Há uma velha máxima que diz:
- Se você não mudar alguma coisa no primeiro ano, você nunca mudará, e:
- O que quer que você mude no primeiro ano está fadado a ser um erro.
Máximas como esta não são verdadeiras em todas as situações, mas a experiência nos ensina quão verdadeiras elas podem ser. Então, que verdade encontramos aqui e o que ela nos ensina para o primeiro ano de pastorado?
Mudar – Sim, Nós Podemos.
A primeira questão a ser abordada é: “Um pastor deve tentar mudar alguma coisa?” A resposta deve ser um sonoro, porém condicional “sim”.
Sim, é claro que pastores devem tentar mudar as coisas. Nosso trabalho é guiar as ovelhas em direção à santificação. Nós chamamos as pessoas ao arrependimento. Tanto o arrependimento quanto a santificação tratam de mudança. Nós não devemos deixar as ovelhas onde as encontramos. Isso seria deserção do dever.
Contudo, minha resposta é um “sim” condicional. Diferentes tradições e culturas de igreja concedem a responsabilidade e a autoridade de fazer mudanças para diferentes pessoas dentro da igreja. Algumas tradições dão autoridade ao pastor para agir unilateralmente. Outras reduzem significativamente a autoridade pastoral, deixando as mudanças para serem feitas pela congregação ou pelos presbíteros. Não digo isso para argumentar os méritos ou deméritos de diferentes formas de governo da igreja. Só quero observar que um pastor precisará guiar a mudança de forma diferente em diferentes tradições e, até mesmo, em diferentes igrejas com a mesma tradição.
Além disso, as áreas pelas quais um pastor é responsável serão diferentes de igreja para igreja. Muitas coisas que as pessoas querem mudar são as estruturas de ministério, de prédios ou dos cultos. Nem todas as igrejas apresentam o pastor com a mesma lista de “certos e errados” por envolver-se nessas áreas.
Ainda assim, todas essas qualificações não devem restringir o pastor de introduzir importantes mudanças desde o primeiro dia. As realmente importantes são aquelas que chamam as pessoas ao arrependimento e as desafiam a crescer em Cristo.
Que Tipos de Mudanças – Depende
Se a primeira questão é se um pastor pode ou não fazer mudanças, a segunda questão é “que tipos de mudanças ele pode esperar fazer?” A resposta depende de como a igreja é quando você chega.
Nova e em Crescimento
Quando estiver chegando a uma igreja jovem e de crescimento rápido, uma das principais mudanças de que ela precisará será a adição de recursos. Não há necessidade de esperar doze meses para armazenar mais recursos para a crescente congregação.
Mudar a direção da igreja, contudo, é mais perigoso em seu primeiro ano. A igreja pode precisar disso, mas você como novo pastor tem menos probabilidade de entender o porquê e como essa igreja está progredindo. Suas mudanças provavelmente irão matar a dinâmica de crescimento de forma não- intencional. Lembre-se que a igreja já trocou de pastor – você – o que já representa choque suficiente para o sistema, sem introduzir uma cultura totalmente nova também.
Antiga e em Declínio
Quando estiver chegando a uma igreja antiga e em declínio, que precisa de reinvenção, é normalmente importante fazer mudanças no primeiro ano. Do contrário, as forças da morte congregacional que levaram ao seu declínio poderão subjugar você também. Em geral, quanto mais a igreja estiver em declínio, mais ferozmente a membresia dominante resistirá a mudanças – o que, é claro, é o motivo dela estar em declínio. As pessoas não irão tolerar a possibilidade de mudança até a falência total.
Indique as suas intenções de fazer mudanças quando você for entrevistado para tal cargo, e então comece a trabalhar imediatamente-sabendo que você cometerá erros no caminho. Esse tipo de mentalidade é muito difícil para a maioria dos pastores. Eles planejam fazer reformas quando o que é necessário é uma reinvenção por completo. Então, eles acabam sendo domesticados e derrotados pelo peso morto das tradições.
Estática
Ainda assim, muitas igrejas não estão nem em crescimento nem em declínio; elas estão estáticas. Elas precisam de reforma, mas é preciso a sabedoria de Salomão para saber quais mudanças são necessárias. Se você não fizer mudanças no primeiro ano, você também precisará de reforma, porque terá se unido ao status quo. Contudo, é necessário mais de um ano para descobrir quais são os obstáculos ao crescimento (espirituais e/ou numéricos) e como reformá-los. Então, em último lugar em ordem de importância, mude aquilo que todos querem que seja mudado, a fim de demonstrar a sua liderança e ganhar credibilidade para mudanças menos populares no futuro. Mas até mesmo uma mudança popular pode ser um erro!
A Mudança Começa em Casa
A máxima no início deste artigo aborda um erro comum em pensar que o pastor pode conquistar a confiança de todos pelo fato de não mudar nada, o que dá a ele permissão para mudar qualquer coisa mais tarde. É claro, doze meses é uma figura arbitrária. É um número relativo. Em áreas rurais o período é mais longo; nas metrópoles, mais curto.
Liderança do púlpito precisa ser exemplificada nas ações. Pastores precisam liderar as mudanças. No entanto, o primeiro lugar para se ver mudança em qualquer igreja é o pastor tomando a Palavra de Deus seriamente na sua própria vida.
Tradução: Alan Cristie