domingo, 17 de novembro
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A inerrância da Escritura Sagrada – parte 4

A inerrância no Século XX e a Declaração de Chicago

Este artigo é um recurso selecionado para a Semana da inerrância bíblica do Ministério Fiel e Voltemos ao Evangelho, uma semana onde estamos, juntos com a igreja verdadeira, proclamando a inerrância, suficiência e autoridade da Bíblia, que é a Palavra de Deus. Aqui no blog do Ministério Fiel postaremos uma série de artigos (A inerrância da Escritura Sagrada) acerca da perspectiva histórica da inerrância bíblica, começando pela redação inicial com Moisés até chegar nos tempos modernos em que estamos.


Declaração de Chicago, uma breve declaração

Em face da continuação das controvérsias no século XX, um grupo de eruditos comprometidos com a doutrina da inerrância formou o Conselho Internacional sobre Inerrância Bíblica. A partir de 1977, o conselho se engajou num programa de conferências e publicações de dez anos cujo alvo era promover a defesa completa da doutrina da inerrância em face dos desafios existentes e estancar a onda de abandono da doutrina que estava ocorrendo. O conselho elaborou a Declaração de Chicago sobre Inerrância Bíblia em 1978. Essa declaração continua sendo a afirmação confessional mais completa da doutrina da inerrância na história da igreja (veja a seguir).

No entanto, desafios à doutrina da inerrância têm surgido desde que a Declaração de Chicago foi publicada. O primeiro grande desafio veio de Jack B. Rogers e Donald McKim, os quais argumentaram que a inerrância é uma inovação da era moderna. A influência de Karl Barth, que dissera que a Bíblia contém a Palavra de Deus, mas não é, ela mesma, a Palavra de Deus, é vista também nos evangélicos contemporâneos que promovem opiniões alternativas sobre a inerrância. Mas tais propostas não honram o testemunho profundo que a Escritura dá a respeito de si mesma como a plenamente inerrante e infalível Palavra de Deus. Além disso, essas propostas têm implicações nocivas para a doutrina, bem como para a vida e a prática da igreja. À luz desses desafios permanentes, a igreja tem de reiterar sempre seu compromisso com o elevado ponto de vista sobre a Escritura refletido na doutrina da inerrância.

Em 1978, o Conselho Internacional sobre Inerrância Bíblica produziu a Declaração de Chicago sobre Inerrância Bíblia, incluindo um prefácio, uma breve declaração e um conjunto de afirmações e negações que esclarecem e defendem a breve declaração. Em seguida, incluímos a breve declaração.

Uma breve declaração

1. Deus, que é, ele mesmo, a verdade e fala somente a verdade, inspirou a Escritura Sagrada para, por meio dela, revelar-se a si mesmo à humanidade caída, por intermédio de Jesus Cristo, como Criador e Senhor, Redentor e Juiz. A Escritura Sagrada é o testemunho de Deus a respeito de si mesmo.

2. A Escritura Sagrada, sendo a Palavra do próprio Deus, escrita por homens preparados e superintendidos pelo Espírito de Deus, possui autoridade divina infalível em todos os assuntos de que trata. Deve ser crida, como a instrução de Deus, em tudo que afirma; obedecida, como ordem de Deus, em tudo que exige; aceita, como garantia de Deus, em tudo que promete.

3. O Espírito Santo, o autor divino da Escritura, tanto a confirma para nós, por seu testemunho interno, como abre nossa mente para entendermos seu significado.

4. Sendo plena e verbalmente dada por Deus, a Escritura é desprovida de erro ou falha em todos os seus ensinos, tanto no que diz sobre os atos de Deus na criação, sobre os eventos da história mundial e sobre sua própria origem literária sob a supervisão de Deus, como em seu testemunho sobre a graça salvadora de Deus na vida de indivíduos.

5. A autoridade da Escritura fica inevitavelmente prejudicada se essa inerrância divina total é, de alguma maneira, limitada, ignorada ou tornada relativa a um ponto de vista da verdade contrário à própria Bíblia. E esses desvios trazem perdas tanto para o indivíduo como para a igreja.

Este artigo é uma adaptação de um dos muitos recursos teológicos da Bíblia de Estudo da Fé Reformada, Editora Fiel.

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Autor: Mark Ross

Mark Ross é deão e professor associado de teologia sistemática no Erskine Theological Seminary, situado na Carolina do Sul, EUA. Ele também é diretor do Institute for Reformed Worship.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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