domingo, 17 de novembro
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Faça coisas estranhas

Antes de me formar na faculdade, eu havia testemunhado as seguintes coisas na igreja:

  • Era o 40º aniversário do meu pastor de infância. Para comemorar, compraram-lhe um presente: um Toyota branquíssimo e novinho em folha. Embora eles não conseguissem encontrar uma maneira de colocar o carro no palco, eles acharam uma forma de mostrar uma transmissão ao vivo do carro chegando até a igreja, para surpresa de nosso pastor. Parecia um programa de TV.
  • Era o domingo do Super Bowl 2008. Os pastores da minha igreja da época da faculdade se vestiram como dois jogadores de times opostos e, sinceramente, não me lembro de muito depois disso. Mas o futebol teve um papel proeminente.
  • Foi um domingo de verão no Brooklyn, provavelmente 2009 ou 2010. Entre as canções e o sermão, um membro da igreja, a fim de exercer seu “dom”, fez algo parecido com uma comédia stand-up. Eu me lembro de rir mais de uma vez.

Era o Dia dos Pais. Um cantor talentoso cantou um solo sobre a paternidade. Era o Dia das Mães. Uma cantora entoou uma canção sobre a maternidade. Todas as mães presentes receberam rosas. Era o Memorial Day (feriado nos Estados Unidos em homenagem a militares que perderam a vida enquanto serviam nas forças armadas americanas). Um coro formado por cantores muito talentosos cantou sobre valor e sacrifício. Eu poderia continuar. Poderia falar sobre esquetes constrangedores ou sobre a vez em que um camelo andou pelo corredor, ou sobre a série de sermões inspirados em filmes, sobre cantores entoando o hino nacional, ou sobre o coro usando luvas brancas com sinos nas mãos, ou ainda sobre dançarinos performáticos e tudo mais.Eu testemunhei todas essas coisas na igreja. E sabe de uma coisa? Precisamente nenhuma delas era estranha para mim. Era tudo tão normal como o nascer do sol, tão comum como uma faca de manteiga.Até que finalmente deixou de ser algo comum para mim.

“ESTE LUGAR É INSANO?”

Era janeiro de 2013 e, por meio da providência inesperada  e surpreendente de Deus, eu tinha literalmente  acabado no quintal de Mark Dever. Em outras palavras, eu tinha começado um estágio na Igreja Batista do Capitólio embora nunca tivesse estado em uma igreja como essa antes. Por meio da pregação que eu ouvi na faculdade, eu havia me tornado um reformado ou calvinista ou algo assim, mas eu basicamente não fazia ideia do que era uma igreja.

No entanto, entrei no auditório e sentei-me ao lado da minha esposa. Tínhamos 23 anos de idade e tínhamos nos casado recentemente.

Aqui está o resumo do culto daquela manhã. Tente ler isso em voz alta, sem pausa para respirar:

  • Três “canções de preparação” enquanto as pessoas encontravam seus assentos
  • Boas-vindas e anúncios
  • Um convite à adoração
  • Mais três hinosUma oração de louvor (cerca de 5 minutos)
  • Uma leitura das Escrituras do Antigo Testamento
  • Outro hino
  • Uma leitura das Escrituras do Novo Testamento
  • Uma oração pastoral a partir de pedidos de oração (cerca de 10 minutos)
  • Outro hino
  • Uma oração de agradecimento (cerca de 1 minuto)
  • A oferta
  • Um hino
  • O sermão (cerca de 55 minutos)
  • Um hino
  • Uma celebração da Ceia do Senhor (cerca de 15 minutos)
  • Mais dois hinos
  • Uma benção
  • Um breve momento de reflexão e preparação

Não, não. Não pule essa lista. Sério, leia essa lista. É como o menu de uma confeitaria. Tem tudo menos o batismo.

Ao final desta reunião que durou duas horas e meia senti-me exausto e ao mesmo tempo um pouco entusiasmado. Eu também estava impaciente com meu time de futebol americano. De alguma forma, os jogos estavam prestes a começar!

Os estagiários tinham um trabalho depois da igreja: ficar ao lado das saídas enquanto as pessoas se retiravam. Eu fiquei ali, de olhos bem abertos e cheio de energia. Apertei mão após mão e sorri para aqueles que me cumprimentavam também com um sorriso. “Obrigado por terem vindo”, disse eu. Mas eu queria dizer algo mais: “Este lugar é insano? Você está louco? Eu estou louco?”

Durante 23 anos, eu tinha ido à igreja todos os domingos da minha vida. Mas nunca havia visto nada parecido com aquele primeiro domingo de 2013. Foi esquisito.

Até que finalmente deixou de ser algo esquisito para mim.

Os cinco meses seguintes foram conflitantes. No início, a experiência se media em partes iguais: curiosa, confusa e cativante. No entanto, com o passar do tempo, enquanto me sentava nas reuniões de planejamento dos cultos e ouvia o raciocínio por trás de todas as decisões, comecei a entender algumas coisas. Muitas curiosidades permaneceram o que são “hostes celestiais”? Precisamos realmente de tantas orações separadas? Mark realmente precisa pregar por tanto tempo? Mas, ao final do estágio, o que me deixou confuso desapareceu e tudo começou a fazer sentido.

FAÇA COISAS ESTRANHAS

Meu amigo Sam Emadi escreveu um artigo chamado “Não Faça Coisas Estranhas”. O artigo é bom. Você deveria lê-lo. Ele fala de coisas engraçadas como batizar as pessoas em piscinas de cerveja. O objetivo deste artigo é falar sobre este mesmo assunto de uma perspectiva diferente. Eu quero encorajá-lo a fazer coisas estranhas. Coisas que não farão muito sentido para a maioria das pessoas que frequentam a igreja, coisas que não farão sentido imediato para as pessoas que não conhecem Jesus e nunca pensam em Deus.

Não estou incentivando a esquisitice como um fim em si mesma. Não estou celebrando igrejas que são misteriosas, inescrutáveis e, apropriando-me do termo usado por Andy Dufresne, “obtusas”. Estou simplesmente encorajando vocês a se certificarem de que o alvo de cada reunião seja edificação ordenada e ensinamento inteligível que leve os santos a adorarem a Deus. Esse é o alvo de Paulo em 1 Coríntios 14.

Alguns poderiam dizer que esta ênfase corrói o evangelismo. Na verdade, o que ocorre é justamente o contrário. Um culto cristão não deveria deixar o descrente dizendo a si mesmo: “Sou realmente bem-vindo aqui entre vocês”, mas sim: “Deus está realmente entre vocês” (1 Co 14.20).

Para que isso aconteça, estou certo de que teremos que fazer algumas coisas estranhas. Teremos que falar muito sobre Deus. Teremos que falar muito com Deus. Teremos que colocar sua Palavra em um pedestal e não em um canto qualquer. Teremos que enfatizar diferenças alarmantes entre o cristianismo e tudo mais, mesmo reconhecendo semelhanças essenciais entre os cristãos e os demais.

Deve parecer com a Igreja Batista do Capitólio? Claro que não. O culto deveria demorar duas horas e meia? De jeito nenhum. Devemos cantar sobre “hostes celestiais” e “astros da amplidão” ou sobre o ser que é “das eras o Senhor”? Absolutamente não. (Estou só brincando).

Já ouvi Mark dizer algo como: “Orem tanto em suas reuniões que as pessoas que só fingem amar Jesus ficarão entediadas”. Ele está certo, mas ainda há mais a dizer: enquanto alguns ficarão entediados até a morte, outros terão seu primeiro vislumbre de uma vida verdadeira (2 Co 2.16).

 

Por: Alex Duke. © 9Marks.Website: 9marks.org. Traduzido com permissão. Fonte: Do Weird Stuff

© Ministério Fiel. Website: misteriofiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradutor: Thatiana Silva. Editor: Vinicius Lima. Revisor: Zípora Dias.


Autor: Alex Duke

Alex Duke mora com sua esposa, Melanie, em Louisville, Kentuck. Ele é estudante do Southern Seminary e membro da Hunsinger Lane Baptist Church.

Parceiro: 9Marks

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O ministério 9Marks tem como objetivo equipar a igreja e seus líderes com conteúdo bíblico que apoie seu ministério.

Ministério: Ministério Fiel

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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