quinta-feira, 26 de dezembro
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A eterna redenção

I. O que significa esta “eterna redenção”?

A palavra grega se deriva do verbo que significa “libertar ante o recebimento de um resgate”. O redentor é Jesus Cristo, o parente remidor dos eleitos de Deus — “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo” (Lc 1.68). O preço que Jesus pagou em favor da redenção de seu povo foi o seu próprio sangue, derramado em sua morte, no lugar dos eleitos — “o Filho do Homem… veio para… dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20.28). E o Redentor é também, Ele mesmo, a redenção — “Cristo Jesus, o qual se nos tornou… redenção” (1 Co 1.30). Cristo redimiu seu povo do pecado e de tudo o que a ele se associa.

1. Cristo redimiu de todo pecado — original ou atual, público ou secreto, de comissão ou omissão, de pensamentos, palavras ou ações. “Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados” (Rm 11.26,27; Is 59.20,21). “É ele quem redime a Israel de todas as suas iniqüidades” (Sl 130.8). Cristo “a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2.14).

2. Cristo nos redimiu da culpa do pecado — o pecado visto com base na justiça de Deus. “O Senhor resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado” (Sl 34.22). “No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1.7; Cl 1.14); “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). (Redenção é um termo legal e, por isso, está mais relacionado à nossa culpa do que à nossa corrupção.)

3. Cristo nos redimiu do poder do pecado — o domínio do pecado sobre os pecadores. “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.14-15).

4. Cristo nos redimiu da punição do pecado — a penalidade de morte merecida pelo pecado, devido à transgressão da lei de Deus. Cristo profetizou a respeito dos eleitos de Deus: “Eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição?” (Os 13.14; cf. 1 Co 15.54, ss.) Portanto, “vindo… a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5). “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar” (Gl 3.13). Por conseguinte, Cristo é o único que “da cova [destruição] redime a tua vida” (Sl 103.4).

5. Cristo nos redimiu da presença do pecado — um benefício a ser outorgado por Ele em sua vinda. O Espírito Santo é “o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade” (Ef 1.14). “Também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4.30). “ Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.27-28).

II. Como foi obtida esta redenção? Esta pergunta é respondida em grandes detalhes no capítulo nove de Hebreus.

1. Cristo obteve redenção à maneira tipificada no Antigo Testamento. Arão, o sumo sacerdote de Israel, era um tipo de “Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados”, em favor dos eleitos de Deus (v. 11). O ministério de Arão em santuário terreno e temporário, feito pelos homens, tipificava o ministério de Cristo em um “maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação” (v. 11). A entrada de Arão no Santos dos Santos tipificava a entrada de Cristo no “céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus” (v. 24). Arão, buscando a redenção com o sangue de touros e de bodes em uma bacia, tipificava Cristo, obtendo a redenção com o seu “próprio sangue” (v. 12) — o sangue do Cordeiro de Deus que corria em suas veias. Arão tinha de entrar duas vezes no Santo dos Santos — uma vez para oferecer sangue pelos seus próprios pecados; depois, em favor dos pecados do povo. Ele tinha de fazer isso a cada ano. Cristo, porém, entrou no mais santíssimo de todos os lugares “uma vez por todas” (v. 12) — “uma vez”, porque Ele mesmo não tinha pecado; “por todas”, porque não precisaria entrar ali novamente. Arão ministrava em favor da purificação da carne; “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” (v. 14.). Por intermédio da misericórdia, Arão recebia o perdão anual. Cristo, o Sumo Sacerdote, “eterna redenção”.

2. Cristo obteve eterna redenção para aqueles aos quais ela estava prometida, mas ainda não outorgada nos dias do Antigo Testamento (v. 15). “Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados” (v. 15). Por essa razão, Jacó profetizou a respeito de Cristo como o “Anjo que me tem livrado de todo mal” (Gn 48.16). E Jó pôde exclamar: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

III. Por que esta redenção é “eterna”?

1. Ela foi planejada na eternidade.

a. O Redentor foi predestinado (1 Pe 1.18-21): “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus”.

b. Os redimidos foram predestinados. Todos os que foram redi- midos por Cristo e que, por conseguinte, crerão em Deus, por meio de Cristo, são identificados como pessoas “cujos nomes… foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8; 17.8).

2. Ela é eficaz por toda a eternidade.

a. Nenhum daqueles em favor dos quais Cristo derramou seu sangue, para redimi-lo, será considerado por Deus como não-redimido. Cristo ofereceu-se a Si mesmo “pelo Espírito eterno” — quer seja o seu próprio espírito divino, quer seja a terceira Pessoa da bendita Trindade — para que eles “recebam a promessa da eterna herança” (v. 15). Ele prometeu a cada um dos redimidos: “De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (Ap 3.5). Portanto, o céu será a habitação de todos “os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro”, desde a eternidade (Ap 21.27). E todos eles, predestinados a serem redimidos, cantarão a Cristo, na glória: “Digno és… porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9; cf. 14.3,4).

Esta verdade expõe a falsa doutrina chamada de “expiação geral ou ilimitada”. De acordo com este engano, Cristo pagou a preço de redenção por todos os membros da raça humana, sem exceção, e não apenas “por muitos”, conforme Ele mesmo declarou (Mt 20.28). No entanto, eles dizem que a obra de expiação realizada por Cristo não é eficaz até que o pecador a torne eficaz, por crer em Jesus. Dizem também o seguinte: visto que alguns, ou talvez muitos, em favor dos quais o Senhor Jesus morreu nunca crerão nEle, eles morrerão em seus pecados e perecerão, não-redimidos. Além disso, muitos que expõem este erro também negam a eficácia eterna de sua própria redenção. Eles afirmam que alguém, havendo tornado, por meio da fé, a sua redenção eficaz, pode cair em pecado, perder a sua salvação e morrer, conseqüentemente, não-redimido.

b. Nunca será necessário repetir este sacrifício redentor (vv. 12, 26-28) — “Pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção… agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado… Cristo, tendo-se oferecido um vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”.

Afirmar que este sacrifício redentor, realizado “uma vez por todas”, tem de ser repetido significa estar crucificando de novo “para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.6). Todavia, isto é feito por aqueles que observam o que chamam de Sacrifício da Missa, que definem como “o verdadeiro sacrifício do corpo e do sangue de Cristo presentes no altar, por meio das palavras de consagração; uma representação e renovação da oferta realizada no Calvário” (Dicionário Católico, estampado com o imprimátur de um vigário-geral). Por meio da fé em Cristo, você já recebeu a segurança de que Cristo obteve “eterna redenção” para você?tendo obtido eterna redenção.

Hebreus 9.11,12


Autor: Daniel E. Parks

Ministério: Ministério Fiel

Ministério Fiel
Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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