domingo, 17 de novembro
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Apareça!

As pessoas que frequentam a classe de membros em nossa igreja ficam muitas vezes surpresas com a ênfase que colocamos em participar do culto de domingo. Por mais talentoso que alguém possa ser em conversar com adolescentes ou trabalhar no site, insistimos que sua presença no culto é uma maneira muito mais essencial e significativa de servir ao rebanho. Essa prioridade não é apenas uma peculiaridade de nossa igreja; deve ser uma prioridade bíblica para toda igreja.

Vejamos quatro razões pelas quais a Bíblia prioriza a reunião no culto de domingo, seguidas por quatro maneiras pelas quais a reunião está atualmente ameaçada.

Quatro razões pelas quais a bíblia prioriza a reunião aos domingos

1. O Senhor está presente

O Senhor Jesus promete sua presença na reunião de seu povo: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20).

À luz de toda a narrativa bíblica, esta passagem mostra as extraordinárias implicações escatológicas da reunião. A presença de Deus foi perdida no Éden (Gn 3.8), mas retornou de alguma forma no tabernáculo (Êx 25.8-22), na terra (Nm 35.34) e no templo (1Rs 8.10-11). Mas sua presença com Israel sempre foi limitada: “Mas, de fato, habitaria Deus na terra” (1Rs 8.27).

Na vinda de Cristo, Deus veio habitar com seu povo e morrer por ele (Jo 1.14; 10.11-15) para que todos que receberem o Filho se tornem os filhos de Deus reunidos (Jo 1.11-13; 11.51-52). E agora, uma vez que Cristo ressurreto está presente entre seu povo reunido, temos o privilégio de nos unir a ele como seus irmãos e irmãs, louvando ao nosso Pai (cf. Sl 22.22; Hb 2.12).

A própria palavra que Jesus escolhe para a sua comunidade, ekklesia, implica que a igreja é “uma sociedade de homens chamados de algum lugar ou estado e reunidos em uma assembleia”.[1]  Ainda somos a igreja durante a semana, enquanto estamos separados, mas somos a igreja durante a semana porque nos reunimos aos domingos.

Nossas atuais reuniões terrestres antecipam o tempo em que ele habitará visivelmente conosco (Ap 21.3; 22.4). Que privilégio e promessa! Quem iria querer perder isso?

2. O mandamento do Senhor exige

Reunir não é apenas um privilégio, é também um comando que cria uma responsabilidade solene. “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25).

Em todo o Novo Testamento, vemos a reunião semanal da igreja no Dia do Senhor como um padrão e um preceito (1Co 5.4; Lc 24.33; Jo 20.19; At 20.7; 1Co 16 .2).

3. A comunidade do Senhor precisa disso

O ajuntamento é recomendado e ordenado para o nosso bem. Um dos principais propósitos da reunião é a edificação mútua. É verdade que a igreja pode ser edificada por meio de conversas informais e em pequenos grupos durante a semana. Mas o Novo Testamento enfatiza repetidamente que a igreja é edificada quando “se reúne” (1Co 11.20, 33, 34; 14.26).

4. As imagens da igreja assim requerem

As imagens que as Escrituras usam para descrever a igreja destacam a necessidade de se reunir. A igreja é o corpo de Cristo que reconhece as outras partes do corpo particularmente quando elas se reúnem como um só corpo (Rm 12.3-8, 1Co 10.17; 11.29; 12.12-31; 14.1-19). A igreja é um templo no qual todas as pedras são construídas juntas por meio da edificação mútua que ocorre ao se reunírem (1Co 3.16-17; Ef 2.19-22). A igreja é uma família na qual alimentamos uns aos outros com a Palavra de Deus (Cl. 3:16) ao redor da mesa do Senhor. A igreja é um rebanho de ovelhas que estão juntas no aprisco.

Quatro ameaças atuais à reunião da igreja

1. As “reuniões virtuais” são convenientes

O ano passado destacou para alguns que as reuniões virtuais parecem mais seguras e convenientes do que as reuniões reais. Certamente, a pandemia apresentou algumas razões legítimas para se abster temporariamente da reunião. Mas isso nunca deve estabelecer um precedente duradouro.

2. Reuniões inadequadas nos tornam cínicos

Encontrar uma igreja saudável pode ser difícil. Mas a prevalência de igrejas enfermas deve nos motivar a encontrar e nos unir a uma igreja saudável. Não deveria nos fazer recuar para um cristianismo desigrejado.

Nossa devoção particular deve complementar e suplementar a reunião da igreja. Ela nunca deve compensar sua ausência ou suplantá-la inteiramente.

3. Nós nos concentramos na amizade em outros lugares

Pastores geralmente notam que, às vezes, membros vão esporadicamente à igreja porque estão visitando outras igrejas — talvez convivendo com amigos e familiares.

Claro, não é errado visitar amigos em outras igrejas. Mas prejudicamos o corpo quando essas visitas são frequentes e não ocasionais.

Além disso, a mídia social tornou mais fácil sentir-se continuamente conectado com aqueles que moram longe. Mas quando nossas amizades distantes diminuem nossa capacidade de crescer junto à nossa família da igreja local, estamos nos esticando demais e a vida do corpo local se torna mais superficial.

4. Passamos nosso tempo com não-cristãos

As oportunidades de construir novos relacionamentos com aqueles que não conhecem a Cristo são preciosos e, às vezes, difíceis. Por isso, alguns sugerem que, por causa da missão, os cristãos devem priorizar o tempo gasto com não-cristãos ao invés do tempo com sua igreja local. Claro, a reunião da igreja pode edificar você e outros crentes. Mas você já está salvo! Então, por que festejar no bote salva-vidas enquanto outros se afogam? Além disso, em uma sociedade pós-cristã, cada vez menos qualquer um deles apareceriam nas portas de uma igreja.

Eu amo o zelo evangelístico por trás de tal apelo. Mas temo que seja míope e autodestrutivo. Como a congregação estará equipada e motivada para alcançar os perdidos sem uma reunião semanal? Como todas as pessoas saberão que somos discípulos de Jesus se nosso amor pelos perdidos é maior do que nosso amor uns pelos outros (Jo 13.34-35)?

Cristão, venha!

Neste último ano, o Senhor, em sua soberana bondade, removeu de muitos de nós a capacidade de nos reunirmos regularmente para adoração, edificação e serviço. Oro para que, quando pudermos nos reunir mais uma vez, todos os membros retornem. A comunhão remota, virtual e desencarnada simplesmente não é suficiente. Nós perseveramos durante esse tempo. Mas espero que isso tenha nos levado a valorizar ainda mais a reunião pessoal, real e corporificado que antecipa como passaremos a eternidade — juntos na presença de nosso Senhor.

Publicado originalmente em 9 Marks.

Tradução: Carla Silva. Revisão: Vinicius Musselman Pimentel.


[1] Francis Turretin, Institutes of Elenctic Theology Volume 3 (Phillipsburg, PA: P&R, 1997), 6.


Autor: Mike Gilbart-Smith

Mike Gilbart-Smith é pastor da Twynholm Baptist Church (Fulham, Londres) desde 2008. É casado com Hannah com quem tem cinco filhos. Antes de ir para Londres, Mike serviu como pastor assistente na Capitol Hill Baptist Church, em Washington DC, de 2005 a 2008, e na Farnham Baptist Church, em Surrey, no período de 2002 a 2005. Mike formou-se em Estudos Teológico e Pastoral na Oak Hill College, e em Matemática pela Universidade de Cambridge. Mike também é professor de Novo Testamento no London Theological Seminary. Mike Gilbart-Smith é representante do Ministério 9 Marcas.

Parceiro: 9Marks

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Ministério: Ministério Fiel

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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