segunda-feira, 18 de novembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre Salvação

Salvação pela graça e pela fé somente em Cristo Jesus

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.
Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

Romanos 6.23

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

O contraste triplo entre salário, pecado e morte em relação a dom, Deus e vida eterna leva o argumento de Paulo a um foco memorável. Especificamente, o pecado paga a seus escravos o salário que eles merecem, ou seja, a morte, enquanto Deus dá graciosamente àqueles que creem em Cristo um dom que nunca poderiam merecer: a vida eterna.

Filipenses 2.12–13

Porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

Com base no supremo exemplo de Cristo, Paulo retoma seu apelo. A presença do apóstolo encoraja os filipenses a obedecerem, mas a motivação básica procede de Deus, que opera neles (v. 13); e a obediência deles florescerá também na ausência de Paulo (1.27).

Como em 1.28 – “a vossa salvação” – é salvação no sentido redentor e mais pleno, com ênfase específica para a santificação do crente. O processo de santificação exige obediência à exortação dos vv. 1-5.

Quando Paulo diz: “com temor e tremor” trata-se de temor e reverência, em vez de pânico e alarme. As emoções corretas são estimuladas pela presença de Deus (v. 13), e não por dúvidas ou desespero quanto à posição de alguém em Cristo.

Em vez de o uso do esforço humano (v. 12) ser uma violação da vontade de Deus, é exatamente o que ele ordena – “Deus é quem efetua em vós” – para realizar seu propósito santificador (Ef 2.8-10). Além disso, a obra interna e transformadora que o Espírito de Deus começou (1.6) dá esperança de que os esforços dos crentes a fim de morrer para o pecado e viver para a justiça produzirão frutos. Havendo invocado o exemplo de Cristo, Paulo reassegura aos filipenses que eles não vão querer nem desenvolver sozinhos sua salvação, mas a vontade e as ações deles são as próprias áreas em que o poder de Deus está operando (4.13; 1Ts 2.13).

João 14.6

Respondeu- lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

A confusão de Tomé acerca do destino e da rota de Jesus em sua partida propicia outro pronunciamento de Jesus para o “Eu sou”. Ele está indo para o Pai (v. 12), e ele é o único “caminho” pelo qual alguém pode chegar a Deus (Mt 11.27; Hb 10.19-22). 

Não uma mera existência como esta – a vida –, mas a existência em cumprimento do desígnio de Deus, no sentido de que nós seríamos seu templo vivo (1.4).

“Senão por mim” – é uma afirmação forte de que unicamente Cristo é o caminho da salvação. O ato de imaginar e proclamar outros caminhos equivale a confundir as pessoas e esquecer a necessidade de sua vinda e redenção (At 4.12; Rm 10.14, 15; 1Jo 5.12).

Romanos 1.16

Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.

Embora o evangelho seja loucura para os instruídos, e a cruz pareça fraqueza em contraste com o poder de Roma, Paulo vê sua mensagem como sabedoria e poder de Deus (1Co 1.22-25, 30).

O impacto do evangelho transformador e outorgador de vida, por meio do Espírito Santo, é essencial, por causa da servidão da raça humana ao pecado e a Satanás; da culpabilidade da raça humana perante a justiça de Deus (1.18-3.20); e da completa incapacidade espiritual da raça humana por causa do pecado (5.6; 8.5-9; cf. Ef 2.1-3).

A salvação é imerecida, mas não é universalmente desfrutada. É recebida somente pela fé em Cristo.

João 1.12–13

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

A instrução particular de Jesus a – “todos quantos o receberam” – ministrada aos que lhe foram dados pelo Pai, domina a segunda e principal seção do evangelho (caps. 13-17), seguida por seu sofrimento, ressurreição e subsequentes aparições aos seus seguidores (caps. 18-21). 

Os seres humanos caídos não são filhos de Deus por natureza; esse é um privilégio único dos que exercem fé, uma fé gerada neles pela ação soberana de Deus (v. 13).

As primeiras versões latinas confundiram essa passagem, a ponto de atribuí-la ao nascimento virginal de Cristo. Entretanto, o verbo plural “nasceram” mostra que esse versículo fala do novo nascimento dos crentes cristãos (cf. 3.3, 5, 7, 8). Esse novo nascimento ocorre pela ação do Espírito gerando vida naqueles que estavam “mortos em… transgressões e pecados” (Ef 2.1). O novo nascimento, às vezes chamado “regeneração”, é explicado mais plenamente em 3.1-21. Ele comunica a vida espiritual, por meio da qual podemos crer em Cristo (1.12) e ver e entrar no reino de Deus (3.3-5). Tipicamente, Paulo usa a metáfora da ressurreição daqueles que estão mortos em pecado (Rm 6.4-6; Ef 2.5, 6; Cl 2.13; 3.1; cf. Jo 5.24), mas também evoca a imagem do novo nascimento efetuado pelo Espírito de Deus (Gl 4.22-29; Tt 3.5). A obra de Deus da salvação é totalmente soberana e graciosa, mas a realidade da resposta humana em crer e receber nunca é cancelada

Efésios 1.13–14

Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.

Como uma impressão indelével – “selados” – feita pelo sinete de um rei, o Espírito Santo é uma marca interior da posse de Deus em seu povo.

Como Jesus diz em Lucas 24.49, o Espírito Santo é a promessa do Pai. De modo admirável, essa promessa é estendida a todos aqueles que creem em Cristo, tanto gentios como judeus (Ez 36.26, 27. Jl 2.28; Jo 14-16; At 1.4, 5; 2.33, 38, 39; Gl 3.14; 4.6).

O Espírito Santo é não somente o cumprimento da promessa de Deus de habitar em seu povo, como também a garantia – “penhor”- de que ele os levará à sua herança final. Como uma entrada ou primeira parcela da redenção final deles (2Co 1.22; 5.5), o Espírito é uma prelibação da glória da era vindoura (Rm 8.18-23). Trata-se de um ótimo exemplo de que os últimos dias já começaram (a herança do tempo final, a nova Criação), mas ainda não estão consumados.

O uso que Paulo faz da palavra “propriedade” aqui pode ser interpretado de duas maneiras: (1) o termo “propriedade” refere-se ao nosso recebimento da herança completa, da qual o Espírito Santo é penhor. O Antigo Testamento fala do Senhor como a herança de seu povo (Sl 16.5, 6; Nm 18.20); (2) O povo de Deus é sua “herança”, que ele redimirá final e completamente em nossa ressurreição (Rm 8.23). O Antigo Testamento ensina que Deus escolheu um povo como sua herança (Dt 32.9; Sl 33.12) e o comprou da escravidão para se tornar sua propriedade querida (Êx 19.5; Dt 7.5; 14.2; Ml 3.17). Paulo alude a esse tema no v. 18, mencionando a “glória” da “herança” de Deus “nos santos”. Por trás do termo “resgate” nesse versículo, está a palavra grega “redenção”, usada no v. 7 no que diz respeito à ação de Deus em resgatar os crentes. Portanto, o segundo entendimento é o mais provável. O alvo da obra de selar do Espírito é que seja para o “louvor da sua glória”. Esse é o ponto principal dos vv. 3-14, e essa expressão é repetida como alvo e ponto principal da obra do Pai nos vv. 3-6 (cf. v. 6) e da obra do Filho nos vv. 7-12 (cf. v. 12). Portanto, o ponto predominante em todos os vv. 3-14 é que a obra da Trindade em eleger, redimir e selar é a glória de Deus. Essa é a razão pela qual as palavras eleição e predestinação são repetidas (vv. 3, 4, 11), visto que Deus pode receber a glória pela obra de redenção somente se essa obra for totalmente dele. Se os crentes pudessem contribuir com algo para sua salvação, então Paulo poderia dizer que eles recebem uma parte da glória, mas, em vez disso, ele diz que toda a glória pertence a Deus.

João 3.3–6

Pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito, a saber, que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho.

O silêncio do Antigo Testamento sobre o mistério de Paulo — a união de judeus e gentios em condições iguais na Igreja (v. 6) — é relativo, não total. Muitas profecias do Antigo Testamento falam de um ajuntamento de judeus e gentios em um único povo de Deus, um fato que Paulo reconheceu em seu ensino (Is 19.25; 56.3-7; 66.18; At 26.22, 23; Rm 4; 15.8-12). A membresia de judeus e gentios na Igreja não foi explicitamente afirmada na Escritura do Antigo Testamento, nem plenamente implementada na história até a morte de Cristo e até a exaltação que inaugurou a nova aliança. Ou seja, o mistério específico que não foi revelado plenamente é que os gentios podem tornar-se parte do verdadeiro Israel pela identificação com Cristo. Eles não precisam viajar para o Israel geográfico, tornar-se judeus, obedecer às leis dietéticas, ser circuncidados e assim por diante. Agora, Cristo é o único identificador para um verdadeiro israelita.

revelado aos seus santos apóstolos e profetas. Esses dois ofícios são “fundacionais” para o novo templo de Deus que o Espírito está edificando (2.20, 21), porque, por meio dos apóstolos de Cristo e dos profetas da Igreja do Novo Testamento (cf. 1Co 12.28), o mistério de Deus, antes oculto, agora é revelado.

3.6 os gentios são coerdeiros. Embora o Antigo Testamento ofereça vislumbres ocasionais de um povo redimido unificado, somente à luz do sacrifício de Cristo o plano de Deus se torna realmente claro: em um ato magnífico, ele removeu a inimizade entre si mesmo e a humanidade, desfazendo, também, as divisões que separam a humanidade (2.14-18). Em outra passagem, Paulo expressa o modo incomum pelo qual Deus incluiu os gentios entre seu povo: contrariamente às regras da agricultura, os gentios são como ramos de oliveira brava enxertados numa oliveira cultivada (Rm 11.11-24).

João 3.16–18

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

Alguns têm insistido que Deus enviou Jesus para morrer, a fim de tornar a salvação possível a todos, sem exceção. Não obstante, Jesus deixa claro que a salvação daqueles a quem o Pai lhe deu não é uma mera possibilidade, mas, sim, uma certeza absoluta. Todos aqueles a quem o Pai escolheu virão a Cristo, o qual deu sua vida somente por suas ovelhas, e não pelos que não foram escolhidos desde a fundação do mundo (6.37-40; 10.14-18; 17.9).

A questão central que gira em torno de “o mundo” é que a obra salvífica de Cristo não se limita a um só tempo ou lugar ou povo (os judeus), mas se aplica aos eleitos do mundo inteiro, não importa a era em que vivam ou sua etnia. Além disso, em João, “o mundo” frequentemente se opõe a Deus (1.10; 7.7; 17.17; 15.18, 19), de modo que a maravilha do amor de Deus é exibida na indignidade de seu objeto. Os que não recebem o remédio que Deus preparou em Cristo perecerão. Permanece verdadeiro que todo aquele que crê em Cristo não morrerá (ser separado de Deus), mas viverá na presença de Deus para sempre

Em outro lugar, Jesus diz que o julgamento acompanha sua vinda ao mundo (9.39; 12.31). Sua tese não é que ele não julgará – “não para que julgasse o mundo” –, mas, sim, que ainda não chegou o tempo. O mundo já estava sob a ameaça de julgamento antes que ele viesse; mas, com sua vinda, a salvação torna-se uma realidade oferecida a um mundo hostil (12.47; Mt 23.37; Rm 5.8).

A incredulidade não é a única base para a condenação, mas constitui o clímax da rebelião, resistindo, inclusive, à graciosa oferta de Deus quanto à salvação em Cristo. Jesus entrou em um mundo que já está condenado, em virtude de sua rejeição da revelação pessoal de Deus (Rm 1.18-32); e, à parte da fé que une alguém a Cristo, os indivíduos permanecem sob condenação, em decorrência de seus pecados (Jo 3.36).

Tito 2.11–14

Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras. 

A graça de Deus, o favor ou a compaixão imerecidos de Deus “se manifestou” – ou seja, na pessoa e na obra de Jesus Cristo (3.4, 6; cf. 2Tm 1.10).

O propósito de Deus em estender graça aos pecadores é a salvação deles (3.4-7; cf. 2Tm 1.9). 

Todos os tipos de pessoas, independentemente de gênero, idade ou classe social, estão em vista – “todos os homens” – (vv. 2-10; 1Tm 2.1-6)

“A bendita esperança e a manifestação da glória” aponta para a segunda vinda de Cristo (1Tm 6.14; 2Tm 4.1, 8)

No grego, a construção – “nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” – identifica o “Salvador Cristo Jesus” com “nosso grande Deus”. Aqui Paulo afirma claramente a deidade de Cristo (cf. Rm 9.5; Jo 1.1; 20.28).

“O qual a si mesmo se deu por nós” – ou seja, na cruz. Paulo expressa, em seguida, dois propósitos da obra de Cristo na cruz.

O primeiro alvo de Paulo focaliza o indivíduo – “remir-nos de toda iniquidade” – Cristo pagou o preço necessário para libertar as pessoas de seus pecados (Mt 20.28; Mc 10.45; 1Tm 2.6; 1Pe 1.18-19).

O segundo alvo de Paulo – “purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu” – focaliza a igreja. Cristo purifica os indivíduos de seus pecados (Hb 9.14; 1Jo 1.7, 9), para que, juntos, constituam um povo especial para ele (Êx 19.5; Ez 37.23; 1Pe 2.9). Quanto à purificação da Igreja por Cristo, ver Efésios 5.25-27.

Longe de fomentar a complacência, a graça redentora de Cristo motiva ainda mais fortemente o amor agradecido do crente, que se expressa em obediência (Lc 7.41-47; 1Co 15.8-10; Fp 3.7-14).

1 Tessalonicenses 5.9–10

Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele.

Nesse contexto, a “ira” é, evidentemente, a condenação e a punição que os impenitentes receberão no “dia da ira” (Rm 2.5; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 6.16-17; 11.18). Deus destinou seu povo para obter a salvação e a glória em Jesus Cristo, e não a ira (1.10; 2Ts 2.14). Mas os tessalonicenses e muitos outros crentes também foram destinados por Deus a sofrer e suportar tribulação de todos os tipos (3.2-4; 2Ts 1.4; Tg 1.2-4; 1Pe 4.12-14; Ap 1.9). Os cristãos não devem interpretar seu próprio sofrimento como a ira de Deus contra eles, porque os crentes não estão destinados à ira. Em vez disso, eles devem ver o sofrimento como parte do plano de Deus em discipliná-los amorosamente e conformá-los à imagem de seu Filho.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

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A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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