O trecho abaixo foi extraído com permissão do livro Aquietai-vos, de Elisabeth Elliot, Editora Fiel.
Katherine Morgan é missionária em Pasto, Colômbia, há mais de cinquenta anos. Ela tem sido minha amiga por mais de quarenta e três desses anos e fez por mim o que Paulo disse que Onesíforo fez por ele: com frequência, deu-me ânimo. O marido de Katherine morreu quando estavam casados há apenas seis anos, mas ela continuou em seu trabalho missionário e criou suas quatro filhas. À Katherine, devo mais do que consigo expressar. Ela praticamente me mandou para o Equador. Eu era uma candidata missionária sem um campo, não sabia exatamente como encontrar um, falei com ela e, em poucos meses, encontrava-me em Quito. Ela me recebeu em sua casa durante muitos fins de semana, dando-me vislumbres das próximas cenas: o que não esperar dos “apoiadores”, o que esperar deles, o que esperar dos equatorianos e dos indígenas na selva, o que levar (senso de humor, por exemplo), o que não levar (olfato, uma mala cheia de inibições e preconceitos dos Irmãos Plymouth, uma ideia inflada de minha própria importância e a noção de que as pessoas estão ansiosas para ouvir o evangelho). Às vezes, todas nós — suas filhas estavam em idade escolar — quase rolávamos no chão de tanto rir. Uma noite, tivemos um desfile de chapéus. Katherine tinha chegado em casa de uma reunião missionária com uma bolsa de compras cheia de chapéus, algo sobre o qual uma senhora lhe dissera: “O Senhor colocou no meu coração para dar aos missionários”.
Há alguns anos, ela me ligou da Pensilvânia, onde estava visitando uma filha. Ela só queria conversar enquanto ainda seria fácil conversar, já que ela voltaria para a Colômbia em algumas semanas.
Perguntando sobre uma amiga em comum que estava hospitalizada, ela me disse para lhe dizer para pular e louvar ao Senhor. Ela mencionou um presente enviado a ela que era endereçado a uma missionária aposentada. “Eu, aposentada! Nunca nem mesmo pensei em me aposentar”. Ela devolveu. Falamos sobre “dores de parto” pelas pessoas que se afastaram do Senhor. Eu a lembrei de 2 Coríntios 4, a passagem sobre carregar a “morte em nossos corpos” para que a vida possa operar em outras pessoas. Sim, ela concordou, isso está na Bíblia, de fato, mas ela não conseguia pensar em si mesma dessa maneira — “Eu sou muito alegre” —, embora eu saiba que ela sofreu muitos tipos de morte por causa de outras pessoas (e teve sua própria vida ameaçada várias vezes, inclusive sendo apedrejada e encharcada com gasolina mais de uma vez).
Querida Katherine! “O coração alegre é bom remédio.” O dela tem sido um elixir para mim. Ela é uma daquelas pessoas que dão frutos na velhice — embora tenha me batido por sugerir que ela está chegando perto dessa categoria. Que Deus me faça como ela!
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