sábado, 7 de setembro

O que as confissões de fé nos ensinam sobre o culto?

O Dever de se Juntar à Igreja Verdadeira

Este artigo são trechos das Confissões Belga, de Westminster e de Fé Batista de 1689 dos artigos acerca do culto e da importância do crente em estar em comunhão com os santos. Todas essas confissões fazem parte do vasto material de estudo da Bíblia de Estudo da Fé Reformada, da Editora Fiel.

A Confissão Belga

Artigo 28

O Dever de se Juntar à Igreja Verdadeira

Essa santa assembleia é a congregação daqueles que são salvos e, fora dela, não há salvação. Cremos, então, que ninguém, qualquer que seja a posição ou qualidade, deve viver afastado dela e contentar-se com sua própria pessoa. Mas cada um deve juntar-se e se reunir a ela, mantendo a unidade da igreja, submetendo-se à sua instrução e disciplina, curvando-se diante do jugo de Jesus Cristo e servindo, com vistas à edificação dos irmãos, conforme os dons que Deus concedeu a todos, como membros do mesmo corpo.

Para observar melhor tudo isso, o dever de todos os fiéis é, conforme a Palavra de Deus, separar-se daqueles que não pertencem à igreja, e juntar-se a essa assembleia em todo lugar onde Deus a tenha estabelecido. Esse dever deve ser cumprido, mesmo que os governos e as leis das autoridades o contrariem e mesmo que a morte ou a pena corporal sejam a consequência disso. Por isso, todos os que se separam dessa igreja ou não se juntam a ela contrariam a ordem de Deus.

A Confissão de fé de Westminster

Capítulo 21

Do Culto Religioso e do Domingo

1. A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, um Deus que é bom e faz o bem a todos e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Sagradas Escrituras.

2. O culto religioso deve ser prestado a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e só a ele; não deve ser prestado nem aos anjos nem aos santos, tampouco a qualquer outra criatura; nem deve depois da queda ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro, senão unicamente a de Cristo.

3. A oração, com ação de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus exigida de todos os homens; e, para que seja aceita, deve ser feita em nome do Filho, pelo auxílio de seu Espírito, segundo a sua vontade, e isso com inteligência, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança. Se for em voz alta, deve ser proferida em uma língua conhecida dos presentes.

4. A oração deve ser feita por coisas lícitas e por todas as classes de homens que existem atualmente ou que existirão no futuro; mas não deve ser feita em favor dos mortos, nem em favor daqueles que se saiba terem cometido o pecado para a morte.

5. A leitura das Escrituras, com santo temor, a sã pregação da Palavra e a consciente atenção a ela, em obediência a Deus, com entendimento, fé e reverência, o cântico de salmos, com gratidão no coração, bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo, são partes do culto comum oferecido a Deus, além dos juramentos religiosos, votos, jejuns solenes e ações de graça em ocasiões especiais, os quais, em seus vários tempos e ocasiões próprias, devem ser usados de um modo santo e religioso.

6. Agora, sob o evangelho, nem a oração nem qualquer outro ato do culto religioso são restritos a certo lugar, nem se tornam mais aceitáveis por causa do lugar em que são oferecidos ou para o qual se dirijam; mas Deus deve ser adorado em todo lugar, em Espírito e em verdade, tanto em família, diariamente, e em secreto, estando cada um sozinho, como também, mais solenemente, em assembleias públicas, que não devem ser descuidadas, nem voluntariamente negligenciadas ou desprezadas, sempre que Deus, pela sua providência, proporcione ocasião.

7. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção de tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também, em sua Palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens, em todas as épocas, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (= descanso) santificado por ele; desde o princípio do mundo, até à ressurreição de Cristo, esse dia foi o último dia da semana; e, desde a ressurreição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que nas Escrituras é chamado dia do Senhor (= domingo), e que há de continuar até o fim do mundo como o sábado cristão.

8. Esse sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado seus corações e de antemão ordenado seus negócios comuns, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso de suas obras, palavras e pensamentos a respeito de seus empregos seculares e de suas recreações, como também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e de misericórdia.

A Confissão de Fé Batista de 1689

Capítulo 22

Adoração Religiosa e o Dia do Senhor

1. A luz da natureza mostra que existe um Deus, que tem senhorio e soberania sobre todos, que é justo, bom e faz o bem a todos; e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido, de todo o coração, de toda a alma e com todas as forças. Mas a maneira aceitável de se cultuar o Deus verdadeiro é aquela instituída por ele mesmo, e que está bem delimitada por sua própria vontade revelada, para que Deus não seja adorado de acordo com as imaginações e invenções humanas, nem com as sugestões de Satanás, nem por meio de qualquer representação visível ou qualquer outro modo não descrito nas Sagradas Escrituras.

2. A adoração religiosa deve ser dada a Deus — Pai, Filho, Espírito Santo — e somente a ele: não a anjos, santos ou qualquer outra criatura. E, desde a queda, não sem um mediador, nem por mediação de qualquer outro, senão a Cristo apenas.

3. A oração com ações de graças é requerida por Deus, de todos os homens, por ser parte daquela adoração que é inata a todos os seres humanos. Contudo, para ser aceitável, deve ser feita em nome do Filho, com a ajuda do Espírito, de acordo com a vontade de Deus; com discernimento, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança. E, quando em público, em uma língua que seja conhecida.

4. A oração deve rogar por coisas lícitas, e por toda sorte de pessoas, vivas ou que ainda viverão; mas não pelos mortos, nem por pessoas que se sabe terem cometido o “pecado para morte”.

5. A leitura das Escrituras; a pregação e o ouvir da Palavra de Deus; o ensino e a advertência mútua; o louvor, com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão ao Senhor em nossos corações; a administração do Batismo e da Ceia do Senhor: todos são partes da adoração religiosa, devendo ser cumpridas em obediência a Deus, com entendimento, fé, reverência e temor piedoso. Além disso, em ocasiões especiais devem ser usadas a humilhação solene, com jejuns, e as ações de graças, de uma maneira santa e reverente.

6. Agora, no evangelho, nem a oração nem qualquer outra parte da adoração religiosa estão relacionadas a um lugar específico, nem se tornam mais aceitáveis por causa do lugar em que são feitas ou para o qual a pessoa esteja voltada. Deus deve ser adorado em todo lugar, em espírito e em verdade; na privacidade familiar, diariamente; e em secreto, pela pessoa individualmente; e muito mais solenemente nos cultos públicos, os quais não devem ser intencional ou inconsequentemente negligenciados ou esquecidos, pois Deus, mediante sua Palavra e providência, nos conclama a prestá-los.

7. Por instituição divina, é uma lei universal da natureza que uma proporção de tempo seja separada para a adoração a Deus. Por isso, em sua Palavra — através de um mandamento explícito, perpétuo e moral, válido para todos os homens, em todas as eras — Deus determinou que um dia em cada sete lhe seja santificado, como dia de descanso. Desde o começo do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia era o último da semana; e, desde a ressurreição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana, que é chamado “Dia do Senhor”. A guarda desse dia como sábado cristão deve continuar até o fim do mundo, pois foi abolida a observância do último dia da semana.

8. O dia do descanso é santificado ao Senhor, quando os homens preparam devidamente os seus corações para esse dia e põem em ordem os seus afazeres corriqueiros, de antemão; quando não apenas obedecem a um descanso consagrado, durante o dia todo, de seus próprios trabalhos, palavras e pensamentos, concernentes a ocupações seculares e recreações, mas também ocupam o tempo todo em exercício de adoração a Deus, seja em particular, seja em público, e nos deveres de necessidade e de misericórdia.

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.

Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

Veja Também

O Começo da Fiel: Carta Sobre o Chamado Missionário

Leia a carta tocante de James Richard Denham, escrita em 1947 na China, para seu filho, Pr. Ricardo Denham, fundador do Ministério Fiel. Descubra as qualidades que moldam um missionário eficaz e a importância da simplicidade na pregação do Evangelho.