Fomos criados por Deus para sermos portadores de sua imagem. Mas o que isso significa realmente?
Alguns indivíduos usam imagens para governar por meio da imposição do medo. Muitos de nós lembramos Saddam Hussein. Pelo fato de que o Iraque era um país enorme e quase impossível de ser governado pessoalmente, Saddam Hussein mandou fazer muitas estátuas – imagens – de si mesmo e as colocou em todo o país. Havia retratos dele em toda esquina e em todos os estabelecimentos, para lembrar às pessoas quem estava no comando – quem era o chefe. Por isso, quando ele foi finalmente removido do poder, foi muito importante derrubar aquelas estátuas, porque significava o fim do governo e da autoridade de Saddam Hussein sobre eles como povo.
Semelhantemente, muitos reinos no antigo Oriente Próximo se estendiam por milhares de quilômetros quadrados. Os reis desses impérios eram líderes poderosos, mas a dimensão de seu reino apresentava sérios problemas políticos. Como poderiam exercer controle sobre seus impérios? Como poderiam manter a ordem? Os reis da antiguidade simplesmente não podiam manter contato pessoal com todas as regiões de seu império. Precisavam de outros meios para estabelecer sua autoridade. Muitos governantes resolveram esse problema edificando imagens de si mesmos em lugares cruciais em todo o reino. Produziram muitas estátuas de si mesmos e atribuíram poder representativo a elas. Quando contemplamos as ruínas dessas figuras imponentes, seu propósito antigo se torna evidente. Quando cidadãos viam as imagens de seu imperador, entendiam a quem deviam a sua lealdade. Sabiam, com certeza, quem governava a terra.
Quando Deus diz: “Multiplicai-vos”, o que isso significa realmente é: “Eu quero que minhas imagens se espalhem até aos fins do mundo”. Deus não queria que multiplicássemos sua imagem porque temia perder o controle à semelhança desses governantes terrenos, mas porque desejava que governássemos bem, imitando sua bondade. Deus ordenou que portadores de sua imagem reinem sobre a terra. “Sujeitem-na” e “tenham domínio”, ordenou Deus, “eu lhes dou autoridade para me representarem no meu mundo”. Somos criaturas especiais, feitas amorosamente e com um papel singular no mundo, como portadores da imagem de Deus e representantes dele. É a vocação mais elevada. Não há outra mais elevada.
Artigo adaptado da revista Deus: Ele Existe?, de Mez McConnell, Editora Fiel.