domingo, 17 de novembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre Disciplinas Espirituais

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.
Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

 

Hábitos de devoção como oração, jejum e leitura da Bíblia são os meios pelos quais somos transformados pelo Espírito. Seja encorajado a cultivar uma vida de disciplina por essas passagens e comentários da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância.

1 Timóteo 4.7-8

Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser.

Nesta seção, Paulo entrelaça disciplina espiritual com deveres de oficiais, invocando metáforas esportivas que ele usa em outras passagens (2Tm 2.5; 4.7; 1Co 9.24-27; Gl 2.2; 5.7; Fp 2.16).

Paulo fala de “fábulas judaicas”, referindo-se talvez aos tipos de lendas sobre personagens do Antigo Testamento que se encontram em muitos dos escritos apócrifos dos judeus (fábulas: ver 4.7; 2Tm 4.4. Em Tito 1.14. Ver nota em 1.4).

Mateus 6.16-18

Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Deus busca expressões interiores de humildade e quebrantamento diante dele, e não mera devoção externa.

Isaías 58.5-6

Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?

O jejum que escolhi: ver 1.10-15; Amós 5.21-23; Miquéias 6.7, 8.

Os termos “incline… pano de saco e cinza” são atos convencionais de tristeza que acompanhavam o jejum (Jl 1.13, 14). Hábitos de devoção como oração, jejum e leitura da Bíblia são os meios pelos quais somos transformados pelo Espírito. Achamos em 1 Samuel 15.22 a mesma ideia: a obediência de coração ao mandamento do Senhor é melhor do que rituais, ainda que esses rituais sejam ordenados por Deus.

Esse versículo apresenta uma ideia diferente de jejuar: livrar os oprimidos e suprir suas necessidades (Mt 25.34-40). 

Estrangeiros não são os únicos a colocar jugo opressor no povo de Deus, tratando-os como animais; seus próprios líderes são também frequentemente opressores.

2 Timóteo 3.16-17

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

“Toda a Escritura” indica o Antigo Testamento (v. 15, nota), o Novo Testamento ainda não existia como uma coleção completa. De fato, alguns dos livros do Novo Testamento ainda não haviam sido escritos.

“Inspirada por Deus” trata-se de uma das expressões mais importantes no Novo Testamento sobre a doutrina da inspiração divina das Escrituras.

A Bíblia foi inspirada pelo Espírito de Deus (2Pe 1.21). Deus é a fonte e o autor final da Escritura. Embora redigida por autores humanos, a Escritura tem toda a importância da autoridade de Deus. A Bíblia, do começo ao fim e em suas próprias palavras, é a inerrante Palavra de Deus.

O grande teólogo reformado americano B. B. Warfield, que ensinou no Princeton Theological Seminary de 1887 a 1921, demonstrou que a palavra grega traduzida como “inspirada” (theopneustos) refere-se a toda a Escritura, e não somente a porções dela. Em outras palavras, a inteireza do cânon da Escritura — até mesmo as próprias palavras individuais — foi dada por Deus e, portanto, é totalmente verdadeira. A Bíblia não afirma nenhum erro, sendo também a única fonte infalível de doutrina cristã.

Josué 1.8

Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.

O material registrado por Moisés – Livro da Lei – após falar aos israelitas no deserto, a oriente do Jordão. Provavelmente, refere-se a tudo aquilo que agora é preservado em Deuteronômio 5.1–26.19. Em conformidade com Deuteronômio 17.18, 19, os reis israelitas fariam uma cópia do Livro da Lei e meditariam sobre ele cotidianamente, a fim de saber como conduzir o povo de Israel. Os israelitas serão julgados por Deus com base em sua obediência ao Livro da Lei. Deuteronômio 31.24-26 registra como Moisés escreveu esse livro e o confiou aos levitas que transportavam a arca da aliança. Ver 8.34, 35; 23.6; 24.26.

Da meditação no Livro da Lei, emanam todas as consequências da promessa já vistas nos vv. 6, 7: obediência e sucesso (v. 8); fé e a presença de Deus (v. 9).

Salmo 1.1-2

Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na e roda dos f escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.

O Salmo 1 traz o propósito do livro dos Salmos, como um manual para se ter uma vida bem-aventurada, enquanto o Salmo 2 provê a mensagem global do livro, em termos do reinado de Deus por intermédio de seu rei messiânico.

O salmo 1 tal como uma porta de acesso a um santuário, um dos poucos salmos de sabedoria introduz toda a coletânea. Antes de se travar um diálogo com Deus, é preciso levar em conta a atitude dos leitores em relação à lei de Deus. A pessoa justa a ama e a estuda; a pessoa perversa a odeia.

Bem-aventurado é uma palavra mais vigorosa do que “feliz” (ver Dt 33.29; 1Rs 10.8; 2Cr 9.7; Ec 10.17; Is 32.20). Ser “bem-aventurado” é desfrutar o bem-estar em cada área da vida.

A pessoa justa é descrita pelo que ela evita: “não anda… não se detém… nem se assenta”. Há um avanço descendente nos verbos “anda”, “se detém” e “se assenta”.

Caminho é uma metáfora comum na literatura de sabedoria para um estilo de vida (Pv 1.15).

A pessoa justa é descrita como alguém que ama a lei de Deus – “seu prazer”.

Do hebraico Lei do SENHOR – torah –, pode referir-se a um mandamento específico; aqui, porém, significa mais amplamente “instrução”. “A instrução do Senhor” se refere aos cinco livros de Moisés (2Cr 34.14) e, então, aos cinco livros do Saltério (ver Introdução: Características Literárias). Como os cinco livros de Moisés, os cinco livros do Saltério consistem em instrução em geral e em bem-aventurança e prosperidade vivenciadas em particular. Também têm a importante função de ensinar como louvar em meio à adversidade.

A meditação hebraica não era uma atividade silenciosa, mas uma baixa entonação das Escrituras; daí a associação de meditação com boca (19.14; Js 1.8). Igualmente, a meditação hebraica não era dissociada da atividade mental, envolvendo engajamento intelectual com o texto da Escritura; daí a associação da meditação com coração/mente (19.14).

1 Tessalonicense 5.16-18

Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco

Sobre o princípio geral de que a oração contínua é importante em todos os aspectos, ver Mt 11.5-8 e notas.

Mateus 6.5-6

E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. 6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Ver nota teológica “Oração”, na p. 1808.

ORAÇÃO

Somos capacitados a falar com Deus. Ele fala verbalmente conosco em sua Palavra e não verbalmente por meio de sua óbvia providência. Comungamos com ele através da oração. Charles Hodge declarou que “a oração é o diálogo da alma com Deus”. Na oração e através dela, expressamos nossa reverência e adoração para com Deus; desnudamos nossas almas em confissão contrita diante dele; derramamos ação de graças que procede de corações agradecidos; e oferecemos-lhe nossas petições e súplicas.

Na oração, conhecemos Deus como pessoal e poderoso. Ele pode ouvir-nos e agir em resposta. A Escritura ensina tanto a soberana preordenação de Deus como a eficácia da oração. As duas não são inconsistentes entre si, pois Deus ordena tanto os meios como os fins para seus propósitos divinos. A oração é o meio que Deus usa para tornar conhecida sua vontade soberana.

A oração deve ser dirigida unicamente a Deus: ou a Deus como Deus Trino ou às pessoas distintas da Deidade. Orar a criaturas constitui idolatria.

A oração genuína tem diversos requisitos. O primeiro é que nos aproximemos de Deus com sinceridade. Frases vazias e insinceras constituem zombaria. Tal oração, longe de ser um exercício da religião piedosa, é uma ofensa dirigida a Deus.

O segundo requisito é que nos aproximemos de Deus com reverência. Na oração, devemos recordar sempre com quem estamos falando. Dirigir-nos a Deus de maneira altiva, casual ou leviana, como podemos falar com nossos amigos terrenos, equivale a tratá-lo com o desprezo da familiaridade. Assim como as pessoas que prestam homenagem a um rei entram em sua presença com uma postura de respeito e vênia, também nós, quando nos apresentamos a Deus, devemos mostrar pleno reconhecimento de sua suprema majestade.

O terceiro requisito, que procede dos anteriores, é que nos aproximemos de Deus com humildade. Recordemos não só quem ele é, mas também quem e o que nós somos. Somos seus filhos adotivos. Somos também criaturas pecadoras. Ele nos convida a nos achegarmos ousadamente a ele, porém jamais de forma arrogante. Deus nos instrui a sermos solícitos e fervorosos em nossos pedidos. Ao mesmo tempo, achegamo-nos a ele com submissão voluntária. Dizer “que a tua vontade seja feita” não é uma indicação de falta de fé. A fé que apresentamos na oração deve incluir a confiança de que Deus é apto a ouvir nossas orações e que está disposto a responder a elas. Contudo, quando diz não aos nossos pedidos, essa fé também confia em sua sabedoria. A sabedoria e a benevolência de Deus devem sempre e em toda parte ser apreendidas pelos que se aproximam dele com petições. Oramos em nome de Jesus porque, assim, reconhecemos seu ofício de Mediador. Como nosso Sumo Sacerdote, Cristo é nosso intercessor, justamente como o Espírito Santo é nosso auxílio na oração.

 

Salmo 105.1-2

Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; narrai todas as suas maravilhas.

Israel não pode esconder sua luz “debaixo do alqueire” (Mt 5.15). O verdadeiro povo de Deus dá testemunho jubiloso da graça de Deus por todo o mundo.

Aqueles atos de graça e juízo que Deus realiza na história. Deus entra na história e age graciosamente em favor de seu povo, tal como o faz na vida, morte, ressurreição e ascensão de seu Filho unigênito.

Colossenses 3.16

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.

Porque os crentes estão unidos a Cristo (3.3, nota), não somente a “palavra de Cristo”, mas também o próprio Cristo, vive no coração deles (Gl 2.20; Ef 3.17; cf. Rm 8.9). Com a sabedoria de Deus presente dessa maneira (3.3; cf. 1Co 1.30), as exigências éticas do amor cristão podem ser vivenciadas em cada parte da vida, incluindo as responsabilidades diárias, que são revistas em 3.18–4.6.

A primeira metade deste versículo é uma reminiscência de 1.28.

No ministério dos colossenses uns para os outros, a palavra de Cristo será tão eficiente quanto a presença do próprio apóstolo. salmos, e hinos, e cânticos espirituais. Na Septuaginta, os três substantivos usados nesta frase são frequentemente sinônimos. É improvável que, em Colossenses, eles designem três tipos distintos de canção (Ef 5.19). Ver artigo “Adoração”, na p. 2383.


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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