe de ser as mesmas produzidas por eventos reais, mas (especialmente nas partes da simpatia geral que são agradáveis e deliciosas) se assemelham mais às paixões produzidas por eventos reais do que qualquer coisa que, apenas pelos movimentos de suas próprias mentes, outros homens estão acostumados a sentir em si mesmos: de onde, e pela prática, ele tem adquirido maior prontidão e poder em expressar o que pensa e sente e, especialmente, aqueles pensamentos e sentimentos que, por sua própria escolha, ou pela estrutura de sua própria mente, surgem nele sem excitação externa imediata.[viii]

Encantada com a prosa túrgida de Wordsworth, Betty escreveu à mãe que aquilo estava “positivamente fora deste mundo” […] “Imagine ser capaz de se expressar como ele!”[ix]

Evidentemente, houve alguma resistência lá de casa. “A senhora perguntou […] se Wordsworth não era panteísta”, respondeu Betty à mãe com bastante condescendência. “A senhora tem a mesma concepção equivocada que muitas pessoas têm ao ler algumas de suas poesias. Alguns de seus poemas tendem ao panteísmo, mas quando seus motivos, ideais e circunstâncias são estudados, descobre-se que ele definitivamente não era panteísta. É uma história muito longa para descrever aqui!”[x]

Katharine Howard deve ter expressado por escrito mais preocupações depois de Betty anunciar que talvez se formasse em inglês. Betty a repreendeu. Educadamente. “Mãe, a senhora parece estar se preocupando com minha graduação em inglês. Bem, deixe-me esclarecer o fato de que [um livro que ela havia lido com o perfil de um líder não cristão] certamente não tinha nenhuma conexão com a matéria de inglês. A leitura foi […] para a de história. […] A única leitura que nos é exigida em inglês são O peregrino e uma peça de Shakespeare. Algum problema com eles?”

“Além disso — a senhora sugeriu que eu me graduasse em Bíblia. Há uma dificuldade primordial: isso não prepara a gente para nada específico. Por que ir para a faculdade se você vai sair sem preparação para ganhar a vida? Se eu fosse estudar apenas a Bíblia e matérias relacionadas a ela, eu deveria ter ido para um instituto bíblico. Os colegas que estão se graduando em Bíblia planejam ir para o campo missionário e nada mais. Acredito que, a menos que o Senhor tenha definitivamente chamado uma pessoa para o campo missionário, devemos estar preparados para encarar o mundo em seus próprios termos. Mas esta é a principal razão: o Senhor definitivamente me levou a escolher o inglês. Talvez ele mude minha cabeça outra vez, mas até lá, devo continuar no caminho que ele tem apontado.”[xi]

Quando não estava corrigindo a mãe, Betty estava ocupada com a equipe do jornal da escola, o coral, o debate, as aulas de canto, além de seus horários acadêmicos e de trabalho. Mais uma vez, havia preocupações vindas de casa.

“Mãe, a senhora não precisa se preocupar com o fato de eu ter muitos espetos no fogo ao mesmo tempo. Tenho orado muito definitivamente sobre eles.”[xii]

“Mãe, não entendo por que a senhora acha que eu deveria sair de qualquer uma dessas atividades — e ainda mais o clube de debates! A senhora não tem ideia de como ele é divertido e a maravilhosa multidão de colegas no esquadrão. Eu odiaria renunciar a isso. […] Claro que eu poderia deixar de lado minhas esperanças quanto ao coral ou as lições de canto. Mas eu odeio desistir de coisas em que já estou envolvida.”[xiii]

Betty e sua mãe trocaram milhares de cartas ao longo de suas vidas. Um paciente pesquisador identificou 1.355 cartas de Betty para “Queridíssima Mãe”, totalizando quase três mil páginas, ao longo de trinta e dois anos.[xiv]

O relacionamento entre elas, como o de tantas mães e filhas, era complexo. Betty conseguia ser crítica e grosseiramente insensível, mas também amorosa e agradecida para com a mamãe, a quem sempre chamava de “Mãe”, enquanto Philip Howard era “Papai” ou “Paizinho”.

Katharine Howard, uma mãe superprotetora muito antes de essa expressão ser usada, lamentava quando se sentia excluída — nem que fosse da menor maneira — da vida de seus filhos. Ela comentava quantas cartas recebia ou deixaria de receber. Quando seu filho mais velho, Phil, estava no serviço militar, ela lhe enviava bilhetes como: “Phil, querido: tente enviar cartas pelo correio aéreo. Nenhuma correspondência sua tem chegado já há um longo tempo, e esse silêncio não é ‘ouro’! Estou ansiosa por notícias suas”.

Ela comparava quantas cartas Phil enviava para sua namorada versus quantas escrevia para casa. Tendo visto a necessidade de sua mãe, Phil aconselhara Betty sobre o assunto quando Betty ainda estava no internato:

“Quero citar para você um trecho de uma das cartas que recebi da mãe, e então vou explicar”,[xv] escreveu à irmã. Ele passou a citar algumas linhas que a mãe lhe havia escrito sobre uma certa notícia que Betty não havia se preocupado de compartilhar com ela.

“‘Betty […] não me contou; eu ouvi de uma maneira indireta. Fiquei um pouquinho machucada por ela não ter me contado, uma vez que eu anelo tanto para participar das alegrias e tristezas dos meus filhos. Mas, de alguma forma, pareço falhar nisso, pelo menos no que diz respeito a Bets. Ela é tão reticente! No entanto, eu a amo muito, assim como ela é.’”

“Talvez você já entenda onde estou querendo chegar”, continuou Phil em sua carta a Betty. A mãe deles desejava “que nós, filhos, contemos tudo a ela. Já tinha percebido isso antes, e conto a ela praticamente tudo sobre minhas alegrias e tristezas. Eu sei que você ama a mãe […] esta é uma maneira prática pela qual você pode mostrar seu amor por ela; então, conte-lhe tudo”.

Phil concluiu: “Não estou criticando você […] Escrevi isto como uma exortação, em um espírito de amor cristão, para a glória de nosso Senhor Jesus, e a felicidade da querida Mãe, e o bem de sua vida como filha de Deus. Afinal, que melhor amiga na terra um cara ou uma moça tem, além de sua mãe?”[xvi]

Se alguém já ouviu um irmão lhe repreender por ter machucado sua mãe só “um pouquinho”, certamente consegue sentir as emoções comprimidas entre as frases tão cuidadosamente expressas dessa missiva. Mas a família Howard não falava sobre emoções; eles exortavam uns aos outros para a glória de Deus.

Ainda assim, Betty se sentiu péssima depois de ter tratado mal a mãe, como revela uma amostra de suas cartas.

“A senhora é maravilhosa para mim, mãe. O modo como a senhora segue em frente, e isso com um tão belo espírito, em meio a todas as suas provações, que são muitas! Se não houvesse nada mais, uma filha como eu já seria o bastante para deixá-la louca. Mas a senhora recebeu uma porção muito maior, e ainda assim se encheu de maior doçura. Nós, as crianças (seus filhos, quero dizer), estamos orando pela senhora, e sei que há outros amigos que devem fazê-lo também. Fico feliz que a senhora tenha um temperamento constante e o equilíbrio que traz à família. Pelos milhões [de] outras coisas a seu respeito, também sou grata — mas sou mais grata simplesmente por você!”[xvii]

“Quero agradecê-la novamente por tudo o que a senhora fez — não apenas materialmente, mas espiritualmente e de todas as outras maneiras. Sinto muito mesmo que meu contínuo antagonismo e meu espírito argumentativo tenham sido tamanha tristeza para a senhora neste verão. Eu sei que digo isso todos os anos, e todo verão eu ajo da mesma maneira. Mas agradeço à senhora por ter um espírito tão doce e perdoador. Não consigo entender como a senhora poderia me tolerar. Mas o Senhor é muito real em sua vida, como qualquer um pode ver, e eu a amo, de verdade!”[xviii]

“Não, mãe! Não seria nenhum alívio se a senhora parasse de escrever! […] E eu amo ouvir sobre todos vocês — mesmo que eu raramente mencione suas cartas.”[xix]

Os registros no diário mostram o hiato entre as intenções e o comportamento de Betty. “Meu coração dói pela maneira como tratei minha querida mãe. Oh, eu a amo tanto — esta tarde chorei, pois sinto tanta falta dela, e me senti tão pesarosa por não conseguir mostrar a ela o meu amor. Algum dia eu irei [para longe] — talvez para nunca mais vê-la. Por que não a aproveito quando estou com ela?”

 

Este artigo é um trecho adaptado e retirado com permissão do livro Moldada por Deus, de Ellen Vaughn, o qual é o volume 1 do box Elisabeth Elliot: uma biografia autorizada (em breve pela editora Fiel).

CLIQUE AQUI para ler mais artigos que são trechos dos livros deste box.


[i] N. T.: O termo se refere não a uma ferrovia literal, mas a um conjunto de rotas e esconderijos secretos criado no século XIX, nos Estados Unidos, por negros escravizados, abolicionistas e pessoas simpáticas ao movimento. A “ferrovia” conduzia a estados onde a escravidão já havia sido abolida ou até mesmo ao Canadá.

[ii] EH para “Queridíssima Mãe”, 12 de setembro de 1944.

[iii] Carta do presidente da Wheaton, V. Raymond Edman, aos calouros, agosto de 1944.

[iv] EH para “Queridíssima Mãe”, 12 de setembro de 1944.

[v] Ibid.

[vi] https://www2.wheaton.edu/bgc/archives/transcript/cn278t02.pdf.

[vii] EH para “Queridíssimos Pais”, 24 de setembro de 1944.

[viii] https://www.bartleby.com/39/36.html.

[ix] Carta de EH para a família, 4 de fevereiro de 1945.

[x] Carta de EH para “Mãe”, fevereiro de 1945.

[xi] Carta de EH para “Mãe”, 26 de janeiro de 1945.

[xii] Carta de EH para “Mãe”, 9 de outubro de 1945.

[xiii] Ibid.

[xiv] Anthony Solis, de Wheaton, Illinois, é um pesquisador paciente e meticuloso que foi de incomensurável ajuda com detalhes de pesquisa sobre este projeto.

[xv] Phil Howard para “Querida Betty”, 1º de outubro de 1943.

[xvi] Phil Howard para “Querida Betty”, 1º de outubro de 1943.

[xvii] EH para “Queridíssima Mãe”, 12 de março de 1945.

[xviii] As citações nesta seção são de cartas de EE de 10, 12 e 14 de setembro de 1944. A carta de Phil é 1º de outubro de 1943.


Autor: Ellen Vaughn

ELLEN VAUGHN é autora e palestrante best-seller do New York Times, tendo dezenas de livros publicados. Com diplomas da Georgetown University e da University of Richmond, Ellen colaborou com o falecido Chuck Colson, ex-conselheiro da Casa Branca, em várias de suas obras seminais. Ex-vice-presidente de comunicações executivas da Prison Fellowship, maior organização cristă do mundo para presos, ela viaja frequentemente para entrevistar seguidores de Cristo em diversas partes hostis do mundo. Ellen gosta de ler, fazer caminhadas, beber café e olhar pensativamente para o oceano.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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