quarta-feira, 24 de abril

Quem a bíblia diz que jesus cristo é?

Em 16 de dezembro de 1739, George Whitefield pregou um sermão com base em Mateus 22.42 na Igreja da paróquia de Bruton, em Williamsburg, Virgínia, no qual fez à sua audiência a mesma pergunta que Jesus tinha feito aos seus ouvintes 1.700 anos antes: “Que pensais vós do Cristo?”.

A língua que Whitefield falava era diferente da de seu Senhor, mas as consequências eternas da resposta eram as mesmas. Algumas das respostas dos tempos de Jesus — Ele era João Batista ressuscitado dentre os mortos; era um dos profetas; era Elias (veja Marcos 8.27-28) — eram semelhantes às respostas dadas nos tempos de Whitefield. Deístas como Benjamin Franklin, um grande amigo de Whitefield, consideravam Jesus um mestre incomparável, mas ficavam muito longe de confessar a sua divindade. Outros consideravam Jesus como divino, mas de tal maneira que a sua divindade era menor que a do Pai. Whitefield, fiel ao testemunho das Escrituras, não se envergonhou de dizer às pessoas que Jesus Cristo é plenamente Deus e que “se Jesus Cristo não fosse verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, nunca mais pregaria o evangelho de Cristo. Pois isso não seria evangelho; seria apenas um sistema de ética moral”.

Verdadeiro Deus de verdadeiro Deus

A evidência para a deidade completa do Senhor Jesus é encontrada ao longo de todo o Novo Testamento. Jesus é explicitamente chamado de “nosso grande Deus e Salvador” (Tito 2.13). A plenitude da divindade habita nele (Colossenses 1.19; 2.9). Ele possui títulos e nomes dados a Yahweh no Antigo Testamento (compare, por exemplo, Isaías 44.6 e Apocalipse 1.17). Ele é apresentado como o objeto de adoração (Hebreus 1.6) e é invocado em oração (Atos 7.59-60; 1 Coríntios 16.22; 2 Coríntios 12.8). Ele faz coisas que só Deus pode fazer, como criar o universo (João 1.3; Colossenses 1.16), perdoar pecados (Marcos 2.5-10; Colossenses 3.13) e julgar-nos no último dia (Atos 10.42; 17.31; 2 Coríntios 5.10). Ele possui atributos divinos, tais como onipresença (Hebreus 1.3; Efésios 4.10), onisciência (Apocalipse 2.23), onipotência (Mateus 28.18) e imutabilidade (Hebreus 13.8). A deidade completa de Cristo integra o evangelho. Qualquer outra posição perverte o Novo Testamento.

Aquele que se encarnou

O Novo Testamento também testemunha outra verdade sobre a identidade de Cristo: Sua humanidade completa. Como diz o apóstolo Paulo, ele é “Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Ele foi criado em circunstâncias humildes (Mateus 13.55). Ele experimentou as dores da fome (4.2). Ele conheceu o cansaço e a sede (João 4.6-7). Ele chorou lágrimas genuínas de tristeza (11.35). Contudo, enquanto a sua humanidade é como a nossa em todos esses aspectos, há um aspecto em que ela é totalmente diferente da nossa: é sem pecado. Ao olharmos para a vida de Cristo, não há um único incidente ao qual podemos apontar e dizer: “Veja, um pecado”. Negar a humanidade de Cristo é arruinar o evangelho (veja 1 João 4.1-3; 2 João 7-9).

Para a nossa salvação… crucificado

Depois de uma vida fazendo o bem, curando os doentes e pregando o evangelho, Jesus foi preso pelas autoridades judaicas e romanas. Aquele que é a Verdade e que amou a Deus de modo perfeito foi acusado de ser um blasfemador. Ele sofreu vergonhosamente nas mãos de guardas judeus e soldados romanos, sendo flagelado e zombado. Ele foi despojado de toda a sua roupa e morto sem nada para cobrir a sua nudez (João 19.23-24; Marcos 15.24). Sua morte foi a mais vergonhosa e dolorosa conhecida pelos romanos: crucificação (Hebreus 12.2; João 19.16-18). O Autor da vida, que ressuscitou dentre os mortos, foi sepultado num túmulo. O mais terrível de tudo, no entanto, foi o senso de abandono por Deus que inundou a alma de Jesus quando ele morreu (Mateus 27.46; Marcos 15.34), pois em sua morte ele suportou e experimentou pelos pecadores a ira infernal que eles merecem (1 Coríntios 15.3; 2 Coríntios 5.21; Hebreus 9.11-14, 28). Sua morte foi nada menos que uma morte vicária e propiciatória. Negar isso é negar o evangelho.

Mas a morte não pôde prender Jesus no túmulo, pois nem a morte nem Satanás tinham qualquer reivindicação sobre ele (Salmos 16.10; Atos 2.24-31). Assim, Deus Pai, pelo Espírito Santo, ressuscitou Jesus dentre os mortos no terceiro dia (Mateus 28.6-7; Atos 2.32; Romanos 8.11), e ele foi visto em diversas ocasiões por seus apóstolos e testemunhas escolhidas (Atos 1.3-8; 1 Coríntios 15.4-8). Rejeitar a ressurreição corporal remove a nossa esperança de salvação.

Esse é o evangelho que o Novo Testamento ensina, que Whitefield pregou, e que nós ainda afirmamos: Cristo, completamente Deus, tornou-se homem para a nossa salvação, morreu por nossos pecados e ressuscitou dentre os mortos. Creia e você será salvo.

 

Tradução: Camila Rebeca Teixeira

Revisão: André Aloísio Oliveira da Silva

Original: Who is Christ?


Autor: Michael Haykin

Michael Haykin é professor de história da igreja e espiritualidade bíblica no Southern Theological Baptist Seminary, em Louisville, Kentucky, onde também trabalha como diretor do Centro de Estudos Batistas Andrew Fuller. Haykin é autor de inúmeros livros.

Parceiro: Ministério Ligonier

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