O texto abaixo foi extraído com permissão do livro Dez mandamentos para a vida, de Jen Wilkin, Editora Fiel.
Se há alegria em participar do descanso, uma alegria ainda mais profunda é encontrada em providenciá-lo. O Antigo Testamento está repleto de um conceito de Shabat que se expande para além da observância comum do sétimo dia. No ano do Jubileu, Israel deveria estender sua confiança na provisão de Deus, concedendo descanso para a terra, descanso da servidão e descanso da dívida (Lv 25). Levítico e Deuteronômio descrevem o Shabat como descanso do sofrimento, para a prevenção da injustiça. Na época de Jesus, esse princípio mais amplo havia, aparentemente, sido esquecido. Mas Jesus o traz à lembrança ao curar um homem com a mão ressequida no dia da cessação:
E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio! Então, lhes [aos Fariseus] perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio. Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada. (Mc 3.3-5)
“É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?” Na pergunta de Jesus e na ação subsequente, ouvimos o cerne do mandamento do Shabat: tanto quanto for possível para você, conceda alívio aos outros. Lembre-se do Shabat. Lembramo-nos da letra do mandamento do Shabat ao descansar do trabalho. Lembramo-nos do coração do mandamento do Shabat ao trabalhar para o descanso dos outros.
Jesus proclamou a si mesmo como Senhor do Shabat. E, de fato, ele era. Ele obedeceu tanto à letra como ao coração do mandamento do Shabat, em sentido literal. Mas ele também obedeceu no sentido espiritual. Ele previu sua própria morte, o trabalho final que garantiria nosso verdadeiro e melhor descanso sabático. Ele se preparou com antecedência para essa morte, trabalhando fielmente em obediência ao Pai e ensinando seus seguidores a andarem em seus passos. Ele participou do descanso, exalando na cruz em uma noite de sexta-feira, enquanto o sol se punha no horizonte para começar o dia de Shabat. E, em sua expiração, ele soprou descanso a nós — descanso para nossas almas (Mt 11.28-30). Jesus Cristo é tanto o praticante perfeito do Shabat como o meio pelo qual ele é alcançado.
Jesus se lembrou do Shabat. Aqueles que o seguem irão e farão o mesmo.
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