segunda-feira, 23 de dezembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre Paz

A paz

Todos buscam a paz. Alguns sabem onde ou em quem encontrar a paz. A Bíblia de Estudo da Fé Reformada nos fornece muitas notas explicativas sobre esse tema. A paz está em Emanuel.

1. Isaías 26.3

Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.

A paz de Deus que os justos recebem e promovem (v. 12; 32.17, 18; 55.12; 66.12) não será estendida aos ímpios (48.22; 59.8). Essa paz se acha em Emanuel (9.6; 11.6-9; 14.7 e notas). Como os capítulos anteriores deixam claro, não é uma paz que se origina da ausência de dificuldades; antes, é uma paz que guarda a mente e o coração dos justos em meio a grandes provações.

2. João 14.27

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. g Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

“Paz” era uma saudação hebraica comum, usada para cumprimentar ou dar boas-vindas. Jesus lhe confere um sentido novo e mais profundo, que reaparece nas saudações das cartas do NT. A paz de Jesus é a genuína reconciliação com Deus, adquirida por meio de sua morte (At 10.36; Rm 5.1; 14.17; Ef 2.14-17; Fp 4.7; Cl 3.15). Trata-se do remédio supremo para todos os temores (v. 1; 16.33) e o legado que Jesus deixou para seus herdeiros.

3. João 16.31-33

Respondeu-lhes Jesus: Credes agora? Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai está comigo. Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

O abandono do Messias por seus amigos (Sl 88.8, 18) e a dispersão das ovelhas quando seu pastor for ferido (Zc 13.7; Mc 14.27) foram prefigurados no AT. Sobre a noção de “hora” como o começo da esperada provação no fim dos tempos, ver a nota em João 12.23.

Na maior parte de seu sofrimento, Cristo não estava sozinho. Mas seu clamor de angústia na cruz — “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46; Mc 15.34) — deixa claro que Jesus suportou, como homem, a real separação do Pai nesse ponto. Esse foi o clímax do que ele suportou como aquele que levou nosso pecado.

Jesus conclui seu discurso com palavras de esperança e realismo. Ele prometera sua paz, a qual excede aquela que o mundo dá (14.27; Fp 4.7), mas também preparou seus discípulos para que suportassem o ódio do mundo (16.18-25).

Seu triunfo sobre o mundo – “eu venci o mundo” – está prestes a se concretizar em sua cruz (Ap 5.5, 9; cf. 12.11) e será demonstrado em sua ressurreição e ascensão (Rm 1.2-4).

4. Filipenses 4.6-7

Não andeis ansioso de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.

Embora a mesma palavra – “não andeis ansiosos de coisa alguma” – seja usada em 2.20 sobre uma preocupação amorosa com os outros, aqui denota uma ansiedade que é incompatível com a confiança em Deus. Compare os argumentos de Jesus contra a ansiedade incrédula no Sermão do Monte (Mt 6.25-34). em tudo. A linguagem de Paulo é deliberadamente inclusiva de tudo; não há restrição em sua aplicação. 

Os quatro termos usados aqui – “petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” – formam dois pares. Paulo não está definindo espécies separadas de oração; em vez disso, o conjunto de palavras mostra a importância que ele vincula à prática da oração. Apresentar pedidos em oração é outra válvula de escape da ansiedade (1Pe 5.7). Fazer isso “com ações de graças” é, em si mesmo, um antídoto para a inquietação.

A “paz de Deus” – é a resposta direta do Senhor à oração que substitui e contra-ataca a ansiedade. Coisas que não são totalmente compreendidas podem, apesar disso, ser experimentadas com paz por aqueles que estão “em Cristo” (1.1; cf. Ef 3.18, 19). A paz de Deus é especialmente inexplicável quando “guarda” (uma imagem militar que significa “tomar em custódia protetora”) o coração dos crentes em meio a circunstâncias ameaçadoras, como o presente aprisionamento de Paulo e sua recente privação antes de chegar a oferta dos filipenses (vv. 10-19).

5. Mateus 5.9

Bem-aventurados cos pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.

O conflito entre indivíduos, raças e nações vem de nossa alienação de Deus. Jesus é o grande pacificador, por haver destruído o muro divisório, que é a morte (Ef 2.14-18). Nos vv. 44 e 45, Jesus chama os filhos de Deus à promoção da paz, inclusive com seus inimigos.

6. Isaías 55.12

Saireis com alegria e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.

O êxodo de Babilônia, como o êxodo do Egito, é uma figura de como Deus liberta seu povo dos pecados deles (48.20, 21; 52.11, 12; Jo 10.3; Cl 1.13).

A criação se regozija nos atos redentores de Deus (44.23; 49.13; Sl 96.11-13).

7. Romanos 5.1

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

As implicações da justificação somente pela graça, somente pela fé, são agora delineadas. Uma transição da ira (1.18) para a graça (3.21) transforma tanto o status como a experiência do crente. Em vez de estranhamento (3.10-17), agora há paz (5.1).

No lugar de carência da glória de Deus por causa do pecado (3.23), há esperança de glória (5.2). Em vez de sofrimento como julgamento, há regozijo na tribulação em virtude do que Deus produz por meio dela (5.3). Em vez de incerteza temerosa, há segurança do amor de Deus (vv. 6-8) e alegria nele (v. 11).

Muitos manuscritos apoiam “tenhamos” paz, mas os melhores manuscritos e o fluxo do argumento de Paulo apoiam a primeira tradução – “temos paz”.

O fato de que “recebemos, agora, a reconciliação” (v. 11) implica que já estamos em paz com Deus. Com a paz estabelecida no evangelho, agora temos acesso à presença de Deus. O muro de separação foi removido.

Essa paz não é uma trégua sujeita a um novo conflito. É uma paz permanente, produzindo não somente ausência de hostilidade, mas também presença de comunhão e intimidade com Deus.

8. Gálatas 5.22-23

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.

Paulo usa a metáfora de fruto para descrever a conduta do crente em Romanos 6.22; Efésios 5.9 e Filipenses 1.11. João Batista afirmou, de modo semelhante, que o verdadeiro arrependimento produziria o “fruto” de um comportamento ético concreto (Mt 3.8; Lc 3.8), e Jesus prometeu que os crentes que obtêm vida dele, como ramos unidos à videira, produzirão fruto que glorifica seu Pai (Jo 15.1-8). O amor produzido pelo Espírito é semelhante ao amor de Cristo. Vai muito além de desempenho de justiça própria legalista (Lc 10.25-37).

9. Efésios 2.14-16

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.

Refere-se aos átrios do templo em Jerusalém. Uma parede separava gentios e judeus; e algumas placas foram colocadas para indicar a exclusão dos gentios dos átrios interiores, onde os sacrifícios eram realizados. Paulo interpreta isso como um símbolo da função da lei de manter Israel separado dos povos pagãos vizinhos.

Cristo ofereceu em seu próprio corpo o sacrifício final – “aboliu… a lei dos mandamentos” – para o qual os sacrifícios do templo meramente apontavam. As leis cerimoniais do Antigo Testamento que separavam os judeus e os gentios não são mais apropriadas ao povo de Deus depois de seu cumprimento em Cristo.

criasse, em si mesmo, um novo homem. Paulo repete o tema da “Criação” do v. 10, sugerindo, agora, que a antiga divisão entre judeus e gentios foi desfeita na morte reconciliadora de Cristo na cruz (v. 16). Como o último Adão (1Co 15.45; cf. Rm 5.12-21), Cristo é o Cabeça de uma nova raça humana, que é distinguida não somente pela unidade sem precedentes, mas também por suas verdadeiras “justiça e retidão”.

10. Colossenses 3.12-15

Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá.

O prêmio da salvação em sua plenitude ainda não foi ganho, uma verdade que Paulo enfatiza contra as ideias de perfeccionismo (1Co 4.8; 2Tm 2.18; 1Jo 1.8). Os crentes ainda não experimentam plenamente todos os benefícios da redenção, porque aguardamos nossa glorificação, quando, então, o Senhor removerá a presença do pecado. Mas o processo de salvação que será consumado no Dia de Cristo (1.6, 10) e na ressurreição dos mortos (3.11) já teve início. Por isso, disse Paulo, os crentes experimentam no presente o poder da ressurreição de Cristo (3.10, 11). Essa salvação será consumada para todos os que depositaram sua fé somente em Cristo (1.6; cf. Rm 8.28-30). O objetivo do esforço de Paulo assegura o troféu magnífico: a salvação em toda a sua plenitude (cf. 1.28; Rm 13.11). Como em sua correspondência com os coríntios, na Acaia, ao sul (1Co 9.24-27; cf. 1Tm 4.7-10), Paulo invoca a imagem esportiva dos jogos pan-helênicos, a fim de caracterizar o esforço proposital envolvido na perseverança da fé.

Deus já havia chamado Paulo – “a soberana vocação de Deus” – (Gl 1.15; cf. Rm 8.30). É porque Paulo já foi “conquistado por Cristo Jesus” (v. 12) que prossegue rumo ao alvo da vida na glória (v. 13).

As palavras – “que somos perfeitos” – podem ser um tributo a pessoas que, de fato, pensam e vivem com maturidade. Outra possibilidade é que, aqui, Paulo esteja falando de forma irônica a pessoas que já se consideram perfeitas (cf. v. 12) e cujo pensamento Paulo precisa corrigir, mostrando a elas que a verdadeira “maturidade”, ou “perfeição”, nesta vida consiste em reconhecer que estamos longe de ser perfeitos, visto que a verdadeira perfeição é medida pela completa perfeição de Cristo (Ef 4.13).

“Tenhamos este sentimento” – refere-se à mentalidade humilde de Paulo e à sua busca incessante expressa nos vv. 12-14.

As palavras – “se… pensais doutro modo” – o podem reforçar o apelo anterior para que concordem com Paulo, mas as frases “tenhamos este sentimento” e “pensais” lembram 2.1-5 e sugerem que o apóstolo também está interessado em que os filipenses concordem entre si mesmos.

Deus vos esclarecerá. Seja discernimento e entendimento espiritual, seja a concordância entre os crentes aquilo que Paulo tem em vista, a graça de Deus é necessária (1.9-11). Enquanto isso, a conduta dos crentes deve harmonizar-se com o grau de discernimento que Deus já lhes deu (v. 16).

 

 

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.

Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.



Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

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