Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado. (Sl 32:5)
Um psicólogo amigo meu diz que o único propósito da culpa é enviá-lo a Deus para pedir perdão. Uma vez que isso é feito, a culpa não tem nenhum propósito. A culpa motiva, mas deixe-me dizer-lhe, ela também manipula.
O problema com o que acontece nos círculos religiosos é que aprendemos a manipular as pessoas com a culpa. Às vezes, fazemos isso com bons motivos, mas muitas vezes é uma maneira de adquirir poder ou de construir impérios para si mesmo. Em nossos seminários “Born Free”, eu demonstro como isso funciona. Primeiro conto às pessoas no seminário a seguinte história:
Alexandre, o Grande, tinha um dia de julgamento por covardia no campo de batalha todas as quintas-feiras. Um dia, enquanto Alexandre sentava-se em seu trono de julgamento, um jovem foi trazido até ele. Aqueles que estavam lá disseram que, pela primeira vez, viram o rosto de Alexandre suavizar. Ao olhar para o jovem, talvez ele tenha pensado na namorada do jovem em casa, nos filhos que viriam de seu casamento, nos pais que o amavam. Alexandre, o Grande, olhou para o jovem e perguntou: “Qual é o seu nome?”. O jovem disse: “Ale… Alex… Alexandre, senhor”. A suavidade sumiu do rosto de Alexandre, o Grande. Ele saltou de seu trono, desceu as escadas, pegou o jovem e jogou-o ao chão. Ele disse: “Jovem, mude o seu nome ou mude os seus modos”.
Essa é a história, e então, de uma forma séria e sóbria, sem fazer graça, eu digo: “Quando foi a última vez que você conduziu alguém a Cristo? Quanto tempo você gastou com a Palavra de Deus nesta manhã? Você realmente orou ou apenas acenou com a cabeça na direção de Deus? Você dá o dízimo? Se você é abastado e dá somente o dízimo, você está roubando de Deus. Quanto mais você dá? Você…”
Eu continuo fazendo perguntas dolorosas que produzem culpa, até que não consigo mais fazer isso sem rir. O pessoal da Key Life aposta entre si por quanto tempo vou conseguir continuar sem cair na risada. Mas você deveria ver as pessoas sentadas na minha frente e o extremo desconforto que elas demonstram em seus rostos.
Então eu digo: “Eu apenas os manipulei com culpa. O que você está sentindo agora é a forma pela qual os manipuladores fazem você fazer o que eles querem que você faça, e eles normalmente querem mais de você do que você pode dar”.
A culpa pode motivá-lo a ir ao trono, mas também pode manipulá-lo para fazer o que os outros querem que você faça. Porque você é livre e perdoado, você nunca deveria ser manipulado. É pecado manipular, mas também é pecado ser manipulado. Você não pertence a ninguém além de Deus. Você não deve ser obediente a ninguém além dele. Ele é Aquele que, através de seu Espírito, convence do pecado, aponta para Jesus e nos atrai ao trono.
Há uma diferença entre a manipulação que outros usam para nos levar a fazer o que eles querem e a convicção do Espírito Santo que se move em nós. Uma é dura e a outra é gentil; uma é ampla e a outra é específica. Uma é frequentemente irreparável, enquanto a outra é realizável.
Eu tenho um amigo que magoei anteontem. Ele é um bom amigo, e temos caminhado juntos há muito tempo. Eu nem sabia que o tinha magoado… e certa- mente não tão profundamente quanto o fiz. Na manhã seguinte, quando levei o nome dele diante do trono de Deus, algo em mim ficou escuro. Em um instante lembrei-me do que havia dito e de como o havia dito. Figurativamente “deixei minha oferta no altar” e peguei o telefone, liguei para meu amigo e pedi perdão. Ele, é claro, me perdoou. Na verdade, nós choramos juntos ao telefone. Quando voltei às minhas orações, fui atraído ao trono e senti o prazer que vem de Deus. Não sei dizer quantas vezes o Espírito Santo, com mansidão, mas também com clareza, me lembra do meu pecado. Ele usa a Escritura, às vezes um pregador e às vezes um irmão ou irmã. O Espírito Santo usa a convicção para me motivar a pedir perdão a Deus e aos outros. O Espírito Santo me lembra de que em Cristo eu posso ter a certeza do perdão e do amor de Deus, haja o que houver. Quando sou sensível, sou grato por minha culpa.
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