sexta-feira, 27 de dezembro
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Pastores-teólogos

Cristo tenciona que suas igrejas sejam guiadas por homens que preenchem certas qualidades. Em suas cartas a Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo escreveu com muita clareza a respeito do que os presbíteros de uma igreja devem ser. A principal preocupação é o caráter. Eles devem ser homens cujas vidas são exemplo de santidade.

Além disso, os homens que devem pastorear o rebanho de Deus têm de ser doutrinariamente corretos. Precisam crer sinceramente na verdade e ser capazes de ensiná-la com clareza. Paulo estabeleceu esse fato em Tito 1.9, depois de ressaltar as qualificações morais que todo presbítero tem de possuir. Um presbítero, ele escreveu, deve ser “apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem”.

As igrejas devem ser assistidas pelo ministério de pastores que são teólogos. Essa idéia parece bastante estranha em nossos dias porque nos últimos cem anos testemunhamos uma separação desses ofícios. Pastores estavam ligados às igrejas, enquanto os teólogos, fomos levados a crer, estavam vinculados a universidades e seminários.

No entanto, a instrução de Paulo a Tito nos força a admitir que todo pastor é chamado a ser um teólogo. A verdade que Deus revelou em sua Palavra tem de ser explorada, entendida, crida, ensinada e defendida. Isso descreve a obra de um teólogo, e o ministério pastoral não pode ser realizado eficazmente por um homem que não se engaja nesse tipo de esforço.

As igrejas devem ser governadas pela Palavra de Deus. Os homens que têm a responsabilidade de liderar uma igreja não têm outra alternativa, senão a de serem bem alicerçados nas Escrituras.

Um pastor deve ser firme em sua compreensão da Palavra, “que é segundo a doutrina”. Paulo estava se referindo ao que, naquele tempo, havia se tornado um corpo reconhecido de ensino doutrinário. Antes de um homem ser qualificado para servir na função de pastor em uma igreja, ele deve “apegar-se” às doutrinas da Palavra de Deus; ou seja, ele tem de compreender essas doutrinas e crer nelas. Nem o pensamento superficial, nem um compromisso indiferente com os ensinos das Escrituras será suficiente para o homem que deseja ser um pastor na igreja de Jesus Cristo. Isso significa que os pastores devem ser homens que se dedicam com diligência ao estudo e cultivam constantemente fé humilde.

Paulo menciona duas razões por que um pastor tem de ser um teólogo diligente. A primeira diz respeito à sua responsabilidade de nutrir e cuidar do rebanho ao qual ele serve. Pastores têm de alimentar as ovelhas, e a única dieta que Deus prescreveu para seu povo é a sua Palavra (Hb 5.12-14; 1 Pe 2.2). Um presbítero de igreja deve ser “apto para ensinar” (1 Tm 3.2), pois é por meio do ministério da Palavra que os crentes são alimentados. Como David Wells sugere corretamente, um pastor é um agente da verdade, cuja responsabilidade primária é estudar, proclamar e aplicar a Palavra de Deus, para que o “caráter moral seja formado e a sabedoria cristã se manifeste” no povo de Deus. Essa é a primeira razão por que um pastor tem de ser um teólogo – para que possa instruir na “sã doutrina”.

Mas um pastor não tem apenas de ensinar os filhos de Deus. Ele precisa também defendê-los. Ele tem de afirmar a verdade e refutar o erro. E ambas as tarefas exigem discernimento resultante de estudo cuidadoso. A igreja de Cristo sempre esteve impregnada de pessoas que “contradizem” a sã doutrina. A tarefa dos pastores consiste de repreender essas pessoas, de modo que o erro delas não se espalhe, como um câncer,  na igreja (2 Tm 2.15-18).

O pastor tem de ser “bem instruído”, escreveu Calvino, “no conhecimento da sã doutrina; a segunda é que tenha inabalável firmeza de coragem… e a terceira é que ele faça a sua maneira de ensinar tender à edificação”.

Os maiores teólogos na história da igreja foram pastores fiéis. E os maiores pastores na história da igreja foram teólogos dedicados. É óbvio que os nomes em ambas as listas (com raras exceções) são os mesmos.

Agostinho, Lutero, Calvino, Gill, Edwards, Fuller, Spurgeon e Lloyd-Jones eram pastores-teólogos. Eram homens que levavam bem a sério as qualificações apostólicas quanto a um presbítero e, no cumprimento de sua chamada para pastorear o rebanho de Deus, dedicaram-se fielmente à obra de teologia.

J. I. Packer observou sabiamente: “Para ser um bom expositor… um homem tem de ser, primeiramente, um bom teólogo. Teologia é aquilo que Deus colocou nos textos da Escritura, e teologia é aquilo que os pregadores devem extrair desses textos”.

Se anelamos ver renovada vitalidade espiritual enchendo as nossas igrejas, temos de insistir com aqueles que servem como pastores para que reconheçam estar inerente em sua vocação a responsabilidade de serem teólogos sãos. Somente assim o povo de Deus será instruído apropriadamente no caminho de Cristo e protegido, com eficácia, de erros e heresias que corroem a saúde espiritual.

 

Traduzido por: Francisco Wellington


Autor: Thomas K. Ascol

Thomas K. Ascol é pastor da Grace Baptist Church em Cape Coral, na Flórida, EUA. Obteve seus graus de mestrado (M.Div) e doutorado (P.hD) pelo Seminário Teológico Batista Sowthwestern. É o diretor executivo do ministério Founders e editor-chefe do Founders Journal. É autor de diversos artigos e livros e preletor em conferências e seminários teológicos. Tom Ascol é casado com Donna e o casal tem 6 filhos.

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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