quarta-feira, 11 de dezembro
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Os laços da fraternidade

Fraternidade… o que significa? Pode referir-se a diversos tipos diferentes de associações ou relacionamentos, e a igreja pode aprender lições valiosas explorando esta palavra com maior profundidade. O termo fraternidade pode nos levar a pensar no lema da Revolução Francesa: “Liberdade, Fraternidade, Igualdade”. A fraternidade, junto com a igualdade e a liberdade, foi colocada no topo das ideias dessa revolução. O termo pode nos levar a pensar nos grupos dos campi universitários como os que são descritos no filme sobre a fraternidade radical “Animal House”. Além do nível universitário, há uma grande variedade de organizações de homens neste mundo que são “ordens fraternais”, tais como os Elks, grupos policiais e diversos outros clubes de serviços públicos.

A idéia da fraternidade também se manifesta no campo dos esportes competitivos, particularmente no que se refere às equipes. A expressão “There is no T em team” é um chavão porque é verdade. Para que as equipes funcionem de maneira eficiente e efetiva, tem de haver fraternidade e espírito de equipe. Repetidas vezes ficamos sabendo de jogadoressuperstars no reino esportivo profissional que são afastados por seus clubes porque criaram uma atmosfera destrutiva nos vestiários.

Nenhuma equipe pode funcionar bem se baseando apenas na força de um único indivíduo. No basquete, por exemplo, os jogadores que são donos da bola destroem o espírito da equipe. Se a bola for passada para um dono da bola, com toda probabilidade ele não vai passá-la para um companheiro, mas muito provavelmente vai dar um passe errado. No futebol americano, um golpe da ofensiva envolve bloqueio, corrida, passe, falta e outras dimensões do esporte. O negócio todo é uma orquestração de diversos elementos. Até o beisebol opera com base em uma harmonia dentro da equipe. Babe Ruth jamais ganhou sozinha.

Ironicamente, quando examinamos a área do atletismo, vemos que a idéia da fraternidade não existe apenas nos esportes de equipe, mas também no contexto dos esportes individuais. Talvez o exemplo supremo de um esporte individual seja o pugilismo. É mano a mano, um homem contra outro. Não existe equipe no ringue do pugilismo. O pugilista permanece sozinho diante do seu oponente com o sistema de apoio no canto. No ringue — o campo de batalha — ele tem de lutar sozinho, o drama de uma luta entre dois oponentes iguais, ambos se esforçando ao máximo para derrubar o outro ou fazendo o que puderem para ganhar a luta ou obter pontos. E, assim mesmo, quando o gongo soa, com freqüência vemos os dois gladiadores se abraçando no centro do ringue com um óbvio senso de afeto. Por que fazem isso? Porque o lutador é treinado em seu esporte individual não apenas para competir com o seu oponente, mas também para respeitá-lo. Quando está envolvido em uma luta que o testa até o máximo, sai exaurido, abatido, talvez até derrotado, mas assim mesmo ainda possuindo enorme respeito pelo seu oponente. Há uma espécie de comunhão, uma espécie de fraternidade, que apenas gladiadores individuais como esses homens conseguem entender.

O mesmo acontece no golfe, mesmo quando muitas competições testam a habilidade individual. De vez em quando, os jogadores de golfe se juntam em equipes, e não há entre eles um sentimento de que fazem parte de uma fraternidade que seja mais importante que as outras em suas realizações individuais.

Mas não existe uma fraternidade tão importante ou tão significativa quanto a igreja e a comunhão dos santos. Obviamente, a igreja não é uma organização exclusiva de homens, talvez por isso possamos falar da igreja como fraternidade ou irmandade. Mas de qualquer forma, a ideia de participação em equipe está claramente presente. Não existe uma coisa tal como a igreja de uma só pessoa.

Certamente não somos salvos ou justificados pela fé de nossas famílias, amigos ou companheiros. De certo modo, a redenção é uma questão intensamente individual. Mas, quando somos justificados, quando estamos na condição de salvos, somos imediatamente colocados em um grupo. Somos imediatamente colocados na igreja.

A igreja existe como uma pessoa jurídica. Há uma solidariedade corporativa que define a identidade da igreja do Novo Testamento. Não existe lugar para individualismo grosseiro. Ninguém recebeu todos os dons do Espírito Santo; ninguém tem oportunidade de “monopolizar” o ministério.

O que precisamos na igreja é de uma espécie de relacionamento familiar que é uma fraternidade e uma irmandade. Pode ser aprendida em parte fora da igreja em outras atividades, tais como o mundo dos esportes ou até mesmo no campo de batalha. Mas o mais profundo entretecimento de seres humanos para uma causa comum, uma fé comum, e um Senhor comum existe na igreja de Jesus Cristo.

 

Traduzido por: Yolanda Mirdsa Krievin do original em inglês: The bonds of brotherhood. Revista Tabletalk, Julho de 2011.


Autor: R. C. Sproul

R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. Foi ministro presbiteriano, pastor da igreja St. Andrews Chapel, na Flórida. Foi fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências, autor de mais de sessenta livros, vários deles publicados em português, e editor geral da Reformation Study Bible.

Parceiro: Ministério Ligonier

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Ministério do pastor R.C. Sproul que procura apresentar a verdade das Escrituras, através diversos recursos multimídia.

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