sexta-feira, 22 de agosto
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Diversidade de dons

Devemos observar nesses versículos o diferente caráter dos discípulos de Cristo. Nesta ocasião profundamente interessante, vemos Pedro e João lado a lado no mesmo barco. E, uma vez mais, assim como no sepulcro, nós os observamos comportando-se de maneira diferente. Estando Jesus na praia, durante o ofuscado amanhecer do dia, João foi o primeiro a reconhecê-Lo, dizendo: “É o Senhor!”; mas Pedro foi o primeiro a lançar-se ao mar, esforçando-se para chegar perto do Senhor. Em resumo, João foi o primeiro a ver; Pedro, o primeiro a agir. O espírito gentil e amável de João foi mais rápido para discernir; porém, a natureza impulsiva de Pedro foi mais rápida para levá-lo à ação. Os dois eram verdadeiros discípulos, amavam o Senhor em suas vidas e mostraram-se fiéis a Ele até à morte; mas o temperamento natural deles não era o mesmo.

Jamais esqueçamos esta lição prática. Enquanto vivermos, devemos utilizá-la com diligência ao formular opiniões a respeito de outros crentes. Não devemos condenar os outros como pessoas incrédulas e destituídas da graça divina, somente porque não têm as mesmas opiniões que nós temos no que se refere aos deveres cristãos e não expressam sentimentos iguais aos nossos. “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo” (1 Co 12.4). Os dons dos filhos de Deus não são outorgados exatamente na mesma proporção e medida. Alguns possuem maior medida de um dom; outros têm mais de outro dom. Alguns dons brilham com mais intensidade, quando utilizados em público; outros, em particular. Alguns crentes brilham mais em sua vida de passividade; outros, em uma vida de atividade; mas todos os membros da família de Deus, de acordo com seu dom e no devido tempo, glorificam a Deus. Marta era uma mulher agitada que se preocupava com muitos afazeres, enquanto sua irmã, Maria, assentava-se aos pés do Senhor, para ouvir sua Palavra (Lc 10.39-40). Todavia, chegou o dia em que Maria ficou abatida e prostrada por causa de muita tristeza, enquanto a fé exercida por Marta resplandeceu mais do que a de sua irmã (Jo 11.20-28). Ambas eram amadas por nosso Senhor. A única coisa realmente necessária é ter a graça do Espírito e amar a Cristo. Amemos a todos aqueles que possuem esta graça e amam o Senhor, embora não vejam as coisas com os nossos olhos. A igreja de Cristo precisa de todos os tipos de servos e instrumentos — facas e espadas, machados e martelos, formões e serrotes, Marta e Maria, Pedro e João. A nossa regra áurea deve ser: “A graça seja com todos os que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 6.24).


Autor: J. C. Ryle

J. C. Ryle (1816-1900) foi bispo da Igreja da Inglaterra, em Liverpool. Conhecido por sua erudição e piedade, Ryle era também um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um ministro fiel. Dentre suas obras, a Editora Fiel tem publicado o "Santidade" e a série de meditações nos quatro evangelhos.

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