quinta-feira, 26 de dezembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre Bondade

A bondade emana de Deus, a Palavra de Deus nos informa que “não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.12), o convite é para provarmos dessa bondade e imitarmos o Senhor. Veja abaixo 10 versículos-chave sobre bondade com comentários adaptados da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel. 

  1. Gálatas 5.22–23

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.

Paulo usa a metáfora de fruto para descrever a conduta do crente em Romanos 6.22; Efésios 5.9 e Filipenses 1.11. João Batista afirmou, de modo semelhante, que o verdadeiro arrependimento produziria o “fruto” de um comportamento ético concreto (Mt 3.8; Lc 3.8), e Jesus prometeu que os crentes que obtêm vida dele, como ramos unidos à videira, produzirão fruto que glorifica seu Pai (Jo 15.1-8). O amor produzido pelo Espírito é semelhante ao amor de Cristo. Vai muito além de desempenho de justiça própria legalista (Lc 10.25-37).

  1. Romanos 12.21

Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

O cristão tem de se libertar do desejo de “vingar-se”. Essa libertação do instinto por vingança é possível porque o crente sabe que Deus acertará as coisas em seu julgamento perfeito (Dt 32.35). Além disso, as Escrituras nos instam a mostrar graça ao malfeitor, porque Deus é paciente com ele (Pv 25.21, 22).

  1. Tito 2.11–14

Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.

Estes versículos oferecem a base teológica para as instruções práticas dadas nos vv. 2-10, mostrando que a graça de Deus salvadora e o sofrimento redentor de Jesus Cristo estão direcionados ao propósito do viver piedoso e das boas obras do povo redimido de Deus.

O favor ou a compaixão imerecidos de Deus se manifestou. Ou seja, na pessoa e na obra de Jesus Cristo (3.4, 6; cf. 2Tm 1.10). 

O propósito de Deus em estender graça aos pecadores é a salvação deles (3.4-7; cf. 2Tm 1.9).

Todos os tipos de pessoas, independentemente de gênero, idade ou classe social, estão em vista (vv. 2-10; 1Tm 2.1-6). Ver notas em 1 Timóteo 2.1, 6 e nota teológica “Expiação Definida”, na p. 1875.

“A bendita esperança e a manifestação da glória – a segunda vinda de Cristo (1Tm 6.14; 2Tm 4.1, 8). Ver nota teológica “Esperança”, na p. 2206.

No grego, a construção – nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus –  identifica o “Salvador Cristo Jesus” com “nosso grande Deus”. Aqui Paulo afirma claramente a deidade de Cristo (cf. Rm 9.5; Jo 1.1; 20.28).

“O qual a si mesmo se deu por nós” ou seja, na cruz. Paulo expressa, em seguida, dois propósitos da obra de Cristo na cruz.

O primeiro alvo de Paulo focaliza o indivíduo. Cristo pagou o preço necessário para libertar as pessoas de seus pecados (Mt 20.28; Mc 10.45; 1Tm 2.6; 1Pe 1.18-19).

O segundo alvo de Paulo focaliza a Iigreja. Cristo purifica os indivíduos de seus pecados (Hb 9.14; 1Jo 1.7, 9), para que, juntos, constituam um povo especial para ele (Êx 19.5; Ez 37.23; 1Pe 2.9). Quanto à purificação da Igreja por Cristo, ver Efésios 5.25-27.

Longe de fomentar a complacência, a graça redentora de Cristo motiva ainda mais fortemente o amor agradecido do crente, que se expressa em obediência (Lc 7.41-47; 1Co 15.8-10; Fp 3.7-14).

  1. Romanos 2.4

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e itolerância, e longanimidade,

ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?

Eles se recusam a reconhecer que a bondade de Deus tenciona produzir tristeza pelo pecado e o consequente afastamento dele. Eles desprezam esse propósito da generosidade divina e, por isso, mostram desdém pelo próprio Deus.

Presumem que a paciência de Deus aprova implicitamente a persistência deles na desobediência. Ver nota teológica “A Bondade de Deus”, na p. 991.

  1. Efésios 2.10

Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.

Somente a fé, e não as obras, pode trazer aceitação com Deus (vv. 8, 9).

Mas as boas obras são a consequência e a evidência vital e indispensável da vida com Deus (Tt 2.14; 3.8, 14; Tg 2.14-26). Deus escolhe seus eleitos para torná-los filhos e filhas santos (1.4-5). E agora Deus os está moldando para ser novos portadores de sua imagem (4.24), criados para o tipo de vida que se conforma ao caráter de Deus (4.1–6.20). Nossas boas obras são o fruto da salvação, e não a causa; e aqueles que não têm boas obras mostram que não têm a fé salvadora (cf. Rm 6; Tg 2.12-26). Ver também a nota teológica “Antinomianismo”, na p. 2272.

Ver 4.1; 5.2, 8, 15; observe o contraste irônico em 2.2; 4.17.

  1. Gálatas 6.9–10

E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.

Os cristãos são chamados a ajudar no alívio do sofrimento daqueles que estão fora de sua congregação (Lc 10.25-37; cf. Lv 19.10, 34. Dt 14.29), mas têm a responsabilidade especial de ajudar irmãos e irmãs em Cristo que estão em necessidade (1Ts 3.12).

  1. Miquéias 6.8

Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.

Humildemente ou “prudentemente”. Essas três exigências divinas abrangem relações com os outros, um apego individual e íntimo aos padrões da aliança e um estilo de vida que presta devido reconhecimento a Deus em cada aspecto da conduta.

  1. Gálatas 5.22-23

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.

Paulo usa a metáfora de fruto para descrever a conduta do crente em Romanos 6.22; Efésios 5.9 e Filipenses 1.11. João Batista afirmou, de modo semelhante, que o verdadeiro arrependimento produziria o “fruto” de um comportamento ético concreto (Mt 3.8; Lc 3.8), e Jesus prometeu que os crentes que obtêm vida dele, como ramos unidos à videira, produzirão fruto que glorifica seu Pai (Jo 15.1-8). O amor produzido pelo Espírito é semelhante ao amor de Cristo. Vai muito além de desempenho de justiça própria legalista (Lc 10.25-37).

  1. 1 Timóteo 6.17–19

Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.

6.17-19 Havendo condenado o amor ao dinheiro e afirmado a orientação futura da esperança cristã, Paulo exorta aqueles que se acham realmente ricos neste mundo (talvez não por avareza).

Cristo não exige que todo crente abrace a pobreza indigna ou a autorrenúncia ascética. Ver nota em 4.4.

A riqueza financeira dos cristãos prósperos não é meramente para o consumo pessoal, mas provê meios para que acumulem “riquezas” eternas por meio  de compartilhamento generoso com outros. Deus abençoa seu povo para que seja bênção para outros.

Ver Mateus 6.20.

A distribuição generosa da riqueza para atender à necessidade dos outros não obtém a vida eterna por mérito, mas demonstra que a esperança do cristão rico foi removida da “instabilidade da riqueza” e depositada em Deus, que nos dá com abundância (v. 17).

  1. Hebreus 10.23–25

Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.

Guardemos firme a confissão da esperança. Em outra passagem de Hebreus que menciona a “casa de Deus” (v. 21; cf. 3.1-14), há uma exortação similar para que sejamos firmes (3.14) e uma certeza idêntica de que Cristo é “fiel” (cf. 3.5, 6).

Talvez a nossa “confiança” original (3.14), semelhante à “confissão da esperança” (v. 23), se refira ao tempo de batismo (observe a palavra “água”, no v. 22) e à entrada na igreja (v. 32). Essa estreita semelhança verbal com Hebreus 3.1-14 também sugere que a “casa de Deus”, no capítulo 3, está antecipando essa passagem sobre a “casa de Deus”, que se refere ao santuário interior.

Consideremo-nos também uns aos outros. O dever de encorajar uns aos outros pode encontrar expressão nas reuniões da igreja (v. 25).

“Amor” completa uma tríade familiar com “fé” (v. 22) e “esperança” (v. 23). Essa tríade parece ter desempenhado papel proeminente no ensino da igreja primitiva (1Co 13.13; Cl 1.4, 5; 1Ts 1.3).

Não deixemos de congregar-nos. Os crentes haviam sido severamente perseguidos, o que levou alguns a não se unirem na assembleia coletiva (vv. 32-34). Congregar com outros crentes na adoração pública a Deus, no dia do Senhor, é um dever da vida cristã (cf. Ap 1.10; 1Co 16.2; At 20.7).

O Dia se aproxima. O dia da manifestação de Jesus pela segunda e última vez, para trazer salvação àqueles que o aguardam (9.28; 12.26, 27).

A Bondade de Deus

Tiago declara: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17).

Deus jamais muda. Nele, não existe “sombra de variação”. Isso pressupõe não só que Deus é imaterial e, portanto, incapaz de projetar sombras, mas também que não existe em Deus nenhum “lado sombrio”, em um sentido figurativo ou moral. Sombras pressupõem trevas e, em termos espirituais, as trevas pressupõem o mal. Visto que em Deus não existe mal algum, não há nele nuança de trevas. Ele é o Pai das luzes.

Quando Tiago acrescenta que, em Deus, não existe nenhuma “sombra de mudança”, não basta compreender isso meramente em termos de Deus não mudar ou ser imutável. Essa referência também diz respeito ao caráter de Deus. Deus é não só totalmente bom; ele é consistentemente bom. Deus não tem nenhuma outra experiência senão a de ser bom.

Tão intimamente a bondade está associada a Deus que até mesmo os filósofos pagãos, como, por exemplo, Platão, igualavam a bondade última, o bem supremo, ao próprio Deus. A bondade de Deus se refere tanto ao seu caráter como ao seu comportamento. Suas ações procedem e fluem de seu ser. Ele age em conformidade com o que ele é. Assim como uma árvore danificada não pode produzir fruto saudável, um Deus santo não pode produzir fruto nocivo.

A lei de Deus reflete sua bondade. Lemos que Deus é bom não porque ele obedeça a alguma lei cósmica fora de si mesmo, que o julgue; ou porque Deus defina a bondade de tal modo que possa agir de maneira iníqua, declarando suas ações boas apenas pelo poder de sua autoridade. A bondade de Deus não é arbitrária nem caprichosa. Deus obedece a uma lei, mas a lei à qual ele obedece é a lei de seu próprio caráter. Ele sempre age em conformidade com seu próprio caráter, o qual é eternamente imutável e intrinsecamente bom. Tiago ensina que todo bem e todo dom perfeito procedem de Deus. Ele é não só o padrão último de bondade, como também a Fonte de toda bondade.

Um dos versículos mais populares do Novo Testamento é Romanos 8.28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Essa passagem sobre a providência divina é tão difícil de ser compreendida quanto é popular. Se Deus pode fazer com que tudo o que nos acontece coopere para nosso bem, então, no fim das contas, tudo o que nos acontece é bom. Devemos ser cuidadosos ao enfatizar aqui a expressão no fim das contas. No plano terreno, as coisas que nos acontecem podem ser ruins. (Devemos ser cuidadosos em não chamar mal ao bem, ou bem ao mal.) Deparamos com aflição, miséria, injustiça e um grande número de outros males. Todavia, Deus, em sua bondade, transcende todas essas coisas e faz com que conspirem para nosso bem. Para o cristão, em última análise, não existem tragédias. Em última análise, a providência de Deus opera todos esses males imediatos para nosso benefício final.

Martinho Lutero entendia esse aspecto da boa providência de Deus: “Se Deus me mandasse comer os detritos das ruas, eu não só os comeria, como também teria ciência de que isso seria para meu bem”.



Este artigo faz parte da série Versículos-chave.

Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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