sexta-feira, 22 de novembro
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Dicas práticas para ajudar viciados

A ideia de ministrar a pessoas viciadas provavelmente seja intimidadora para a maioria dos cristãos. Vícios muitas vezes dão origem a outros pecados como mentir ou roubar, o que torna desagradável ou até mesmo perigoso estar perto de alguém que esteja nas garras de um vício. No momento em que o problema aparece, as vidas de muitos viciados estão saindo do controle, e é difícil imaginar reunir o tipo de recursos e energia necessários para poder realmente ajudar alguém dominado pelo vício. Esse tipo de ministério pode parecer o tipo de coisa que requer treinamento especial ou especialização. Certamente, não é o tipo de coisa que um membro “mediano” da sua igreja pensaria em empreender, e muitas congregações estão paralisadas quando se trata de trabalhar com pessoas que lutam contra o vício.

Duas categorias bíblicas podem nos ajudar a entender o que está acontecendo na vida de alguém quando ele está preso a um vício:

Primeiro, os viciados são idólatras. O vício é fundamentalmente sobre adoração. A Bíblia nos diz que, seja lá para o que for que as pessoas fujam buscando consolo, conforto e esperança, essa coisa desempenha funcionalmente o papel de Deus em suas vidas. Um viciado é alguém que está procurando algo destrutivo, algo que não é o único Deus verdadeiro para tirar o tédio, a dor, a solidão ou a ansiedade da vida. A alegria dos viciados quando na presença da coisa que eles anseiam – seja o jogo, álcool, narcóticos ou pornografia – tem todas as características da adoração.

Em segundo lugar, os viciados são escravos. Esse talvez seja o pensamento mais comum quando consideramos o vício. A diferença entre alguém que meramente se entrega a um vício e alguém que consideramos um viciado é que este não pode se conter, mesmo quando pensa que consegue. A pessoa viciada é escravizada por um senhor que aparentemente deve ser obedecido sempre que acena.

Essas duas categorias representam uma maneira muito diferente de entender o vício em relação ao que comumente se pensa mais amplamente no mundo. Na maioria das comunidades médicas e psiquiátricas, é tomado como verdade absoluta que os viciados estão sofrendo de uma doença e, portanto, não podem ser totalmente responsáveis por seus comportamentos. Mas, embora haja frequentemente um componente físico muito real no vício, uma compreensão cristã do pecado exige que insistamos em que Deus responsabiliza os dependentes por seus comportamentos e escolhas.

Esse entendimento também ajuda a preencher a lacuna que podemos sentir entre nós e os viciados a quem ministramos, porque quando olhamos para a Bíblia, vemos que as mesmas coisas que são verdadeiras para os viciados são também verdadeiras para todos os pecadores. Por natureza e sem Cristo, todo homem, mulher e criança é culpado de falsa adoração (Rm 1. 21-23). Todos nós nos exaltamos e olhamos para a criação, em vez do Criador, buscando significado e ajuda; somos todos idólatras. Além disso, à parte de Cristo, somos todos escravos do pecado (Jo 8.34). Não podemos deixar de pecar e, sozinhos, nada podemos fazer para mudar essa situação (Rm 1.28–31; Ef 2.1–3).

Se olharmos para a questão sob essa luz, veremos que temos uma comunalidade básica com alguém que está lutando com um vício. Seus comportamentos destrutivos podem fazê-los parecer muito diferentes de nós, mas na realidade temos as coisas mais importantes em comum. Em Adão, somos todos pecadores escravos adoradores de ídolos; na verdade, você pode dizer que somos todos viciados em pecado. Podemos ficar tentados a olhar para alguém que seja viciado em álcool, drogas, pornografia ou jogos de azar e pensar: “Essa pessoa é muito diferente de mim; não posso ajudá-la”. Mas, em vez disso, devemos pensar: “Essa pessoa é fundamentalmente igual a mim. À parte de Cristo, somos todos escravos do pecado e da idolatria”.

Uma vez que vemos que o problema do vício é realmente o problema do pecado, vemos que a solução para o vício é a mesma que a solução para o pecado: a mensagem do evangelho. Os viciados precisam ter o amor de seus corações reordenados pela graça de Deus. Ambos precisam assumir a responsabilidade pelo pecado em arrependimento e também realocar sua esperança em Cristo. Essa é, em última análise, a única esperança para os viciados, e é esperança suficiente. Como as igrejas procuram ministrar aos viciados, não precisamos de nada mais do que já temos no evangelho e na igreja que o evangelho cria.

Com tudo isso dito, no entanto, devemos admitir que ministrar às pessoas presas no poço dos vícios apresenta alguns desafios especiais. Para esse fim, aqui estão quatro coisas práticas que você deve ter em mente ao tentar ajudar as pessoas nessas circunstâncias:

1. Não negligencie as famílias. Muitas vezes, os cônjuges e filhos de um viciado experimentam grande estresse emocional e financeiro. Programas de tratamento do vício às vezes colocam a pessoa viciada no centro do universo, mas suas famílias são muitas vezes vítimas inocentes que merecem apoio e compaixão.

2. Cuidado com as falsas soluções. Muitos dos programas populares de tratamento não conseguem resolver uma questão central para os viciados: sua própria idolatria, egoísmo, falta de autocontrole e más escolhas. Em vez disso, os viciados são, às vezes, encorajados a trocar seus vícios prejudiciais por obsessões menos perigosas ou socialmente mais aceitáveis.

3. Considere o custo. Para uma igreja caminhar ao lado de um viciado, haverá um preço em termos de tempo e energia. Muitas vezes, os únicos amigos de um viciado são outros viciados. A igreja precisa prover uma comunidade alternativa onde os viciados possam estar perto de pessoas espiritualmente saudáveis ??e aprender a viver por algo diferente de si mesmos.

4. Tenha expectativas razoáveis. Muitas pessoas não mudam completamente e imediatamente. Se você e eu mudamos lentamente, por que deveríamos esperar que os viciados não o fizessem? Não desista quando surgirem contratempos, mas persevere em trazer o evangelho para suas vidas.

Tradução: Paulo Reiss Junior.

Revisão: Filipe Castelo Branco.

Fonte: Ministering to Addicts.


Autor: Mike McKinley

Mike McKinley (MDiv pelo Westminster Theological Seminary) é o pastor da Guilford Baptist Church, em Sterling, Virginia, e foi membro da equipe pastoral da Capitol Hill Baptist Church, em Washington DC. É preletor e autor de livros e artigos teológicos.

Parceiro: Ministério Ligonier

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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