quinta-feira, 21 de novembro
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Características da fé genuína

Porque a fé ordinariamente vem pelo ouvir as boas novas (Romanos 10.17), você e eu precisamos estar sempre prontos para dar uma resposta a todos que nos perguntarem “O que eu devo fazer para ser salvo?”. Mas nós também precisamos estar prontos para compartilhar essa resposta com outros, mesmo quando eles não a peçam diretamente. Essa resposta precisa estar no coração da mensagem que nós comunicamos aos outros, porque é o meio que Deus geralmente usa para trazê-los à fé em Cristo.

Talvez não haja resposta mais clara à pergunta “O que devemos fazer para sermos salvos?” do que aquela que o Apóstolo Paulo providencia em Romanos 10.8-13:

Porém que [a justiça baseada na fé] se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.

Aqui, Paulo diz que a nossa salvação, na realidade, não é uma questão de fazer alguma coisa – como se estivéssemos sob a lei (v. 5); ao invés disso, nossa salvação é uma questão de crer. E que “palavra” gloriosa é essa. Deus trouxe o caminho da salvação para “perto” de nós (v. 8). Ele o facilitou, pode-se dizer, e não o tornou algo que somente o mais forte, o mais apto ou o mais inteligente entre nós pudesse alcançar.  Não há iniciação para encarar, nem teste de QI para passar, nem temos de pular por entre argolas, nem há testes de aptidão física para dominar. Não depende de quem conhecemos, ou de onde nascemos, ou de quanto dinheiro tenhamos. Deus trouxe o caminho da salvação perto de todos, não para amarrá-lo a algo que nós tenhamos que fazer, mas para torná-lo disponível àqueles que simplesmente crerem.

Mas o que significa crer? De acordo com Romanos 10.9-10, significa, em primeiro lugar, que nós devemos saber e afirmar certas verdades importantes, a saber, que “Jesus é Senhor” e que “Deus o ressuscitou dentre os mortos”. Em outras palavras, precisa haver um conteúdo básico para a nossa fé. Nós devemos crer que Jesus é ninguém menos do que o Senhor da glória e que ele morreu e ressuscitou. A ressurreição é central para a nossa defesa da fé. É uma declaração ao mundo que ele realmente é o Filho de Deus em poder (Romanos 1.4) e uma confirmação de que o sacrifício dele pelos nossos pecados realmente foi aceito por Deus para a nossa justificação (Romanos 4.25).

Mas para Paulo, crer é mais do que simplesmente reconhecer algumas verdades importantes. Isso necessariamente envolve o coração. Até os demônios creem nos fatos sobre Deus (Tiago 2.19). Mas eles odeiam esses fatos, assim como odeiam ao próprio Deus. Eles não creem em seus corações, mas apenas com as suas mentes. Paulo diz que a fé crê tanto com a mente quanto com o coração. Ele crê e coloca sua esperança nas coisas que sabe sobre Deus, assim como crê e coloca sua esperança no próprio Deus.

Romanos 10.9-10 vai ainda mais longe, adicionando um terceiro componente ao crer: nós também precisamos “confessar com a [nossa] boca”. A razão disso é que crer e confessar precisam caminhar juntos. Nós devemos confessar “Jesus é Senhor” com nossas bocas precisamente porque nós devemos crer nele e nas promessas dele com nossos corações (veja Mateus 12.33-34). A fé verdadeira sempre se reflete em nosso falar e ações, embora imperfeitamente. Se a nossa fé nunca se manifesta em nosso falar e na vida, então não é uma fé real. Não é crer no coração.

Isso quer dizer que a fé genuína se submeterá alegremente ao senhorio de Jesus. Ela irá crer nele e confiar na palavra dele. Isso também quer dizer que a fé irá necessariamente levar ao arrependimento. Ela não irá persistir numa atitude de desafio e rebelião contra o Senhor, mas irá reconhecê-lo como Senhor em todas as áreas da vida. E irá carregar o fruto do amor por Cristo e pelo povo dele. A coisa mais gloriosa, de longe, nessa passagem, entretanto, é a promessa que Paulo nos oferece. Ele promete que se crermos em Jesus da maneira acima mencionada, nós “seremos salvos”. Independentemente de quem nós somos ou do que fizemos – lembre-se, o próprio Paulo foi um assassino, um blasfemador e um perseguidor de cristãos (Atos 7.58-8.3; 1Timóteo 1.13) – nós seremos salvos da culpa e da condenação que os nossos pecados trouxeram sobre nós (nós “não seremos envergonhados”). Nós seremos salvos para as gloriosas “riquezas” de Deus, de graça outorgadas a “todos aqueles que invocarem” Jesus como o Senhor e Salvador deles. Ele – e somente ele – é o “Senhor de tudo”. Não há nenhum outro nome abaixo dos céus pelo qual alguém possa ser salvo.

 

Tradução: João Pedro Cavani
Revisão: Yago Martins
Original: Salvation


Autor: Guy Richard

Dr. Guy Richard é diretor executivo e professor assistente de teologia sistemática no Reformed Theological Seminary em Atlanta.

Parceiro: Ministério Ligonier

Ministério Ligonier
Ministério do pastor R.C. Sproul que procura apresentar a verdade das Escrituras, através diversos recursos multimídia.

Ministério: Ministério Fiel

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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