domingo, 15 de dezembro
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A soberana vontade de Deus

Em qualquer época, desastres e tempos difíceis podem vir sobre o crente: a morte de uma pessoa querida, enfermidade, perdas irreversíveis nos negócios, divisões na família, etc. Poderíamos continuar a lista, acrescentando-lhe nossas experiências pessoais. De maneira contrária ao ensino bastante divulgado nas igrejas, os crentes não estão isentos de problemas e aflições dos quais a carne humana é herdeira. Na verdade, os crentes têm de esperar que compartilharão plenamente de sofrimentos neste mundo, por serem filhos de um Deus vivo. O Senhor Jesus mesmo lhes prometeu perseguições nesta vida. Se não estamos passando ou sendo atribulados por algum teste ou prova de nossa fé, devemos parar e questionar a nós mesmos sobre a realidade de nossa experiência cristã. As Escrituras afirmam claramente que o Senhor disciplina todos aqueles que são seus filhos. Se não estamos sendo disciplinados, o autor inspirado afirmou com ousadia que somos bastardos (Hb 12.8).

Mesmo aqueles que, no meio evangélico, abraçaram o evangelho “da riqueza e da saúde” e suas multiformes variações, reconhecem que suas próprias vidas negam o ensino deste evangelho. Eles têm experimentado provações em suas vidas. Conhecendo o ensino claro das Escrituras a respeito das aflições que sobrevirão às nossas vidas, precisamos, como eleitos de Deus, entender os motivos que estão por trás das provações. Temos de vigiar nossas reações e o modo como nos com- portamos quando estamos passando por essas provações.

As aflições sobrevêm às nossas vidas, pelo menos, por meio destes três instrumentos:

1. Por meio de nossas atitudes imprudentes, julgamentos incorretos, idéias extravagantes, orgulho e falta de discernimento espiritual.

2. Por meio das atitudes irrefletidas ou deliberadas de outras pessoas. Estas são áreas sobre as quais temos pouquíssima influência.

3. Por meio do curso natural dos acontecimentos. Estas são áreas sobre as quais não temos nenhum controle ou influência.

Temos de aceitar, pelo menos em alguma medida, a responsabilidade pelas aflições que nos sobrevêm como resultado de nossos próprios erros; mas, se a aflição permanece
sobre nós, demonstramos a tendência de reclamar para Deus que as coisas estão indo muito longe e começamos a duvidar de seu amor e de seus motivos em permitir que nossas aflições continuem. As áreas mencionadas nos dois últimos pontos são as que nos trazem as maiores dificuldades. “Como pode um Pai tão amoroso permitir que tais coisas aconteçam aos seus próprios filhos?” Não podemos emitir em público esse sentimento. No entanto, em nossos sentimentos mais íntimos e, às vezes, em nossas orações particulares, expressamos tais sentimentos petulantes.

Nossa incapacidade para entender os motivos e aceitar as diversas aflições que sobrevêm à nossa vida resulta do fato de que olhamos para os instrumentos humanos pelos quais estas aflições aparecem em nossa vida, e não para a verdadeira fonte destas aflições e provações. Nós as vemos como se viessem do homem e até do diabo, e não as vemos como se viessem das mãos de um Deus soberano e amável. Atribuímos tudo à “má sorte”, a um “acidente” ou mesmo a uma “ação do inimigo”. As- saltamos o trono da graça com a súplica constante de que nossa aflição seja removida de nós. Mas perdemos de vista o fato de que as Escrituras revelam o Senhor como a causa fundamental de todas as coisas que sobrevêm às nossas vidas, quer sejam boas, quer sejam más. Embora Deus mesmo não seja o autor do pecado, e não nos tente a pecar, e não nos leve ao pecado, está crucialmente envolvido em tudo que nos acontece. Na verdade, querido leitor, as próprias provações que você está experimentando agora fazem parte do plano de Deus para a sua vida. Esta é a soberana vontade de Deus para você.

A menos que você e eu cheguemos ao ponto de crer e aceitar a soberania de Deus sobre as nossas vidas e sobre tudo o que nos acontece, não seremos capazes de reagir de uma maneira cristã em relação a tudo que nos ocorre nesta peregrinação. Na verdade, não seremos capazes de lutar contra o mundo conforme ele é hoje. Poderemos ser vencidos, desencorajados e alarmados, se não reconhecermos que Deus, por meio de sua vontade soberana e imutável, está no pleno controle de todas as coisas. É absolutamente necessário que nos apeguemos a esta doutrina da soberana vontade de Deus em, por meio de e sobre todas as coisas. Nada em nossa vida é acidente, incidente ou coincidência.

Jó reconheceu isto, quando disse, em meio às suas terríveis aflições: “Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?” (Jó 2.10) A sua esposa lhe havia sugerido que amaldiçoasse a Deus e morresse; Jó, porém, ainda que não pudesse entender o motivo, discerniu corretamente que todas as suas aflições haviam sido, de alguma maneira, enviadas por Deus. Jó estava expressando o fato de que, embora o homem seja uma criatura racional e responsável por suas decisões e atitudes, Deus ainda é soberano e realiza a sua própria vontade, sem pisotear a nossa. Esta soberania de Deus é a rocha sobre a qual repousa a consolação do crente.


Autor: Don Haddleton

Ministério: Ministério Fiel

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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