sábado, 14 de dezembro
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O verdadeiro propósito da igreja

O propósito da igreja está no âmago de sua natureza, atributos e marcas. E práticas corretas de membresia, governo e disciplina servem a esse propósito. Os objetivos apropriados da vida e ações de uma igreja local são a adoração a Deus, a edificação da igreja e a evangelização do mundo.1 Esses três propósitos servem, nessa ordem, à glória de Deus.

Pregação e adoração

A adoração coletiva de Deus acontece no contexto da congregação reunida, enquanto a adoração individual de Deus ocorre no contexto da vida diária de uma pessoa. Moldar e estimular tanto a adoração coletiva quanto a individual são aspectos significativos do propósito da igreja.

Adoração congregacional: elementos

A adoração a Deus no ajuntamento público consiste nos elementos específicos prescritos por Deus dentro de um conjunto de circunstâncias históricas específicas. A Palavra de Deus deve nortear a adoração coletiva de uma igreja. Como David Peterson escreveu: “A adoração ao Deus vivo e verdadeiro é, essencialmente, um engajamento com ele nos termos que ele propõe e da maneira que somente ele torna possível”.2 Ligon Duncan resumiu os elementos que devem estar inclusos na adoração coletiva, empregando o mote: “Leia a Bíblia, pregue a Bíblia, ore a Bíblia, cante a Bíblia e veja a Bíblia”.3 Ao dizer “veja a Bíblia”, Duncan se referia à celebração do batismo e da Ceia do Senhor, que retratam o evangelho. Visto que esse aspecto da adoração coletiva foi considerado antes, os demais elementos da adoração coletiva que devem ser considerados aqui são ler a Bíblia, pregar a Bíblia, cantar a Bíblia e orar a Bíblia.

Os cristãos são ordenados a ler a Bíblia quando se reúnem para a adoração a Deus. Paulo exortou Timóteo nestes termos: “Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino”.4

No entanto, a Palavra de Deus não deve apenas ser lida, ela precisa também ser explicada e aplicada. Portanto, a pregação correta da Palavra de Deus é central no culto da igreja, constituindo a sua base e seu âmago. Uma vez que a fé vem por ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.14-17), a Escritura tem de ser explicada com precisão e paixão. Por isso, Paulo exortou a Timóteo: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”.5

O dever de cantar louvores a Deus é imposto aos cristãos tanto por exemplos como por mandamento.6 Mateus e Marcos registram, a título de exemplo, o fato de que Jesus e os discípulos cantaram um hino depois da última ceia. Paulo instruiu à igreja de Éfeso: “Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.7 Em última análise, os louvores da assembleia cristã na terra é uma prefiguração do louvor que será oferecido no céu.8

Outro elemento do culto de cristãos congregados é a oração. Na oração, os cristãos glorificam a Deus de várias maneiras: por fazerem conhecida sua confiança nele, por demonstrarem obediência ao mandamento de buscá-lo em oração, por lembrarem a fidelidade de Deus em responder às orações anteriores e por contarem com a bondade dele ao pedirem ainda mais.

Na oração coletiva, Deus é exaltado enquanto a igreja é edificada e encorajada. Jesus ensinou seus seguidores a orarem de forma coletiva começando com “Pai nosso”.9 Tiago exortou os primeiros cristãos: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados”.10 O livro de Atos dos Apóstolos também está cheio de orações. Os primeiros cristãos “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”.11 Leitura e pregação da Palavra de Deus, cantar louvores e orar a Deus são os elementos exigidos no ajuntamento semanal de cristãos.

Por trás da afirmação de que o culto cristão deve consistir nesses elementos prescritos por Deus, está o entendimento protestante da suficiência da Escritura – a ideia de que as Escrituras revelam de modo suficiente tudo que o povo de Deus necessita para a salvação, confiança e obediência perfeitas. A suficiência da Escritura tem muitas implicações, incluindo a convicção de que a Escritura deve regular a maneira como o povo de Deus se aproxima dele em adoração. Este princípio tem sido chamado frequentemente “o princípio regulador”. O princípio regulador aplica a crença protestante na autoridade da Palavra de Deus à doutrina específica da igreja (muito frequentemente, ele é mencionado em discussões de culto público).

Muitas pessoas têm debatido que aplicações específicas devem ser extraídas do princípio regulador para os ajuntamentos semanais dos santos. Por exemplo, o princípio exige ou proíbe a coleta de ofertas durante um culto? Ter um coral? Usar teatro em lugar de um sermão? E assim por diante. No entanto, antes de considerar os pontos de aplicação específicos, o princípio básico deve ser firme e claramente estabelecido: Deus revelou que componentes básicos de adoração lhe são aceitáveis. Deixados à mercê de si mesmos, os seres humanos não adoram a Deus como deveriam, nem mesmo os que são abençoados por ele. Precisamos apenas lembrar o sacrifício inaceitável de Caim ou o bezerro de ouro dos israelitas.

Em resposta à falta de conhecimento dos homens e do desejo de adorar corretamente a Deus, ele dá graciosamente sua Palavra à humanidade. Os dois primeiros dos Dez Mandamentos mostram o interesse de Deus em como ele deve ser adorado.12 Jesus censurou os fariseus por alguns aspectos da adoração deles.13 Paulo instruiu a igreja de Corinto sobre o que deveria e não deveria acontecer nas reuniões deles.14 Em resumo, reconhecer o princípio regular equivale a reconhecer a suficiência da Escritura aplicada à adoração coletiva.15 Na linguagem da Reforma, equivale a sola scriptura.

Adoração congregacional: circunstâncias

O tempo e o lugar de os cristãos se reunirem para adoração não são prescritos com clareza no Novo Testamento. Tanto lugares públicos (como o templo ou a beira de um rio) quanto lugares privados (como casas) são usados.16 O Novo Testamento também não tem qualquer coisa a dizer sobre várias outras questões de circunstâncias, como, por exemplo, se microfones podem ser usados para amplificar as vozes ou qual a ordem em que esses elementos devem acontecer quando a igreja se reúne. Responder a questões de circunstâncias como essas deve depender inevitavelmente da prudência de uma igreja.

No decorrer da história, a igreja julgou apropriado se reunir aos domingos por três razões. Primeira, Cristo ressuscitou num domingo.17 Segunda, o Cristo ressuscitado se reuniu pela primeira vez com seus discípulos num domingo.18 E terceira, o padrão dos primeiros cristãos, no Novo Testamento, aponta para o domingo como o tempo da semana para a adoração coletiva, embora o domingo não fosse um dia de descanso para eles.19 Esse padrão foi logo incorporado à linguagem referente ao domingo como “o dia do Senhor”.20 De acordo com fontes primitivas da igreja cristã, esse era o costume universal para os cristãos.21 Por fim, no decorrer da história, os cristãos têm julgado apropriado dar as primícias da semana a Deus em reconhecimento de seu senhorio do todo, assim como o fazem com a sua renda.

Adoração individual

Além de promover e regular a adoração coletiva de Deus pela congregação, o propósito de missão da igreja inclui fomentar a adoração a Deus por parte dos indivíduos. A adoração não acontece somente nos cultos e reuniões públicos. Deve acontecer no viver diário do cristão. Por isso, Paulo exortou aos cristãos de Roma: “Apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.22 Teologia vivenciada em ação e obediência responsáveis é adoração a Deus. Quando realizados com fé, todos os deveres da vida cristã, ordenados na Escritura, são meios de adorar a Deus. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”.23 Adorar a Deus é o objetivo supremo da igreja cristã, quer seja considerada universal ou localmente, ou na vida individual dos seus membros.

A igreja como um meio de graça

Além de olhar para o alto, a igreja existe a fim de olhar para o lado. Em outras palavras, o propósito vertical da igreja – adorar a Deus – exige seu propósito horizontal: trabalhar para evangelizar o perdido e edificar a igreja.

A própria igreja é um meio de graça, não porque dá salvação à parte da fé, mas porque é o meio designado por Deus que o Espírito Santo usa para proclamar, ilustrar e confirmar o evangelho de salvação. A igreja é o canal pelo qual fluem normalmente os benefícios da morte de Cristo.

Edificação: discipulado individual e crescimento

O propósito da igreja é, em parte, encorajar os cristãos individuais na fé e no relacionamento com Cristo. Com esse alvo em mente, Paulo rogou que a igreja em Éfeso crescesse “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”.24 Quando o autor de Hebreus exortou seus leitores a se congregarem regularmente, indicou o propósito de se encorajarem mutuamente: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.25

Edificação: comunidade edificadora

A vida de toda a congregação junta deve ter como alvo a edificação coletiva, uma ideia que tem suas raízes no povo de Deus do Antigo Testamento. Deus criou um povo, no Antigo Testamento, para ser especialmente abençoado por sua presença, promessas e poder. O alvo de Deus para eles era que manifestassem a sua fidelidade e o seu senhorio, por olharem com expectativa para o dia prometido de sua vinda. A nação deveria ser um povo marcado por santidade.

No Novo Testamento, o povo de Deus é a igreja. Numa congregação local, a comunhão como um todo deve manifestar a santidade de Deus por meio de sua santidade. O amor de Deus deve ser refletido no amor que eles demonstram uns para os outros. A unidade de Deus deve ser refletida na unidade deles.26 A comunhão de crentes em uma congregação deve ser um companheirismo no labutar por edificação mútua e por fidelidade na evangelização.

Evangelização

Outro propósito da igreja local é levar a Palavra de Deus aos de fora da igreja.27 Jesus ordenou aos discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.28 Ele também lhes disse que o perdão dos pecados seria pregado em seu nome, “começando de Jerusalém”.29 “Sereis minhas testemunhas”, disse-lhes Jesus, “tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.8).

Oportunidades para ministrarmos aos outros surgem naturalmente na vizinhança e na cidade onde vive uma congregação. As boas novas se propagam mais naturalmente não só onde a congregação realiza suas reuniões, mas também onde seus membros espalhados vivem seus dias de semana. A vida deles deve ser conhecida pelos amigos, vizinhos e colegas não cristãos. O testemunho deles deve ser melhorado enquanto todos os de fora observam constantemente a conduta deles.

Missões

O propósito exterior da igreja não está limitado a evangelizar a própria cidade onde a congregação vive. As orações e os planos de uma congregação devem se estender para além de restritos horizontes de familiaridade. O mandamento de Jesus para irmos até “aos confins da terra” nos lembra que Cristo é Senhor sobre tudo, que ele ama todos e nos chamará à prestação de contas no grande dia. Portanto, os cristãos de hoje têm a responsabilidade de levar o evangelho a todo o mundo. Essa responsabilidade não é apenas do cristão individual, mas também das congregações. Os cristãos juntos podem compartilhar sabedoria, experiência, sustento financeiro, orações e vocações, e direcionar tudo isso para o propósito comum de tornar o nome de Deus conhecido entre as nações.

Em muitas igrejas hoje, esse propósito exterior pode exigir reestruturar a vida de modo que os membros da congregação interajam naturalmente com populações de nãos cristãos em áreas metropolitanas. Em todas as igrejas, esse propósito exterior significa orar e planejar para enviar recursos e pessoas àqueles grupos de indivíduos que ainda não ouviram o evangelho de Jesus Cristo. Testemunhar a glória de Deus sendo proclamada ao redor do globo no coração de todo o seu povo deve ser o alvo e propósito de toda igreja local.

Sempre a glória de Deus

O aspecto final e mais importante do propósito da igreja é a glória de Deus.

No Antigo Testamento, Deus criou um povo para a glória do seu nome.30 Mesmo quando os salvou dos resultados de seus próprios pecados, Deus o fez para a glória do seu nome. Por meio de Ezequiel, Deus falou:

“Não é por amor de vós que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. Vindicarei a santidade do meu grande nome”, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; as nações saberão que eu sou o Senhor, diz o Senhor Deus, quando eu vindicar a minha santidade perante elas.31

Isso também é verdadeiro no Novo Testamento. A igreja existe para a glória de Deus. Quer realizando missões ou evangelização, quer edificando uns aos outros por meio de oração e estudo bíblico, bem como encorajando o crescimento em santidade ou se reunindo para louvor, instrução e oração pública, esse propósito singular prevalece. A igreja é o único instrumento que produz essa glória para Deus. De acordo com a Bíblia, a intenção de Deus é “que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor”.32 O que está em jogo na igreja é nada menos do que a proclamação da glória de Deus em toda a sua criação. Como disse Charles Bridges: “A igreja é o espelho que reflete todo o esplendor do caráter divino. É o grande cenário em que as perfeições de Jeová são mostradas ao universo”.33

Notas:

1 – Entre as passagens importantes que servem como um pano de fundo para o que Deus está fazendo com seu povo, há as seguintes: Êx 19.5-6; Mc 13.10; 14.9; Mt 28.16-20; Lc 4.16-21; 24.44-49; Jo 20.21; At 1.8; Ef 3.10-11.
2 – David Peterson, Engaging with God (Downers Grove: IVP, 1992), 20. Cf. a definição mais extensa de D. A. Carson, em D. A. Carson, ed., Worship by the Book (Grand Rapids: Zondervan, 2002), 30.
3 – J. L. Duncan, “Foundations for Biblically Directed Worship”, em Give Praise to God: A Vision for Reforming Worship, ed. P. G. Ryken, D. W. H. Thomas e J. L. Duncan III (Phillipsburg: P&R, 2003), 65. Um forte argumento pode também ser elaborado a respeito da contribuição financeira como um elemento de adoração pública por causa das instruções de Paulo à igreja de Corinto (1 Co 16.1-2; 2 Co 9.6-7). Os primeiros cristãos contribuíam benevolentemente para os necessitados (cf. Mt 5.42; 6.3; Lc 6.38; 21.1-4; At 4.34-35; 11.29; 20.35; Rm 12.8). O que é incerto é a associação desse ato de adoração cristã com o ajuntamento público da igreja.
4 – 1 Tm 4.13; ver o ministério de Esdras de leitura pública da lei (Nm 8).
5 – 2 Tm 4.2.
6 – Mt 26.30; Mc 14.26.
7 – Ef 5.19-20; cf. Cl 3.16.
8 – Ap 5.9-14.
9 – Mt 6.7-15; Lc 11.1-4.
10 – Tg 5.16; cf. Ef 6.18; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Ts 5.17; 1 Tm 2.8; Tg 5.13.
11 – At 2.42; cf. 1.14; 4.24-31; 12.5, 12.
12 – Êx 20.2-4; Dt 5.6-10. Esses mandamentos foram transgredidos muitas vezes durante a época do Antigo Testamento; ver, por exemplo, Lv 10.1-3; Dt 4.2; 12.32; 1 Sm 15.22; 2 Sm 6; Jr 19.5; 32.35. Todas estas histórias (Nadabe e Abiu, Saul e Uzá) mostram que a intenção correta não é, por si mesma, suficiente para a adoração correta.
13 – Mt 15.1-4.
14 – 1 Co 11-14.
15 – Quanto a mais informações sobre o princípio regulador, ver os primeiros dois capítulos em Ryken, Thomas e Duncan, Give Praise to God, e a introdução de D. A. Carson em seu livro Worship by the Book.
16 – Cf. At 2.46; 4.31; 5.42; 16.13; Rm 16.5.
17 – Mt 28.1-2; Mc 16.2-5; Lc 24.1-3; Jo 20.1.
18 – Mt 28.8-10; Jo 20.13-19; cf. Lc 24.13-15.
19 – At 20.7; 1 Co 16.1-2.
20 – Ap 1.10.
21Didaquê 14:1 (ver Apostolic Constitutions 7:30:1); Inácio, Magnesianos 9.1; Evangelho de Pedro 35, 50. Ver R. J. Bauckham, “The Lord’s Day” e “Sabbath and Sunday in the Post-Apostolic Church”, em D. A. Carson, ed., From Sabbath to Lord’s Day: A Biblical, Historical and Theological Investigation (Grand Rapids: Zondervan, 1982), 221-98.
22 – Rm 12.1.
23 – Cl 3.17; cf. 1 Co 10.31.
24 – Ef 4.15-16.
25 – Hb 10.24-25.
26 – 1 Coríntios contém todos esses temas.
27 – “A missão da igreja é ir ao mundo e fazer discípulos, proclamando o evangelho de Jesus Cristo, no poder do Espírito, e reunindo esses discípulos em igrejas, para que eles adorem o Senhor e obedeçam aos seus mandamentos, agora e na eternidade, para a glória de Deus, o Pai” (Kevin DeYoung e Greg Gilbert, Qual a Missão da Igreja? [São José dos Campos: Fiel, 2012], 82).
28 – Mt 28.19-20.
29 – Lc 24.47.
30 – Por exemplo, veja a argumentação do Senhor em favor das pragas em Êxodo 9-12.
31 – Ez 36.22-23; cf. Is 48.8-11.
32 – Ef 3.10-11.
33 – Charles Bridges, The Christian Ministry (1830; repr. Edinburgh: Banner of Truth, 1980), 1. Cf. a magnífica afirmação de J. L. Reynolds: “Quando Cristo disse, na sala de julgamento de Herodes, as notáveis palavras ‘Eu sou um rei’, ele pronunciou um sentimento carregado de poder e dignidade indescritíveis. Seus inimigos puderam zombaram de suas pretensões e escarnecer de sua afirmação, por apresentarem-no com uma coroa de espinhos, um caniço e um manto de púrpura e por pregarem-no na cruz; mas, aos olhos de inteligências não caídas, ele era um rei. Um poder mais elevado presidia aquela cerimônia zombeteira e converteu-a numa coroação real. Aquela coroa de espinhos era, de fato, o diadema de um império; aquele manto de púrpura era a insígnia de realeza; aquele caniço frágil era o símbolo de poder irrestrito; e aquela cruz, o trono de domínio que nunca acabará” (J. L. Reynolds, “Church Polity, of the Kingdom of Christ”, em Polity: Biblical Arguments on How to Conduct Church Life, ed. Mark Dever [Washington, DC: Center for Chruch Reform, 2001], 298). “É como se a igreja fosse um palco no qual Deus tem apresentado o grande drama de redenção, um espetáculo de vida real no qual se mostra como aqueles que se rebelaram contra Deus e arruinaram seu universo são agora trazidos de volta à harmonia com ele, tornando-se, em lugar de rebeldes, agentes de renovação e restauração” (James Montgomery Boice, Foundations of the Christian Fatih [rev. ed., Downers Grove: IVP, 1986], 565-66)

 

Fonte: trecho do livro “A Igreja: O Evangelho Visível”, de Mark Dever, lançamento de Setembro de 2015 da Editora Fiel.


Autor: Mark Dever

Mark Dever é diretor do Ministério 9 Marcas, nos Estados Unidos, e pastor da Igreja Batista de Capitol Hill, em Washington D.C. Graduado na Universidade de Duke, obteve mestrado em Divindade no Gordon Conwell Theological Seminary e Ph.D. em História Eclesiástica na Universidade de Cambridge.

Parceiro: 9Marks

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