Os puritanos viveram uma vida de luta sob a força da Palavra e para a glória de Deus. Estavam preocupados com a sã doutrina e a piedade; com vida de oração, de comunhão com Deus e santidade. O puritanismo foi um período curto, de cem anos, em que homens e mulheres viveram de maneira fiel à Palavra de Deus, o que levou alguém a dizer que nunca se viveu as doutrinas da graça em tal nível de espiritualidade e prática como os puritanos, desde o período apostólico.
Alguém poderia perguntar: por que nós hoje ainda falamos sobre eles e o que têm a ver conosco? Respondo dizendo que eles são nossa origem. Eu sou pastor presbiteriano e sei que o presbiterianismo nasceu do puritanismo. Um pastor presbiteriano subscreve a Confissão de Fé de Westminster como sua confissão oficial (Igreja Presbiteriana do Brasil). Este documento foi fruto daquela reunião na Abadia de Westminster, Inglaterra, de julho de 1643 a fevereiro 1648, onde renomados teólogos estiveram juntos numa assembléia que durou quase cinco anos, em oração, piedade e subjugados à Palavra de Deus, para redigir esta “fiel exposição das Escrituras”. Foram santos que, debruçados sobre a Palavra, extraíram o que hoje temos como nossos Símbolos de Fé (Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve).
O “Projeto Os Puritanos”, iniciado em 1991, visa trazer de volta as doutrinas da Palavra de Deus que foram esquecidas; busca reaver as antigas doutrinas da graça tão fortemente defendidas pelos puritanos e sucessores. Mais do que isso, o Projeto busca considerar uma ênfase na piedade, consagração e santidade. Os puritanos viveram um grande avivamento espiritual e nós sonhamos com isso para a nossa Igreja. Este é o grande objetivo do “Projeto Os Puritanos”, que é ainda muito tímido, e de forma humilde semeia a verdade com oração, aqui e ali, instando com as pessoas para que voltem para o antigo Evangelho, as antigas doutrinas da graça.
O passado vagueei procurando um lugar onde “repousar” e com um desejo imenso de acertar, de ser uma bênção, até que Deus me fez conhecer os puritanos. Foi assim que encontrei um “porto seguro” e agora tenho desejado no meu coração, mais que tudo, ser como eles foram – cheios do Espírito Santo, cheios da verdade e fiéis ao Senhor. Não tenho receio de falar isso, pois foi o que mudou minha vida de forma radical. Na verdade, o que mudou minha vida e ministério foi o conhecer a Deus de forma mais profunda mediante Sua Palavra. Ela, sim, é o nosso referencial maior.
O que vamos apresentar aqui tem tudo a ver com o desvio da verdade, com este afastamento da verdadeira doutrina, dos padrões que Deus mesmo tem estabelecido, e no qual lamentavelmente nossa própria Igreja já se encontra altamente envolvida. Que Deus, pela Sua misericórdia, venha nos visitar, pois ninguém mais do que Ele ama a Sua Igreja, comprada com Seu próprio sangue. O Senhor está olhando para a Sua Igreja e pode libertá-la daquilo que não está em Seu coração.
Nós sabemos que há uma eterna luta que experimentamos contra a nossa carne e nosso eu; contra nossa natureza pecaminosa. Foi o que disse Paulo: há uma luta do espírito contra a carne e da carne contra o espírito; uma luta contra o inimigo das nossas almas que como um leão ruge ao nosso derredor procurando ocasião para tragar-nos. Temos que resisti-lo firmes na fé. Toda aquela armadura de Deus é para nosso auxílio contra as hostes infernais. Mas temos ainda uma luta contra o mundo. Que mundo? Temos de definir essa palavra que tem múltiplos significados nas Escrituras. Precisamos sempre definir as coisas. Temos que nos firmar no significado da palavra “mundo” dentro deste contexto nestas duas passagens: I Jo 2:15 e Tiago 4:4-5.
- “Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (I Jo 2:15).
- “Infiéis,” (“adúlteros e adúlteras” — revista e corrigida) não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” (Tg 4:4-5).
Que “mundo” é este nestes textos? É descrito como algo hostil e inimigo de Deus. Certamente Deus está se referindo aqui à filosofia de vida estabelecida no mundo, ou modos vivendi. Aqueles princípios de vida que o mundo tem estabelecido pela própria impiedade do coração humano e também pela inspiração de Satanás que é o príncipe deste mundo. Percebemos que a Palavra de Deus estabelece claramente um confronto entre princípios do Reino do Senhor Jesus Cristo que Ele mesmo veio estabelecer e estão muito claros nas Escrituras, de um modo bem específico no Sermão do Monte, e os princípios do mundo, onde os homens sem Deus simplesmente estabeleceram como consenso geral do que deve ser. Nós devemos nos guardar e ter cuidado de ter envolvimento com esta filosofia mundana, deste princípio do mundo ou “conselho dos ímpios”, ou estratégia de ação conforme o mundo ímpio estabelece. Não devemos nos identificar com estes princípios. Deus coloca isso de uma maneira forte quando lemos nas Escrituras as palavras “adúlteros e adúlteras” para se referir a esta comunhão com estes princípios do mundo. Isto é muito sério para Deus e por isso deve ficar bem vivo em nossa mente. Temos que abominar o “princípio do mundo”; a Igreja precisa sentir nojo dele, sendo para isso necessário identificá-lo a fim de ficar bem longe de sua influência, pois o Senhor nos deu o princípio verdadeiro de vida; deu uma estratégia santa para a Sua Igreja, para os cidadãos do Reino, para nós.
Vemos nas Escrituras o Senhor dizendo que devemos estar no mundo, mas não ser do mundo. Isto tudo nos mostra de forma clara que Deus tem estabelecido na Sua Palavra esta distância e separação. Esta é a essência da palavra “santo”. Quando somos chamados “santos”, significa que somos separados do mundo, não no sentido de não estarmos fisicamente nele, porque temos que ser “sal e luz”, mas em termos ontológicos; com ele não podemos nos misturar e estabelecer qualquer tipo de comunhão.
Hoje isso tem se diluído, essa linha que foi tão claramente estabelecida pelo Senhor já não se distingue mais; não se pode saber o que é do mundo e o que é da Igreja. Parece que há uma mistura causada pelo afastamento daqueles princípios que foram estabelecidos pelos apóstolos, retomados pelos reformadores e ratificados pelos puritanos: aqueles marcos antigos tão claros e bem definidos. Hoje a Igreja se afastou de tal forma que nós temos uma grande mistura que não nos permite saber o que é mundano e o que não é.
Creio que uma forma de distinguir estas coisas é usando dois princípios que nos ajudarão a enxergar o problema. É como se colocássemos lentes para ver nitidamente o que é do mundo e o que é de Deus. São dois princípios que precisamos usar para tomar uma decisão e firmar o nosso coração naquilo que é verdadeiro.
Antropocentrismo e Teocentrismo.
O primeiro quer dizer que o homem está no centro. O segundo, Deus é que está no centro. O primeiro busca o favor dos homens e seus interesses, o segundo visa a glória de Deus. O antropocentrismo vai identificar princípios e estratégias que são do mundo (humanismo) e o teocentrismo é o princípio que Jesus vê para sua Igreja: a glória de Deus. Ele veio para glorificar o Pai e o nosso propósito como Igreja é esse também. Com estas duas “lentes” poderemos identificar o que é do mundo é o que é de Deus. Com estas lentes vamos olhar para a Igreja de hoje e ver quais as propostas que estão sendo feitas e identificar o que é e o que não é de Deus; vamos ver o que visa o interesse dos homens e o que visa a glória de Deus.
Antes, quero dizer uma coisa importante. Não podemos fazer confusão de nossa relação com o mundo. Nem separatismo, nem mundanismo. Não podemos cair naquele “buraco” do maniqueísmo, uma forma de gnosticismo que enfatizava a existência do “deus do bem” e o “deus do mal”. Mas temos de nos lembrar de que quem governa este mundo é o Deus Todo-poderoso, criador e o sustentador de tudo. Ele é o Soberano do Universo e até o diabo e suas hostes estão sob Seu comando. Podemos muito bem trabalhar no mundo secular fazendo a vontade de Deus e para Sua glória, sem sair do mundo, visto que tudo é dEle e para Ele. Temos de ser cristãos no mundo. Lutero e os reformadores entenderam isso e buscaram viver uma vida piedosa no mundo em vez de separar-se dele. Por isso, em virtude de Soli Deo Gloria, surgiram tantas figuras e entidades famosas nas artes (Albrecht Dürer, Rembrandt, Vermeer de Hootsch); na música (Johann Sebastian Bach e G.F. Händel); na ciência (Newton, Kepler, os puritanos que fundaram a famosa Sociedade Real de Ciências na Inglaterra, Blaise Pascal); na política (Cromwell, Abraão Kuyper); na educação (John Comenius, a academia de Genebra, Universidades de Harvard, Yale, Princeton, Leiden); na literatura (Milton, Calvino, Herbert, Donne). David Livingstone, o grande missionário inglês na África, lutou com todas as forças para acabar com o mercado de escravos e o cristão e membro do Parlamento britânico, William Wilberforce, finalmente levou ao fim este comércio condenável. Cristãos verdadeiros nunca pensam em se retirar do mundo (visto que o mundo é do Senhor), mas cumprir seus deveres com vistas à glória de Deus e ao serviço da família e do próximo.
Mas temos de ver o que é de Deus e o que é do mundo no sentido carnal.
Na Evangelização
Quando falamos dos puritanos, falamos inevitavelmente de calvinismo. Os presbiterianos deveriam saber bem o que é calvinismo, pois a Igreja Presbiteriana é calvinista. O que é calvinismo? O que é arminianismo? Na verdade estas duas expressões também têm os seus comprometimentos: ou com a glória de Deus ou com o favor dos homens. Calvinismo nada mais é do que a expressão do Evangelho da graça do nosso Senhor Jesus Cristo. O grande pregador Spurgeon dizia que calvinismo é um apelido, mas na verdade é uma exposição da Bíblia, uma visão mais apropriada e fiel do que é o Evangelho da graça. Este é um apelido em virtude de João Calvino ter sido usado para sistematizar de modo claro, e, para nosso entendimento, o que a Bíblia ensina sobre a essência e natureza do Evangelho da graça. Na questão da salvação (Sotereologia) temos os cinco pontos do calvinismo, que na verdade é uma resposta aos cinco pontos do arminianismo. Isto foi estabelecido melhor no Sínodo de Dort quando foi examinado o documento arminiano (Remonstrancia). “Arminiano” vem de Armínio (Jacobus) e seus seguidores que haviam proposto a natureza do Evangelho do ponto de vista humano. Este Sínodo (de Dort), baseado nos pensamentos de Calvino, estabeleceu uma resposta ao documento arminiano de forma precisa, mostrando o que era a essência do Evangelho segundo Jesus Cristo e como é apresentado nas Escrituras. Os cinco pontos são: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada (ou definida), Chamada Eficaz e Perseverança dos Santos.
O primeiro ponto é Depravação Total – o calvinismo diz que o homem está morto em seus delitos e pecados e não pode se levantar por si mesmo, nem sequer compreender o Evangelho e muito menos se decidir por Cristo; o livre-arbítrio foi totalmente escravizado ao pecado após a queda; o homem só virá a Cristo se a graça atingir seu coração. Mas os arminianos dizem: Não! O homem é pecador, é verdade, mas nele sobrou o livre-arbítrio que o capacitará a tomar sua decisão, fazer sua parte, tornar eficaz a obra de Cristo.
O segundo ponto é Eleição Incondicional. A Bíblia é clara nisso, quando afirma que Deus escolheu os Seus de forma incondicional, pela Sua graça soberana. Ele não é injusto fazendo assim, visto que os homens caíram perecendo em condenação; mas Ele, por Sua graça, ainda quis salvar os Seus escolhidos.
O terceiro ponto é Expiação Limitada (ou definida). Ele diz que Cristo morreu só pelos eleitos. Nunca se prega sobre isto e assim o povo evangélico desconhece esta verdade bíblica. Alguns nunca ouviram isto: que a morte de Cristo foi em favor dos eleitos de Deus. A Bíblia afirma assim e eu mesmo quase caí “duro para trás”, quando, depois de muitos anos como pregador e evangelista em várias cruzadas, tomei conhecimento desta verdade, de que Cristo morreu por aqueles que o Pai elegeu e entregou-os para serem salvos – os eleitos. Na verdade, todos os versículos que aparentemente defendem uma expiação universal têm uma explicação que fazem com que estes não se choquem com o ensino bíblico de que Jesus morreu só pelos eleitos. Mas não se vê explicação por parte dos arminianos para os textos que claramente dizem que Deus deu ao Filho aqueles que Ele elegeu “desde o princípio” para serem salvos. Quando a Bíblia diz “que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho” é porque Ele não amou só a judeus, mas porque tem eleitos em todas as nações e raças do mundo. Não podemos aceitar que Deus tenha substituído cada pessoa na cruz, mas só os eleitos, doutra sorte, todos estariam salvos. Por isso, teologicamente, não é certo dizer às pessoas indistintamente que Jesus morreu por elas. O correto é dizer que Jesus morreu por pecadores e os salva completamente. É isso que a Bíblia ensina. Você não encontrará nenhum apóstolo dizendo: “Jesus te ama”, mas que os homens se arrependam e creiam no Evangelho. Nós pregamos a todos indistintamente, pois a oferta do Evangelho é para todos, mas é certo que só aqueles que são do Senhor virão. Existem tantos versículos que falam sobre isso e eu antes não conseguia ver.
O quarto ponto é a Graça Irresistível que é a obra do Espírito Santo atingindo os corações e atraindo-os de forma irresistível. Esta graça vai diretamente para os eleitos de Deus e neles opera, infunde arrependimento, fé, dando capacidade ao homem para responder ao Evangelho. Esta é a Graça Irresistível.
O quinto ponto é a Perseverança dos Santos que afirma que um eleito não pode jamais se perder e vai viver de modo santo. O eleito vai viver em santidade, pois este é o propósito da eleição: “Sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef.1:4). Santidade é sinal de eleição. Este é o Evangelho da graça que visa a glória de Deus porque mostra que Deus salva soberanamente a quem Ele quer; a glória é dEle.
Por que estou afirmando tudo isso? Porque quero mostrar a diferença com o pensamento arminiano. O Evangelho que os calvinistas pregam é duro, pois diz: “Não foram vocês que escolheram a Cristo, mas Cristo é quem os escolheu. Não é você quem decide ou aceita, não! Mas é Deus quem salva por Sua graça, pois é soberano. O que você tem de fazer é buscar esta salvação clamando com toda a força do seu coração; tem de clamar e suplicar pedindo a Deus que lhe dê arrependimento e fé para crer no Senhor Jesus”. Isto é o que a Bíblia ensina. A soberania de Deus é vista assim e a glória é toda dEle. Mas a pregação arminiana diz: “Dê uma chance para Jesus, Ele morreu pelo mundo; coitado, lá na cruz Ele sofreu e você não faz nada; abra o seu coração, você precisa vir e terá isto e aquilo…; terá prosperidade e vai melhorar em tudo”. Veja que a glória é colocada no homem quando se afirma que ele pode fazer através do seu livre-arbítrio, e que a salvação depende dele, pois a decisão está nas suas mãos. Para o arminiano é você que vai, com sua iniciativa salvar a reputação de Deus. Eles perguntam: “Você não vai fazer nada?”.
Perguntamos: Qual das pregações é a teocêntrica e qual é a antropocêntrica? Qual a que visa a glória de Deus? Está claro que o arminianismo é antropocêntrico visando a glória do homem, mas o calvinismo é teocêntrico, visa a glória de Deus. O arminianismo diz que Deus existe para nos ajudar, para nos abençoar; Deus existe para nos satisfazer. Mas é o contrário, nós existimos para a glória de Deus. Infelizmente nossas igrejas, presbitérios e a direção da Igreja não têm visto isso. Não há uma preocupação no sentido de reciclar os pastores (com exceções, isso é óbvio) e restaurar a doutrina da Igreja conforme está expressa na Confissão de Fé de Westminster.
Outro comprometimento grave na evangelização tem chegado aqui no Brasil e muitos pastores estão envolvidos com ele. É o Movimento de Crescimento de Igreja (leia Fazendo A Igreja Crescer – Editora Os Puritanos) que começou com McGravan. Seu discípulo, Peter Wagner, que tem sido muito apreciado hoje por seus livros, “comprou” a ideia e o princípio deste movimento nasceu da dificuldade que encontrou McGravan quando era missionário na Índia, para ver convertidos. Ele pensou que alguma coisa estava errada com a forma de evangelizar e concluiu que precisava fazer alguma coisa para “a coisa funcionar”. Por isso, começou a examinar a evangelização pela ótica do pragmatismo. Ou seja, “se funciona, está certo”. Então, a pergunta mais importante é: o que temos de fazer para funcionar, para que as pessoas se interessem em vir para a igreja? Ele começou a usar as “ciências” para ajudá-lo: sociologia, psicologia, marketing, ciência da comunicação, gerenciamento de empresa, etc. Ele estabeleceu uma metodologia dentro deste princípio pragmático. Usando estes recursos ele estruturou um sistema para evangelizar. Naturalmente que ele não iria usar o costumeiro método de mandar alguém a qualquer lugar para pregar o Evangelho, mas procurava identificar se aquele local era propício para se semear a Palavra, ou seja, se os resultados poderiam ser imediatos, se funcionariam logo. Se você insistisse em um lugar e não visse resultados estaria desperdiçando tempo e os recursos empregados. A orientação era: vá para um lugar onde é fácil a aceitação e não para um onde seja difícil. Por isso, defendia o chamado “mapeamento”. O que é isso? Você deve chegar a uma cidade ou lugar e começar a colher informações sobre a existência de igrejas, o número de habitantes (número pequeno é desaconselhável), a receptividade das pessoas, etc. A isto ele deu o nome de “teste de solo”. Se aquele “solo” não é favorável, nem tente! Vá a outro lugar onde o crescimento é mais rápido, quem sabe, depois poderá voltar ali. Essa metodologia está sendo muito utilizada no mundo evangélico. Veja o “marketing” sendo usado na Igreja. Temos de fazer propaganda para atrair, usar fórmulas que façam as pessoas se interessarem e assim venham para Cristo. Hoje, temos igrejas nos Estados Unidos onde não se têm mais púlpito. No seu lugar há um sofá grande onde o pregador senta-se para “bater papo”, ou um telão onde aparece um filme ou uma partida de basquetebol; é sempre usado o testemunho de alguém que “encontrou” a Cristo; chegam até a usar o seu cachorrinho para fazer uma aplicação… tudo para tornar o ambiente agradável e propício aos ouvintes. Tudo isso está dentro deste programa pragmático. O plantador de igreja tem que ter um número “x” de pessoas convertidas, dentro de um tempo “x” para ser considerado plantador de igrejas. Deste modo ele terá de utilizar estas coisas para plantar e para “segurar” as pessoas. O mais importante não é a mensagem, mas a audiência. Você deve pregar o que elas querem ouvir. Teologia não é importante, doutrina não é importante e sim a metodologia que faz a igreja crescer mais rapidamente. É a era do pragmatismo na evangelização, onde o que interessa são os números. Hoje há uma pressão em relação aos números. Pobre daquele pastor que quer ser fiel e luta na sua igreja pregando o Evangelho na sua essência, muitas vezes com as verdades duras da graça. Esses serão condenados por este Movimento de Crescimento de Igrejas e pelos pragmáticos.
Mas, se Cristo fosse um pragmático e visse aquela multidão procurando o “pãozinho”, Ele faria mais um milagre na intenção de conquistá-la. Porém, Jesus disse que eles estavam enganados. Ele pregou um sermão duro: “Vocês têm de comer minha carne e beber o meu sangue”. Ele estava dizendo que para ser cristão, um seguidor dEle, teria de lutar. Jesus foi tão duro com eles que começaram a abandoná-lo. Quando vejo este texto em João 6, visualizo os discípulos atrás de Jesus vendo a multidão e os seguidores indo embora, e então penso que eles comentaram uns com os outros dizendo: “Se o mestre não maneirar não vai ficar ninguém.” Mas Jesus se dirige a eles e diz: “Vocês também não querem se retirar?”. Mas acho que o mais importante é o versículo 44 e o 65 (João 6) quando Jesus diz que ninguém pode vir a Ele se o Pai não o trouxer, se do Pai não for concedido. É como se Jesus dissesse: “Não vou maneirar de modo algum, o Evangelho é este aí que tenho apresentado; não é fácil, vocês têm de tomar a cruz, entrar pela porta estreita, pelo caminho apertado, e só aqueles que são do Pai virão, seja a mensagem dura quanto for; eles virão!”
No entanto hoje percebemos que há um movimento para você ser “amável”, “amigável”, na sua maneira de pregar; esconder algumas verdades mais duras e falar só o que é agradável. Estive em um certo país do primeiro mundo e fui visitar uma destas igrejas que estão adequadas ao programa de Crescimento de Igreja. Fiquei preocupado com o pastor daquela igreja. Ele estava nesta “pressão”. Se não cumprisse com o programa não seria considerado um “plantador” e perderia seu salário. Eu iria pregar naquela igreja e antes ele conversou comigo e me deu algumas explicações do contexto daquele lugar. Ele disse: “Preste atenção, aqui temos pessoas que saem de seus países e vêm para cá em busca de emprego e dinheiro e não podem logo trazer a família. Esperam alguns anos e por não poderem trazer a família ‘arranjam’ outra mulher e outra família. Nós temos de ser ‘compreensivos’ com esta situação. Além do mais, eles ficam no país ilegalmente e conseguem trabalho para sobreviver, muitas vezes escusos e também ilegal; se envolvem com falcatruas e outras coisa ilegais. O que posso fazer, senão ser tolerante?”
Quando você começa a trabalhar basicamente com os resultados como alvo principal, está pecando tremendamente contra Deus. Por quê? Porque os resultados pertencem a Deus, ao Espírito Santo. O resultado é terreno sagrado. Nós abominamos isso. Podemos ter alvos de alcançar pecadores, podemos até programar atingir determinada área da cidade, etc. Mas ter alvos de plantar trezentas igrejas até tal ano é errado, porque igrejas são formadas por convertidos, regenerados. É o mesmo que se estabelecer um alvo de “x” convertidos num determinado espaço de tempo. Quando fazemos alvos de ter um número fixo de convertidos em determinado tempo, extrapolamos nossa capacidade e entramos na área de Deus. O pior é que para isso temos de “ajeitar” a mensagem e baratear a graça até alcançarmos estes alvos.
Devemos sempre lembrar: pragmatismo é antropocentrismo. É usar recursos humanos na evangelização, metodologia humana e isso não é bíblico.
Liturgia x Entretenimento
O propósito hoje é fazer um culto agradável, animado, “vivo”. Ouço pessoas dizerem: “Vamos cantar tal música porque é uma maneira gostosa de louvar a Deus. Este é meu estilo”. Mas se há preferência por estilo, o que na verdade existe é uma ênfase no que agrada ao homem e não naquilo que agrada a Deus na adoração. O que agrada a Deus é essencial e só encontramos como está explicitado nas Escrituras. O culto pertence a Deus, pertence exclusivamente a Ele; não é nosso. Culto é o encontro de Deus com Seu povo, onde Ele estabelece o que Lhe agrada para sua adoração. Ele tem já estabelecido na sua Palavra como deve ser o culto agradável aos seus olhos. As pessoas ficam muitas vezes tentando fazer uma liturgia para os incrédulos se sentirem bem e saírem satisfeitos. Mas os incrédulos têm de ser quebrantados e evangelizados para que se arrependam e não para serem agradados no culto; nunca foi este o propósito de Deus. Não vemos na Bíblia esta orientação de que se deve evangelizar com os cânticos, como se Deus tivesse dito: “Ide por todo mundo e cantai.” Não, este não é o ensino da Palavra de Deus. A fé vem pelo ouvir e ouvir o louvor? Não! A fé vem pela pregação. Louvor é para Deus e devemos usá-lo para adorar ao Senhor. É verdade que Deus pode usar o louvor a fim de, em algumas ocasiões, predispor o coração de alguém para ouvir a exposição da Palavra. Não existe na Bíblia nenhuma orientação para se usar louvor para evangelizar. Precisamos corrigir isto.
Muitas vezes somos tentados a fazer certas coisas pensando que Deus vai gostar porque fazemos com toda sinceridade, devoção e boa intenção, mas não é correto, não serve. A boa intenção que agrada a Deus é ir à Bíblia e perguntar: o que devo fazer para agradar ao Senhor e ganharmos os incrédulos para Cristo? Culto é algo tão sério para Deus que qualquer coisa que não seja o que Ele ordenou é fogo estranho e sabemos que a resposta de Deus foi muito séria contra Nadabe e Abiú; Deus os matou. A conversão vem sempre pela Palavra de Deus, pois a Bíblia diz que nós fomos regenerados mediante semente incorruptível da genuína Palavra de Deus. As pessoas esquecem que na adoração a Palavra de Deus é central. A pregação e o ensino foram o centro do ministério de Cristo e dos apóstolos. Muitos pensam que pregar é só falar aos outros, porque ninguém prega para Deus. Nada mais equivocado, pois na pregação não só falamos às pessoas, mas falamos das grandezas de Deus e nisso Ele é glorificado. Pregação, além de ser adoração e um meio de graça, é o método de Deus para converter pessoas. O jovem e famoso pastor escocês, Robert McCheyne, dizia que os ministros deviam estar sempre lembrados de que as almas são livres do inferno e salvas para Deus através da pregação. Esta é a maior obra do ministro do Evangelho – pregação.
Doutrina
O que temos hoje na igreja é o pluralismo teológico e a tolerância doutrinária. Dizem que ao combatermos isso nós nos tornamos radicais e extremistas. Mas, pluralismo é do diabo, foi maquinado no mais profundo inferno. O pluralismo religioso diz assim: “Você quer ser dono da verdade, é? Ninguém é dono da verdade! Há várias formas de se ver a verdade; você tem o seu jeito de interpretar, mas outros podem pensar diferentemente”. Pluralismo é o irmão gêmeo do relativismo. Não há uma posição definida. Hoje há uma ojeriza à verdade absoluta; não existe verdade absoluta, isto não é politicamente correto – dizem. Vivemos uma época em que não damos o menor valor às confissões de fé reformadas – no meio presbiteriano hoje, muitos nem conhecem os padrões de fé de Westminster e as crianças nunca memorizaram nada dos catecismos. Muitos dizem que aceitar as Confissões é radicalizar, pois é dogmatizar a verdade. O pensamento liberal afirma que cada um tem sua interpretação. Isto é antropocentrismo, é filosofia humana introduzida na Igreja. Se você tiver posições definidas será acusado de radical, prejudicará a mensagem e no fim sobrarão poucas pessoas. Acham que se sua mensagem for forte, direta e bíblica, as pessoas ficarão ofendidas, pois devemos respeitar as ideias dos outros. Irmãos, cuidado com pregações que não trazem a verdade absoluta e não nos confrontam com a verdade, na suposição de que, se assim for, as pessoas serão feridas na sua sensibilidade. Temos de pensar como Spurgeon, o qual afirmava que a instrução deve ser ministrada de forma definida e dogmática; que os professores dos seminários não deveriam ensinar de modo vago e liberal, apresentando “diferentes pontos de vista” e deixando para o aluno a escolha daquilo que lhe convier; pelo contrário, devem mostrar de modo convincente e inconfundível a mente de Deus e posicionar-se de forma resoluta pelo “antigo Evangelho”, saturar-se com ele e por ele estar dispostos a morrer.
Temos que jogar fora tudo isso que for mundanismo dentro da Igreja: o pluralismo e tolerância doutrinária. É claro que temos de ser tolerantes, mas não com o erro. Temos que voltar à verdade e a Igreja Presbiteriana, que é confessional (temos uma Confissão de Fé de Westminster), deve louvar a Deus por esta bênção. O diabo tem horror à Confissão de Fé e a igreja está à beira da ruína por desprezá-la. A verdade da Palavra de Deus é infalível. Sei que a Confissão não é infalível e os que a redigiram seriam os primeiros a dizer isto, mas não existe nenhuma expressão doutrinária retirada das Escrituras com mais coerência e exatidão da verdade do que este documento. Este legado tem sido desprezado, “jogado para trás” e por isso a Igreja está cada vez mais parecida com o mundo. Nossa luta é por restaurar a verdade absoluta de Deus. Se nós fizermos assim vamos excomungar o lixo e estabelecer a única unidade proposta nas Sagradas Escrituras: em torno da doutrina, em torno do ensino verdadeiro. Devemos ter um só batismo e uma só fé. Até que cheguemos à unidade da fé. Que fé? A doutrina! Devemos ter unidade na doutrina e aí teremos um só pensamento. Isto é teocentrismo!
Liberalismo ético
Temos que analisar I Co. 9:19-23. Alguém pode dizer: “Está vendo, Paulo usa de estratégia, ele é pragmático, ele fez concessões, cedeu nas suas convicções, se fez de fraco para alcançar os fracos”. Isto é desconhecer Paulo. Se Paulo tivesse negado suas convicções ele jamais teria sido apedrejado, não teria sofrido perseguição nenhuma. Paulo não está aqui dizendo que sacrificaria a verdade, a mensagem do Evangelho para ganhar alguém – nunca! Ele diz que pessoalmente se sacrifica, que estaria disposto a sofrer o que fosse necessário, mas não “negociaria” a verdade do Evangelho. Alguns dizem que Paulo falou que não importava que o Evangelho fosse pregado por inveja, porfia, contenda, contanto que o Evangelho seja pregado. Então, concluem que não importa o que é dito ou como é feito. Seria isso? Mas Paulo está dizendo que as pessoas podem ter até desejos e objetivos errados no seu coração, mas se estão pregando a verdade como ela deve ser pregada, até isso Deus usará. Porém, Paulo nunca aceitou negociar o Evangelho. Vejamos em I Co 2.1-5: “…não o fiz (anunciar o Evangelho) com ostentação de linguagem, ou de sabedoria….A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de Deus.” Paulo disse ainda em I Ts 2.3-6: “Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo…assim falamos, não para que agrademos a homens, e, sim, a Deus…nunca usamos linguagem de bajulação…jamais andamos buscando a glória de homens…” Gl 1.10: “Porventura procuro eu agora o favor dos homens, ou de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo”. Como podemos, diante destes textos, pensar que Paulo fizesse concessões em favor dos homens? Paulo nunca negociou a verdade do Evangelho e nunca abriu mão da sua santidade e da sua ética. Ele falou que, por causa da consciência e da liberdade cristã, você não deveria comer aquilo que pudesse escandalizar um irmão mais fraco.
Não podemos abrir mão da verdade. O que vemos na igreja de hoje é o liberalismo ético. Muitos dizem que não há importância se você burla o fisco, vende produtos sem nota e dá propina, ou se está vivendo maritalmente com alguém, mas está cheio de boa intenção, está desejando o crescimento da Igreja, dá um bom dízimo… Isto é antropocentrismo; é igreja mundanizada.
Como ser teocêntrico?
1. Na evangelização, temos de ser fiéis à Palavra de Deus; é pregarmos o Evangelho da graça do nosso Senhor Jesus Cristo, todo conselho de Deus. Muitas vezes temos um sermão para a igreja e um sermão evangelístico. Muitos dizem: “Pastor, faça um sermão evangelístico, nós temos muitos visitantes”. O que é um sermão evangelístico? Eles dizem que é falar do amor de Cristo, que se deve voltar para Ele, e fazer um apelo, etc. A verdade é que nós achamos que a conversão das pessoas só é possível se falarmos o que as pessoas querem ouvir, aquilo que satisfaça seus interesses. Mas Deus converte uma pessoa através da Palavra, pela pregação expositiva da Palavra de Deus e todo conselho de Deus; exatamente através de uma pregação que muitos consideram ofensiva às pessoas. Não temos de escolher coisas mais amenas e pregá-las, mas temos de pregar a Palavra, explicando-a e fazendo a aplicação devida do texto para os crentes, para os incrédulos e para adultos e jovens. Ou seja, para os crentes e descrentes que estiverem ouvindo. Uma mensagem fiel às Escrituras, que mostra o amor de Deus e Sua justiça, mesmo que seja dura muitas vezes. A mensagem pode ser aguda, mas sempre deve trazer o bálsamo da graça. É exatamente através dela que o Espírito de Deus trabalha nos corações e não pelo desempenho do pregador, pelo seu jeito de falar. Isto é teocentrismo: ser fiel na pregação da Palavra de Deus que exalta a pessoa de Deus e abate o homem e o coloca no seu lugar devido: “boca no pó“. Temos de crer que o Espírito Santo fará a Sua obra e que a Palavra não volta vazia, mas fará aquilo para a qual Deus a tem designado.
O pregador precisa orar e pregar com autoridade, poder e fidelidade à Palavra do Senhor; as consequências estarão com o Senhor, pois Ele fará a obra.
2. Na liturgia, temos de ter um culto simples que vise a glória de Deus, sabendo que no culto reformado, a prioridade não são os cânticos, não é a oração, mas é a pregação e exposição da Palavra; ela tem de ter lugar central e temos de retomar isto. É ela que exalta a Deus, que exorta e edifica os crentes e que converte pecadores.
3. Na doutrina, temos de ser reformados e usar a Bíblia como toda suficiente, autoritativa e inerrante. Temos de usar a Confissão de Fé, pois é uma arma potente para aferirmos nossos conceitos e identificarmos os erros que hoje adentram no arraial evangélico. Temos de usar os catecismos para as crianças, a fim de criarmos uma mentalidade teocêntrica nas gerações que virão.
4. Vida de santidade. Precisamos de vida santa mais do que de metodologia, de palavreado, de ser amigável para que as pessoas venham; o testemunho de uma vida santa é o que fala alto. Disso, estamos precisando hoje, vida de compromisso, vida pura, irrepreensível diante de Deus. Fomos eleitos para isso, disse o apóstolo Paulo aos efésios.
Mas eu pergunto: devemos nos interessar pelo crescimento da igreja em números ou não? Sim, não devemos nos acomodar com o fato de que só haja cinco pessoas na igreja e o que importa é que estejamos pregando a Palavra de Deus. Não deve ser assim. Devemos pregar sentindo no coração o incômodo por ver pecadores caminhando para perdição e crentes que fraquejam em sua devoção por uma vida de frieza espiritual e na busca de um viver santo. Precisamos chorar aos pés do Senhor em favor dos perdidos, clamando a Deus por um genuíno quebrantamento, arrependimento e um verdadeiro avivamento. No passado, os puritanos derramavam a alma diante de Deus por avivamento. Lembramos de David Brainerd. Foi um moço de vinte e poucos anos que foi trabalhar entre os “pele-vermelhas”, nos Estados Unidos. Começou a pregar aos índios, mas era muito difícil, pois ele tinha dificuldades em falar a língua deles. Muitas vezes, David Brainerd tinha de se utilizar de um intérprete completamente bêbado, mas mesmo assim pregou um ano, dois anos, e nada acontecia. Ele conta no seu diário que ficava orando pela alma daqueles índios indiferentes, de tal forma e em tal agonia que mesmo na neve sua camisa ficava molhada de suor ao implorar diante de Deus, diante do Seu trono, em favor daquelas almas. Por que David Brainerd não procurou fazer uma festinha lá entre os índios para atraí-los, mas insistiu em pregar, pregar e pregar a Palavra de Deus? Por que ele insistiu em falar da morte de Cristo que nos faz mais alvos que a neve, se eles não queriam nada com o Evangelho? Mas esta era a palavra que ele tinha de pregar, era a palavra que Deus estabelecera e a qual ele foi enviado a anunciar como fiel ministro. Por isso ele insistiu na pregação até à agonia. Em vista do seu trabalho naquela região fria, David Brainerd adoeceu de tuberculose por perder suas defesas físicas, mas Deus, por fim, fendeu os céus e derramou um grande e poderoso avivamento entre aqueles índios “pele-vermelhas”. Numa reunião tão pequena, com algumas mulheres, de repente a onda do Espírito veio e aquelas índias se prostraram em choro e quebrantamento pelos seus pecados diante do Senhor. Outros e outros índios vieram e muitas conversões aconteceram em meio a choro, arrependimento, quebrantamento, rendição aos pés do Senhor; em meio a um grande avivamento que atingiu a todos. A Palavra fez isso!
O mesmo aconteceu com Jonathan Edwards, cuja filha era noiva de David Brainerd e que também morreu de tuberculose cuidando do seu noivo. Jonathan viu o grande avivamento acontecer na Nova Inglaterra quando pregou aquele sermão tão rejeitado hoje: Pecadores Nas Mãos De Um Deus Irado. Se há um sermão que o pragmatismo abomina é este. Um pragmático diz: nunca pregarei um sermão assim. Mas foi este sermão, essencialmente teocêntrico, que Deus usou para trazer o grande despertamento, onde milhares se converteram a Cristo, no século XVIII. Temos de crer no avivamento, devemos desejar avivamento, quebrantamento, arrependimento nas nossas vidas e na Igreja. Devemos rejeitar estas práticas mundanas antropocêntricas dentro da Igreja e lutar por um retorno à verdade para a glória de Deus. Eu desejo este arrependimento na nossa Igreja no Brasil; desejo que nela haja choro, lamento e arrependimento genuínos no poder do Espírito Santo atingindo os corações pela pregação fiel da Palavra de Deus.
Irmãos, desejo intensamente ver, com meus olhos, esta bênção na minha amada e querida Igreja. Que Deus faça isso! Teocentrismo e não antropocentrismo. Uma Igreja conforme o padrão de Deus e não conforme o mundo.
Amém!