segunda-feira, 2 de dezembro
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Mulheres odeiam mulheres?

Rivalidade feminina

Por que uso a expressão “rivalidade feminina”? Ela é empregada pelo feminismo para falar da “cultura de competição” entre as mulheres, que costuma atribuir a culpa dessa rivalidade ao sistema sociopolítico, que é majoritariamente masculino, e ao papel atribuído às mulheres ao longo da história. Esse movimento argumenta que é do interesse dos homens que as mulheres não se deem conta do poder que há em se unirem. A solução proposta pelo feminismo é o que conhecemos como “sororidade”, que, em resumo, é uma união ou aliança entre mulheres com vistas à empatia pela injusta opressão de gênero experimentada por todas elas. A ideia é que essa união as fortaleça, especialmente contra o patriarcado. Dessa forma, retira-se a culpa das mulheres, transferindo-a para a cultura — e para os homens. A solução, por sua vez, depende das próprias mulheres. Por óbvio, coloca-se a culpa também no cristianismo, embora, de acordo com as Escrituras, o cristianismo verdadeiramente bíblico seja precisamente a solução.

O que a Palavra de Deus nos diz sobre rivalidade?

Rivalidade é uma concorrência entre pessoas que pretendem a mesma coisa. De fato, como cristãs, temos um mesmo chamado neste mundo e temos em mente a mesma coisa: glorificar a Deus em tudo o que fazemos, amando a Deus sobre todas as coisas.[1] Nossa união faz parte dessa missão e, sim, ela nos torna mais fortes, como veremos no Capítulo 1. Se estamos concorrendo umas com as outras, estamos competindo pela glória de quem exatamente? Quando nos colocamos em competição, seja por qual motivo for, qual é mesmo o prêmio?

Neste livro, vamos abordar a questão da rivalidade feminina pela perspectiva da Palavra de Deus, ou seja, entendendo-a como consequência dos prazeres que militam em nossa carne (Tg 4.1). Assim, entre os pecados condenados por Paulo e Tiago, é mencionada a eritheia, uma palavra grega que denota um “ressentimento baseado no ciúme, sugerindo rivalidade — ambição egoísta, rivalidade, ressentimento”2 (cf. Rm 2.8; 2Co 12.20; Gl 5.20; Fp 1.17; Tg 3.14,16). A causa: o pecado. Culpados: nós. Solução: Cristo. Uma unidade forjada por nossos próprios esforços não só não tem poder algum, como nem mesmo é possível. Não somos chamadas e capacitadas por Deus para a competição, mas, sim, para a colaboração em amor, suporte e serviço (Ef 4.1-2; 4.31—5.2). E justamente por isso nossa solução passa necessariamente por um entendimento mais profundo do amor de Deus — e o amor dele se derramando entre nós (Ef 3.14-19).

Mulheres odeiam mulheres? Não necessariamente! Porém, o pecado contra o qual ainda lutamos em nossa carne pode, quando não subjugado pelo poder de Cristo, inflamar a eritheia que há em nós, resultando em competição, ressentimento em relação às nossas irmãs e até mesmo a chegarmos ao triste extremo de as odiarmos. Felizmente, há uma solução de amor. https://amzn.to/3SWGGnU


Este artigo é um trecho adaptado com permissão do livro Unidas contra a rivalidade feminina, de Ana Paula Nunes, Editora Fiel (clique para comprar pela pré-venda).

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[1] “1. Qual é o fim supremo e principal do homem? O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.” (“O Catecismo Maior de Westminster” apud Bíblia de Estudo da Fé Reformada [São José dos Campos, SP: Fiel, 2022], p. 2458); (Rm 11.36; 1Co 10.31; Sl 73.24-26; Jo 17.22-24).


Autor: Ana Paula Nunes

Ana Paula Nunes é formada em Comunicação Social e pós-graduada em Política e Estratégia. Em teologia é pós graduada em Teologia Bíblica pelo CPAJ e possui cursos em Apologética e Cosmovisão Reformada no Seminário Presbiteriano de Brasília. Congrega na Igreja Presbiteriana e é editora do Literatura & Redenção e Sherlocka Holmes. Costuma escrever outros textos em sherlockaholmes.medium.com.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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