Nascido em 1620, Thomas Watson estudou em Cambridge (Inglaterra), onde se destacou por sua notável seriedade nos estudos. Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis anos em Londres. Neste ministério ele combinou considerável erudição com pregação popular. Em 1651, foi aprisionado com alguns outros ministros evangélicos, tendo sido liberto em 30 de junho de 1652 e reintegrado formalmente ao púlpito de sua igreja. Obteve grande fama e popularidade como pregador até à Restauração, quando, em decorrência do Ato de Uniformidade de 1662, foi expulso da igreja por causa de seu não-conformismo. Um biógrafo diz que “foi um evento irônico, porque Watson continuara sendo monarquista durante a República de Cromwell e seu filho passara algum tempo na cadeia por causa disso e fora ativo na restauração da monarquia em 1660”.
Apesar do rigor das leis contra os dissidentes, Watson continuou a exercer seu ministério particularmente, quando encontrava oportunidade. Com a Declaração de Indulgência, ele obteve uma licença para pregar, o que fez por diversos anos, ministrando juntamente com Stephen Charnock. Quando sua saúde decaiu, retirou-se para Barnston, em Essex, onde morreu repentinamente, enquanto orava em secreto. Foi sepultado em 28 de julho de 1686.
Sua profunda espiritualidade, suas observações cativantes, suas ilustrações práticas e sua beleza de expressão o tornam um dos mais eminentes e irresistíveis puritanos. Ele é lembrado principalmente pelo seu Body of Pratical Divinity (Compêndio de Teologia Prática), publicado postumamente em 1692. Esta obra, composta de 176 sermões, ainda era muito estimada especialmente entre o povo comum no século XIX, provavelmente por causa da sua apresentação lúcida e sucinta do assunto. Spurgeon, embora discordasse de Watson na questão do batismo infantil, descreve sua obra como “um conjunto oportuno de sã doutrina, experiência que sonda o coração e sabedoria prática”. O que temos a seguir é um pequeno resumo de um dos seus mais conhecidos sermões.