domingo, 5 de maio
ira

10 versículos-chave da Bíblia sobre Ira

O insensato expande toda a sua ira, mas o sábio afinal a reprime. Pv 29.11

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.
Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

Efésios 4.25-27

Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo.

Com base (“por isso”) no fato de que os crentes são agora um “novo homem” no último Adão, eles têm a responsabilidade de falar a verdade a seu próximo, o que está fundamentado não somente na Escritura do Antigo Testamento (Zc 8.16), mas também na realidade de que pertencemos a um único corpo – membros uns dos outros –, que cresce em unidade quando falamos a verdade em amor (4.12, 15, 16).

Nos vv. 25-32, o comportamento que Paulo insta seus leitores a exibir é o do “novo homem”, que vive a realidade da nova Criação.

4.26, 27 Visto que a unidade prática entre os crentes manifesta o poder reconciliador de Deus (vv. 1-10; 2.14-16), o Diabo valoriza especialmente a divisão (2.2; 6.11).

 

Mateus 5.22-24

Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo. Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.

Aparentemente, a lei judaica tinha sanções contra o insulto específico (tolo), raca; Jesus, porém, mostra que qualquer abuso verbal torna alguém passível de condenação eterna. 

Do grego Gehenna – inferno de fogo -, o “vale de Hinom”; o local era um depósito de lixo fora de Jerusalém onde chamas ardiam constantemente. Era conhecido como o local dos sacrifícios humanos pelo fogo durante os reinados de Acaz e Manassés (2Cr 28.3; 33.6). Jeremias o chamou o “Vale da Matança”, um símbolo apropriado do terrível juízo de Deus (Jr 7.32).

Jesus usa esse local como uma metáfora para o perpétuo tormento físico e espiritual que aguarda os perversos.

 

Efésisos 5.19-24

Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.

A adoração é oferecida somente a Deus. Ao mesmo tempo, há também uma dimensão humana na adoração coletiva, visto que as pessoas adoram juntas e falam entre si em benefício mútuo (1Co 14; Hb 10.24).

O versículo 21 transicional é o último de uma série de expressões que explicam os efeitos de alguém ser cheio do Espírito. Independentemente de sua posição social, todos os cristãos devem padronizar seu comportamento social na humildade e na bondade de Cristo (4.32; cf. Lc 22.24-27; Jo 13.14-16). Essa submissão de “uns aos outros” é explicada, a seguir, pelas formas de autoridade e de submissão nas relações específicas discutidas em 5.22-6.9.

5.22-6.9 Pelo menos desde Aristóteles (século IV a.C.), a ética grega abordava os relacionamentos dentro do lar em um padrão familiar: maridos e mulheres, pais e filhos, senhores e escravos. De forma consistente, o interesse era ajudar o líder masculino do lar a aprender a governar sua família e os escravos. Em sua consideração de tais regras, Paulo e Pedro (1Pe 2.18-3.7) transformam a questão de como maridos, pais e senhores governam em como ordem imitar o amor de Cristo em sua própria vida, ao cuidar daqueles que estão sob seus cuidados. Ao mesmo tempo, quando esposas, filhos e escravos entendem seus papéis em relação a servir a Cristo, deixam de ser objetos passivos num mundo social que os desvaloriza e, em vez disso, tornam-se parceiros ativos com Deus em expressar o amor cristão diante de um mundo dividido por gênero, idade e fator econômico.

Jesus dá vida a uma nova comunidade de amor: a Igreja, seu próprio corpo. Seu amor também define o relacionamento conjugal para seu povo. Paulo ensina que os gêneros são complementares, e que um homem e uma mulher são iguais diante de Deus. Mas, no casamento, Deus chamou o marido para exercer a liderança. Essa liderança não é absoluta, porque o marido não deve ser seguido quando pede à sua mulher que cometa pecado. Entretanto, o papel de liderança do marido lhe dá a iniciativa para guiar sua família no glorificar a Deus, ao que sua mulher responde. O entendimento de Paulo está alicerçado na ordem da Criação (1Co 11.8, 9; 1Tm 2.13), e ele leva em conta os efeitos permanentes da Queda, inclusive entre os cristãos (1Tm 2.14). A redenção em Cristo restaura a intimidade que homens e mulheres foram criados para desfrutar no casamento.

Uma esposa cristã é chamada à aceitação agradecida – submissas – do cuidado e da liderança de seu marido. como ao Senhor. Ver v. 24.

Em outras passagens sobre o ofício de Cristo como Cabeça, Paulo fala da maneira como Cristo governa o universo e a Igreja (1.22), servindo como a fonte de saúde e crescimento do corpo em direção à maturidade (4.14-16).

É especialmente em seu papel como Salvador que Cristo serve como modelo de esposo (vv. 25-27).

Ou seja, a Igreja como o corpo de Cristo — ele mesmo habita na Igreja (vv. 28-30) e governa-a.

A sujeição da Igreja a Cristo é uma ordem revelada e celestial, e não uma ordem natural. Os discípulos de Cristo eram seus amigos, não apenas servos, e ele morreu por seus amigos (Jo 15.12-15; cf. Lc 22.25-27).

 

Colossenses 3.5-8

Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.

O primeiro de uma série de imperativos – Fazei, pois, morrer – que prosseguem até 4.6. Embora rejeite o ascetismo legalista, Paulo exorta os crentes a se tornarem, na prática, o que já são em tese: mortos para o pecado e vivos para Deus (Rm 6.1-14). Há uma maneira de viver que é incompatível com a vida em Cristo, e Paulo requer afastamento radical e rigoroso da velha vida. No v. 5, ele lista cinco ações pecaminosas, das quais quatro têm a ver com sexo, e a quinta é avareza. No v. 8, ele lista mais cinco, e todas têm a ver com ira e linguagem abusiva.

“Nessas mesmas coisas andastes… noutro tempo”, ou seja, antes de serem transportados “para o reino do Filho do seu amor” (1.13).

 

Tiago 1.19-20

Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus.

Embora a comunidade cristã dê elevada consideração ao talento de fala eloquente, Tiago coloca a ênfase em ouvir. É a pessoa que ouve atentamente a Palavra de Deus, que progride em santidade.

 

Provérbios 29.11

O insensato expande toda a sua ira, mas o sábio afinal lha reprime.

 

Efésios 6.4

E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, umas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.

Paulo enfatiza para os pais a responsabilidade dos que estão em autoridade.

O texto grego – “criai-os” – sugere a ideia de nutrir e ajudar a florescer (cf. 5.29). Aos pais, são confiados a mente, os sentimentos e o corpo de tenros portadores da imagem de Deus. De acordo com isso, os filhos não existem para os pais, e sim os pais para os filhos — com vistas a ajudá-los a chegar à sua própria personalidade diante de Deus.

Disciplina – a modelação da vontade por meio de treinamento e correção.

Admoestação – a modelação da mente por meio de ensino e reprimenda.

 

Romanos 12.19-21

Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

O cristão tem de se libertar do desejo de “vingar-se”. Essa libertação do instinto por vingança é possível porque o crente sabe que Deus acertará as coisas em seu julgamento perfeito (Dt 32.35). Além disso, as Escrituras nos instam a mostrar graça ao malfeitor, porque Deus é paciente com ele (Pv 25.21, 22).

 

Salmo 7.11

Deus é e justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias.

Uma confissão da justiça de Deus (vv. 10-13) e a consequência da perversidade (vv. 14-16), seguida de um voto de gratidão (v. 17).

 

Êxodo 34.6-7

E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!

Essa descrição de Deus é fundamental para o conhecimento posterior de Deus por Israel (Nm 14.18; Ne 9.17; Sl 86.15; 103.8; 145.8; Jl 2.13; Jn 4.2; Na 1.3). A misericórdia de Deus ainda é proclamada a Israel, a despeito de seu medonho fracasso (Os 11.8). De forma notável, à luz do incidente do bezerro de ouro, esses versículos contêm ecos de 20.4-6.

Embora Deus perdoe os israelitas, as obrigações pactuais originais não são abandonadas.

Aqui, “fidelidade” traduz o termo hebraico (hesed) que denota a fidelidade e a devoção pactuais de Deus para com seu povo (15.13, nota). Em razão do amor e da fidelidade de Deus, ele não abandonará seu povo, mas habitará no meio deles em seu tabernáculo.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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