quinta-feira, 26 de dezembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre o Pecado

Este artigo faz parte da série Versículos-chave

Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

1. Gálatas 5.19–21

Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

Paulo lista pecados graves que os legalistas condenariam (prostituição, lascívia, feitiçarias etc.), mas, em seguida, cita os próprios pecados (inimizades, porfias, ciúmes etc.) dos quais eles eram culpados (v. 15).

“Não herdarão o reino de Deus” É Uma das oito ocorrências da expressão “reino de Deus” nas epístolas de Paulo (também Rm 14.17; 1Co 4.20; 6.9, 10; 15.50; Cl 4.11; 2Ts 1.4; mas cf. “reino de Cristo e de Deus” em Ef 5.5). O ensino de Paulo é que aquele que não exibe as graças do Espírito (v. 22) em sua vida não terá parte no reino eterno de Deus.

2. Tiago 1.13–15

Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.

Há uma diferença importante entre os conceitos de “provar” e “tentar”. Deus prova as pessoas, mas nunca as tenta no sentido de seduzi-las ao pecado. No deserto, Jesus foi provado por Deus e tentado por Satanás. Há também uma diferença entre tentações que surgem de nossas próprias inclinações pecaminosas (internas) e tentações que vêm de fora (externas). Jesus, por ser livre do pecado original, foi tentado externamente, mas não internamente. A provação de nossa fé pode ser a oportunidade para as tentações surgirem, tanto internas como externas, mas as tentações nunca têm Deus como seu autor.

3. Gênesis 3.6

E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.

O sofrimento é experimentado mesmo a um ponto de grande satisfação para a mulher: o nascimento de seus filhos. Não obstante, em seu papel de dar à luz e suscitar filhos da promessa em Jesus Cristo, a mulher é privilegiada, por participar do plano de Deus para a criação de um povo para ele (v. 15; cf. 1Tm 2.15).

A frase “ele te governará” e a enunciação paralela em 4.7 sugerem que seu desejo é dominar.

A ordenança do matrimônio continua, mas é frustrada pela batalha dos sexos. 

A harmonia, a intimidade e a relação matrimonial complementar pré-Queda (2.21-24 e notas) são corrompidas pelo pecado e prejudicadas tanto pelo domínio como pela submissão imposta. A restauração dessa relação toma lugar através da nova vida em Cristo (Ef 5.22-33).

4. Romanos 6.12–14

Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros,  a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.

Visto que o reino do pecado foi destruído, todas as tentativas da parte do pecado para recuperar o domínio pode e deve ser resistida. O corpo (v. 13), antes governado por desejos pecaminosos, não deve mais ser rendido ao pecado.

Paulo vê que o segredo da santificação reside em entregar todo o ser a Deus, do que resulta o oferecimento das várias partes do corpo a ele em devoção como sacerdotes (12.1) e em lealdade como guerreiros (o termo “instrumentos” tem conotação militar, “armas, armadura”; 13.12; 2Co 6.7; 10.4; Ef 6.10-20).

Tudo isso deve ser feito com uma percepção consciente e como uma expressão deliberada de nossa nova identidade em Cristo e de nossa participação em sua vida de ressurreição por meio do Espírito Santo.

“O pecado não terá domínio sobre vós” é uma afirmação indicativa — ou seja, uma afirmação do que já é verdadeiro a respeito do cristão genuíno —, e não um imperativo ou uma exortação. 

Quando Paulo afirma “não estais debaixo da lei, e sim da graça” não está dizendo que o crente é livre da obrigação de guardar as exigências da lei (13.8-10; 12.1-2). Em vez disso, Paulo diz que, como a posição do crente diante de Deus se fundamenta na justiça de Cristo, e não em sua observância da lei, o princípio controlador na vida do crente é o reino da graça, que o liberta do reino do pecado (5.21) e o transforma na semelhança de Cristo.

5. Colossenses 3.5–6

Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência].

“Fazei, pois, morrer” é o primeiro de uma série de imperativos que prosseguem até 4.6. Embora rejeite o ascetismo legalista, Paulo exorta os crentes a se tornarem, na prática, o que já são em tese: mortos para o pecado e vivos para Deus (Rm 6.1-14). Há uma maneira de viver que é incompatível com a vida em Cristo, e Paulo requer afastamento radical e rigoroso

da velha vida. No v. 5, ele lista cinco ações pecaminosas, das quais quatro têm a ver com sexo, e a quinta é avareza. No v. 8, ele lista mais cinco, e todas têm a ver com ira e linguagem abusiva.

6. Romanos 3.9-12

Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.

Apesar do privilégio de receber os oráculos de Deus, os judeus (“temos nós qualquer vantagem”) se uniram aos gentios em rebelião contra Deus e em responsabilidade por sua condenação (2.9; cf. 3.22, 23; Ef 2.1-3).

“Como está escrito” é a expressão comum no Novo Testamento quando se apela a

autoridade da Escritura (1.17; 3.3). Aqui, Paulo compila uma série de passagens do Antigo Testamento (Sl 14.1-3; 5.9; 36.1; 140.3; 10.7; Pv 1.16; Is 59.7, 8) que, consideradas em conjunto, enfatizam a pecaminosidade humana, bem como a depravação e a condenação de toda a humanidade.

7. 1 João 3.4-6

Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.

O contraste básico entre luz e trevas, entre filhos de Deus e do mundo, agora é explicado como um contraste entre aqueles que pecam e aqueles que não pecam. Jesus era sem pecado; além disso, ele veio para remover o pecado (v. 5; Jo 1.29). O novo nascimento coloca uma pessoa irrevogavelmente em oposição ao pecado, e, como a semente da nova vida “permanece” nessa pessoa (v. 9; cf. Jo 10.28, 29), a derrota final da corrupção e da morte é inevitável para ela (cf. Rm 6.8, 9). Esse é um dos sentidos em que ninguém que está em Cristo “vive pecando”; porque essa derrota final é certa, o pecado não define a existência do crente, ainda que, até à sua glorificação, ele tenha de lidar com o pecado. João aborda esse aspecto absoluto de ser nascido de novo e fala de acordo com isso. Ele não está negando que o pecado e a morte tenham influência até o fim (1Co 15.26; Ap 20.14). João diz claramente que, nesta vida, ninguém pode ser sem pecado (1.8).

Embora o Antigo Testamento não seja explicitamente citado em 1 João, sua autoridade é pressuposta. Especificamente, a lei moral, resumida na lei do amor, ainda é a norma para o povo de Deus (Rm 13.8-10; cf. 19.18). “Transgressão da lei” é desobediência a essa lei.

em “vive pecando”, o tempo presente do grego sugere um comportamento que é característico ou habitual, ou seja, pecado persistente e impenitente.

Dessa maneira, Joao reconhece, mas não desculpa, a possibilidade de haver pecado ocasional

na vida do crente. Outra possibilidade é que Joao tenha em mente o pecado específico de apostasia dos últimos dias, mencionado em 2.19 (cf. também 5.16-18). Se isso é verdade, João quer dizer que o verdadeiro crente não abandonará totalmente sua fé. Ver Introdução: Assuntos Especiais.

8. Romanos 5.12–15

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.

O “portanto” de Paulo (v. 12) indica que as afirmações seguintes se conectam, em sua mente, com o que precede, de modo que a comparação e o contraste que ele traça entre Adão e Cristo correspondem à sua elaboração teológica sobre o que já foi dito. A ênfase de Paulo em “um só homem” em toda a passagem (vv. 12, 15-17, 19) indica que ele entendia tanto Adão como Cristo como indivíduos históricos que agiram representativamente como líderes de aliança em prol de muitos outros. No caso de Adão, o foco da atenção está em “uma só ofensa” (vv. 16, 18) pela qual todos os seus descendentes naturais “se tornaram pecadores” (v. 19). Eles tiveram solidariedade com Adão como seu representante diante de Deus. Portanto, quando Adão pecou, seu pecado foi contado ou imputado a todos eles. Dessa maneira, eles se tornaram pecadores.

Aqui Paulo começa sua comparação, a qual só é concluída nos vv. 18-21. A comparação é interrompida por uma meditação que se estende até o v. 17.

A morte não é natural à humanidade; é o resultado direto do pecado (Gn 2.17).

O reino universal da morte é a consequência do pecado. Toda a humanidade (exceto Cristo) estava envolvida com Adão em seu ato de pecar, em virtude de imputação. Ele nos representava diante do Senhor no Éden, e a culpa em que Adão incorreu foi imputada a seus descendentes — declarada ou colocada em nossa conta —, de modo que nascemos culpados mesmo antes de cometermos qualquer ato de pecado pessoal.

Todos pecaram no pecado de Adão. Ver nota teológica “Depravação Humana”, na p. 889.

Adão transgrediu uma proibição específica no Éden, e no Sinai Deus deu

novamente muitos mandamentos específicos por meio de Moisés. Entre o Éden e o Sinai, todas as pessoas estavam sujeitas à morte, mesmo antes de a lei de Moisés ser entregue, mostrando que o status delas como pecadoras e sua suscetibilidade à punição do pecado baseavam-se na transgressão de Adão e em sua imputação a elas.

Adão, “o qual prefigurava aquele que havia devir“, o primeiro homem, foi designado por Deus como o cabeça de toda a humanidade (exceto Cristo), e seu pecado perdeu a justiça em favor

de todos aqueles que ele representava (“todos os homens”, vv. 12, 18; e os “muitos”, vv. 15, 19). Da mesma maneira, Deus tornou Cristo o cabeça representativo de uma nova humanidade, de modo que sua obediência até à morte pudesse ganhar a justificação

deles. Inerente nesse ensino, está o pensamento de que a restauração provida na salvação deve seguir o padrão da constituição original da humanidade diante de Deus, mas de uma maneira segundo a qual Cristo é bem-sucedido naquilo em que Adão fracassou (1Co 15.45-49; Hb 2.14-18). 

“Não é assim o dom gratuito como a ofensa” Paulo explicita o contraste entre Cristo e Adão nos vv. 15-17. Não somente os atos dos dois homens são contraditórios, como também a graça da obra de Cristo é entendida como maior do que o pecado, o julgamento e a condenação de Adão, na maneira como traz justificação, justiça e vida para as almas arruinadas (“muito mais”, vv. 15, 17).

9. 2 Coríntios 5.21

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

Esse versículo, um resumo importante da mensagem do evangelho, explica como Deus imputou nosso pecado a Cristo. Como juiz, Deus atribuiu a responsabilidade de nosso pecado a Cristo, tornando possível que ele recebesse justamente a punição que merecemos pelo pecado (Is 53.6; 1Pe 2.24). Esse versículo mostra que Cristo foi nosso substituto, aceitando a penalidade do pecado em nosso lugar. Ver nota teológica “A Impecabilidade de Cristo”, na p. 2203.

Deus não somente imputou nosso pecado a Cristo (“para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”). Também imputou a perfeita justiça de Cristo a nós (ou seja, ele a considerou pertencente a nós – Fp 3.9). Essa imputação precede a realização da justiça de Deus em nosso caráter moral por meio da santificação. Todo cristão possui legalmente a perfeita justiça de Cristo imputada por Deus e recebida somente pela fé.

10. 1 João 1.7–9

Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

Como Hebreus 9.22 indica, “sem derramamento de sangue, não há remissão”. O derramamento do sangue de Cristo foi um sacrifício vicário voluntário de valor infinito para os eleitos. Pagou totalmente a penalidade do pecado (Hb 9.27, 28). Aqueles que verdadeiramente andam “na luz” (que receberam a luz da verdadeira revelação de Deus sobre Cristo e sua obra) são os que se beneficiam do sacrifício de Cristo.

O perdão de Deus é dado assim que admitimos nossa necessidade dele, não com base em quaisquer atos que tenhamos praticado para merecê-lo, mas tão somente por causa de sua graça. O dom gratuito do perdão traz consigo a purificação da injustiça.

Deus nos aceita como justos porque nos imputa a justiça de Cristo. Ou seja, a própria justiça de Cristo — seu perfeito cumprimento de todas as exigências do Senhor — é lançada em nossa conta quando descansamos somente em Jesus para a salvação.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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