O trecho abaixo foi retirado com permissão do livro Sábia e Conselheira, de Martha Peace, Editora Fiel.
A mulher sábia guarda cuidadosamente suas palavras
“Da mesma sorte, quanto às mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo”. 1 Timóteo 3.11
Ontem fui ao correio e encontrei uma senhora da minha classe de estudo bíblico. O filho dela sofrera uma fratura séria na perna, e conversamos sobre esse acidente. Um senhor chegou e entrou na fila atrás de nós. Percebi que ele achava que nós estávamos na fila, mas não estávamos, então lhe disse: “senhor, nós não estamos na fila, estamos apenas conversando”. Ele riu e disse: “Eu sei como as mulheres são. Tenho cinco irmãs e sou o único filho homem. Tenho uma esposa e quatro filhas!” Ele estava brincando conosco, mas de fato, ele tinha razão. As mulheres realmente gostam de falar! É claro que não há nada de errado em conversar, a menos que não se tenha cuidado com as palavras. O critério bíblico para as palavras que você diz pode ser resumido nestes três princípios: fale palavras edificantes, fale a verdade e fale palavras de boa reputação.
Palavras edificantes
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.” Efésios 4.29
A boa palavra edifica os outros. Ela não é uma forma falsa ou manipulativa de elogio. A palavra deve ser dita com o intuito de ajudar ao outro a ser forte no Senhor ou a assemelhar-se mais ao Senhor Jesus Cristo. Pode ser uma palavra de encorajamento ou de exortação. Depende do que seja mais apropriado. Tais palavras honram ao Senhor e possuem propósito eterno e valioso.
A mulher descrita em Tito 2 deve estar repleta da Palavra de Deus, se ela deseja verdadeiramente edificar os outros. Seu desejo deve ser o de ajudar a outra pessoa a assemelhar-se a Cristo. Ela deve ser sensível, “conforme a necessidade” (Efésios 4.29). O propósito da palavra é transmitir “graça aos que ouvem” (Efésios 4.29). Suas palavras são boas e benevolentes aos que a ouvem, e não torpes. Torpe é o mesmo que apodrecido. Compare os seguintes exemplos de “palavra torpe (apodrecidas)” com a “palavra benevolente (boas)”.
A Mulher de Tito 2 fala palavras de edificação. Suas palavras transmitem graça aos que a ouvem. Elas não são torpes. Elas são também verdadeiras.
Palavras verdadeiras.
“Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros”. Efésios 4.25
Paulo escreveu à igreja em Éfeso que não era suficiente deixar de mentir, apenas; eles também deveriam falar a verdade. Às vezes, nós não falamos uma mentira com todas as letras, mas, de certa forma, mentimos ao omitirmos parte da história, ou por enganarmos o outro de alguma outra forma.
Quando trabalhei no Atlanta Biblical Counseling Center, tive clientes que mentiram, descaradamente, para mim. Às vezes, os resultados eram trágicos, porque eu dei conselhos com base naquilo que acreditava ser a verdade. Mas meu conselho teria sido diferente se eu soubesse a verdade.
Outros clientes não mentiam abertamente, mas usavam uma tática do tipo “se ela não me perguntar, eu não direi”. Obviamente, eram tão enganadores quanto aqueles que mentiam abertamente. Assim como alguns dos meus clientes, é muito fácil sermos caluniadores, escondendo parte da verdade ou, é claro, mentindo abertamente. Mas devemos fazer o contrário, as palavras que dizemos precisam ser verdadeiras.
Contudo, uma palavra de precaução: entenda que, mesmo quando falamos a verdade, ainda assim, podemos caluniar o nosso próximo. Mesmo falando a verdade, você pode dar mau testemunho ao invés de bom testemunho.
Palavras de “boa fama”
Ao guardar cuidadosamente suas palavras, considere se aquilo que você está para dizer é de “boa fama” (Filipenses 4.8).
Pensamentos e, subsequentemente, palavras de boa fama não levam à calúnia ou difamação, mas favorecem a reputação do outro. Estes são os tipos de pensamentos com os quais devemos ter muito cuidado. De outra sorte, poderemos dar falso testemunho e nos tornarmos aquilo que Tito 2.3 diz para não sermos – caluniadoras.
Se há algo sobre a outra pessoa que possa difamá-la, vá até ela e fale sobre isso. Sua conduta deve ser amável e gentil, contudo clara, verdadeira e direta. Seja alguém que transmita esperança, e não um mau testemunho. Não seja caluniadora.
Além de guardar cuidadosamente as suas palavras…
Não fale demais!!!
“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente”.
Provérbios 10.19
Sei que não sou a única culpada por falar demais. Se continuarmos falando demais, é provável que digamos algo que não deveríamos. É tão fácil ir além do limite daquilo que é correto! Mas ao contrário, a mulher piedosa tem autocontrole. Ela fala à pessoa, ela não fala da pessoa. Como uma mulher mais jovem ou qualquer outro poderá confiar em você, se não é sábia naquilo que diz?
Há uma determinada senhora crente que tem a má reputação de ser caluniadora. Ela não somente faz fofoca como se empenha muito em descobrir coisas sobre os outros. Ela chama os outros e faz perguntas diretas que, obviamente, não são da sua conta. Você deve estar atenta contra pessoas assim. Se não tomar cuidado, antes que dê conta, você terá contado mais do que deveria. Cuidado com as fofocas! Diga algo do tipo: “Se continuarmos falando sobre isso, ou se eu continuar ouvindo o que você diz, vamos começar uma fofoca”. Portanto, senhoras, falem, mas não falem muito!
Você deve estar pensando: “Não quero fazer fofoca, mas o que devo fazer se outra mulher quiser me contar um problema que ela está tendo em seu relacionamento, e não sabe o que fazer?” Suponhamos que ela venha até você com um problema que ela tenha com uma amiga da igreja. Primeiramente, certifique-se de que ela deseja agir com retidão. Se for assim, ouça apenas aquilo que for suficiente para que você possa oferecer-lhe um conselho bíblico, tal como: “Você precisa ir até sua amiga e gentilmente confrontá-la com seu pecado. Sua motivação deve ser sempre a de ajudá-la a restaurar seu relacionamento com Deus” (Gálatas 6.1). Mostre para ela versículos apropriados e aponte sua responsabilidade.
Se ela voltar a você para conversar sobre isso, mas não quiser falar com a amiga dela, então não ouça, e explique: “Da última vez que conversamos, eu ouvi o suficiente para dar-lhe um direcionamento bíblico. Mas, se continuarmos a falar sobre isso estaremos apenas fazendo fofoca”. Encoraje-a para que faça o que é reto, ore com ela, e mais tarde, procure saber se ela seguiu seu conselho. Mas não se deixe enredar pela fofoca!
Calúnia é um pecado constante para muitas mulheres, sejam jovens ou idosas. Devemos sempre estar atentas para falarmos apenas aquilo que for verdadeiro, respeitável e de boa fama. Em outras palavras, é melhor não falar muito. Quando for apropriado dar conselhos piedosos, concentre-se na responsabilidade que a mulher jovem tem de responder biblicamente aos outros. Comece agora a cultivar o caráter da mulher descrita em Tito 2, aquela que não é caluniadora.
Como temos visto, a mulher em Tito 2 não deve ser caluniadora, mas deve ser séria em seu proceder. Isso não é tudo.