segunda-feira, 18 de agosto
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Reflexões sobre discipulado de mulheres

Muitas de nós têm fome de relacionamentos cristãos significativos. Frequentamos a igreja em busca de amizade e comunidade, mas, com frequência, saímos desapontadas.

Ser parte do corpo de Cristo significa crescer numa comunhão mais profunda do que podemos obter numa manhã de domingo. E Jesus nos diz, por suas palavras e exemplo, como alcançar isso. Jesus disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28.19-20).

Uma grande linhagem de discípulos

Jesus deseja que você seja parte de uma grande linhagem de discípulos seus. Ele ordena isso como um modo de vida, de maneira que a plenitude de sua vida em Cristo seja transmitida a outras, as quais, por sua vez, podem transmiti-la a outras até “a consumação do século”.

Pense em sua vida daqui a trinta anos. Quão velha você será? Eu terei 92 anos. As minhas duas avós viveram bem até os seus noventa e poucos, e minha mãe está celebrando seus noventa este ano. É bem possível que eu tenha mais trinta felizes anos de serviço a Cristo diante de mim! Ainda assim, eu não quero ser o final da linhagem. Eu quero deixar para trás uma trilha de mulheres que amem a Cristo de todo o seu coração.

O Salmo 78.1-7 desafia uma geração a anunciar “à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez”. Desse modo, nós trazemos Cristo também às gerações distantes, “a fim de que a nova geração [o conheça], filhos que ainda hão de nascer se [levantem] e por sua vez os [refiram] aos seus descendentes; para que [ponham] em Deus a sua confiança”.

Essa é uma mordomia geracional que nos foi dada por Deus. Ao discipularmos mulheres, os seus filhos e netos e bisnetos permanecem recebendo as bênçãos do nosso esforço. As nossas vidas importam e importarão por muito tempo. Uma geleira parece significar pouca coisa no momento, mas ela deixa para trás um Grand Canyon. Esteja pronta a ser parte de uma geleira. Nós desejamos deixar para trás gerações de mulheres que “põem em Deus a sua confiança”.

Como começar

O primeiro passo no discipulado é ser você mesma uma discípula. “Discipular” é um verbo que vem de um substantivo. Você é, antes de tudo, uma discípula de Jesus. Discipulado envolve mais “seja como eu sou” do que “faça o que eu digo”. Quem você é causará impacto.

Eu sou profundamente devedora a duas mulheres que fizeram um alto investimento em mim. Muito do que tenho transmitido às mulheres hoje é o que aprendi delas. Em que mulher você vê vitalidade espiritual e a beleza radiante de Jesus Cristo abundando nos mais diferentes aspectos de sua vida? Quem você deseja imitar (1 Coríntios 11.1; Filipenses 3.17)? Convide-a para um chá e conte-lhe o desejo do seu coração. Veja se ela está disposta. A primeira mulher a quem pedi disse-me que simplesmente não podia fazer aquilo. Tudo bem com isso – continue tentando. Discipulado envolve assumir riscos relacionais.

Quem você é em Cristo? Se você deseja crescer mais profundamente nele, isso é perfeito! Leve outras consigo. Se você se sente fraca e necessitada, é aí que o poder de Deus se aperfeiçoa. Mesmo nas suas fraquezas você pode ajudar outras mulheres a aprenderem o que significa confiar em Deus nas próprias fraquezas delas.

Você conhece Jesus? Você o ama? Ele é digno de que você lhe entregue toda a sua vida? Alguém precisa ouvir isso, estar próximo a isso, ver você abraçar isso. Alguém precisa ver de perto como você vive essas convicções na prática e, para isso, é preciso mais do que uma manhã de domingo.

Discipulado não é sobre cristãos profissionais transmitindo suas melhores práticas a cristãos amadores. Ser uma discípula e aprender a discipular outras significa olhar para Jesus com tal intensidade e deleite que você, de fato, começa a refletir a beleza de Cristo na vida diária. Enquanto você cresce na graça, Jesus se torna mais precioso, mais satisfatório, mais empolgante do que tudo o mais. E, enquanto você contempla a Cristo, outras desejarão juntar-se a você e vocês podem começar a olhar para ele juntas. A maneira mais importante de discipular outras é desfrutando você mesma de Cristo de um modo tão irresistível que o seu desfrute se torne contagiante.

Convidando outros para o caminho da vida

Todo indivíduo está seguindo um caminho para um de dois lugares – vida ou morte.

“Na vereda da justiça, está a vida, e no caminho da sua carreira não há morte.” (Provérbios 12.28)
“Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.” (Provérbios 14.12; cf. 16.25)

No discipulado, nós convidamos outras a caminharem conosco pelo caminho da vida. Devemos desafiá-las e exortá-las ao longo do caminho? Sim, mas como companheiras de peregrinação, não como alguém que já cruzou a linha de chegada (Filipenses 3.14-15). Devemos ajudá-las a reconhecer, admirar, estimar, responder e desfrutar de Cristo, cujo jugo é suave e cujo fardo é leve (Mateus 11.30).

Ame aqueles que você está discipulando como Jesus ama você (Romanos 15.7). Lembre-se: não é a nossa missão mostrar às outras quão pecadoras elas são, mas quão belo é Jesus! Então, deem-se as mãos enquanto caminham juntas em sua comum necessidade de Jesus.

O discipulado nem sempre precisa ser estruturado. Algumas pessoas não funcionam dessa maneira. Mas você também descobrirá ser útil construir sistemas de intimidade e prestação de contas. Aqui estão algumas sugestões dos meus próprios grupos de discipulado.

  • Nós nos comprometemos em nos encontrar por um período específico e com uma frequência específica.
  • Nós temos momentos para compartilhar nossa “bolsa da biografia”, cheia de símbolos significativos da nossa vida até aqui.
  • Nós dedicamos tempo para adorar a Deus juntas.
  • Nós estudamos diferentes passagens bíblicas.
  • Nós compartilhamos pedidos de oração e oramos umas pelas outras, mantendo os pedidos confidenciais.
  • Nós aprendemos um cântico ou hino e o cantamos juntas.
  • Nós lemos e discutimos um livro.
  • Nós memorizamos passagens da Escritura.
  • Nós servimos juntas.
  • Nós tentamos conhecer as famílias umas das outras.

Obviamente, isso toma tempo. Essas dicas servirão para você? Use-as como se fossem suas.

Nossa sagrada confiança

Precisamos cultivar em nossa esfera de influência – nossos lares, igrejas, bairros, locais de trabalho – filhas espirituais que, por sua vez, possam levar adiante a Verdade. As mulheres mais jovens entre nós são o tesouro sagrado confiado a nós pelos nosso Pai celeste. Fazer discípulos não é apenas uma ideia interessante inventada por alguém – e um mandato bíblico.

Nesse belo relacionamento de discipulado, todo mundo ganha. Pense naquilo que ganhamos – uma nova amiga, uma guerreira de oração, uma nova perspectiva da vida, um entendimento mais profundo de uma geração diferente. Quando nos doamos, somos preenchidas, abençoadas, encorajadas, amadas. Deus não é bondoso ao recompensar a obediência com tamanhas alegrias?

 

Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel


Autor: Jani Ortlund

Jani Ortlund é ex-professora e possui mestrado em educação. É autora de dois livros: Fearlessly Feminine(“Destemidamente Feminina”) e His Loving Law (A Amorosa Lei de Deus). Jani é esposa do Dr. Raymond Ortlund Jr.

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