quinta-feira, 25 de abril

Estamos no pronto-socorro e precisamos de uma diagnóstico exato

Em determinado momento de meus primeiros anos como mãe, eu tinha três filhas, todas com idades de três anos para baixo. Qualquer que seja a loucura que você esteja imaginando, ela é exata. Durante aquela época de loucura, tive uma dor de garganta que não passava. Eu estava tomando um analgésico várias vezes ao dia para manter a dor, o inchaço e a febre a distância. Mas depois de alguns dias, o inchaço chegou ao ponto de eu ter dificuldade para respirar. Então fiz o que qualquer mãe de criança pequena faria: Eu fui dirigindo até o pronto socorro. Era simplesmente mais fácil deixar as crianças em casa com meu marido do que fazer com que ele levasse toda a família ao hospital.

Estacionei meu carro e entrei na sala de espera do pronto socorro imaginando que ficaria esperando por horas para ser vista. Em vez disso, depois de responder a algumas perguntas, fui levada para trás de uma cortina e comecei a receber o tratamento. A médica de plantão ficou claramente alarmada.

Eu a ouvi ligar para o meu marido: “Senhor, sua espo- sa está muito doente. Ela não chegará em casa tão cedo. Ela receberá antibióticos por via intravenosa e é possível que tenhamos que inserir um tubo na traqueia dela. Ela estará na UTI, então venha aqui quando puder”. Recebi morfina para as dores, perdi e recobrei a consciência do meu entorno durante os dias seguintes.

Claramente, eu tinha diagnosticado mal a minha dor de garganta. O que inicialmente parecia ser um pequeno incômodo piorou até que, na realidade, tornou-se uma crise que ameaçava a vida. O analgésico não ia interrompê-la. O que eu pensava ser uma gripe era, na verdade, uma infecção agressiva fechando minha garganta. Meu diagnóstico errado, não instruído, colocou minha família e a mim em perigo.

Um diagnóstico errado para entender a atual crise de saúde mental e emocional das mulheres no Ocidente fará a mesma coisa. Não podemos simplesmente engolir alguns comprimidos de analgésico, se quisermos ter alguma esperança de sair dessa batalha em que estamos metidas.

Não é que o movimento feminista tivesse entendido tudo errado. Não é que nós mulheres estejamos apenas fazendo muito e estamos cansadas. Não é que a medicina e a prática da saúde mental não sejam úteis. É que o nosso problema é profundo. Tem a profundidade da alma.

A autora Rosaria Butterfield acerta precisamente quando escreve: “A verdadeira questão no âmago é a personalidade. Falhar em discernir corretamente quem somos nos torna incapazes de discernir com precisão qualquer coisa que tocamos, sentimos, pensamos ou sonhamos. Falhar em discernir corretamente quem somos nos torna incapazes de saber apropriadamente quem é Deus. Estamos verdadeiramente perdidas em uma escuridão criada por nós mesmas”.

O ousado teólogo e reformador João Calvino identificou isso há quinhentos anos quando disse: “Pois a praga de nos submetermos ao nosso próprio governo nos leva diretamente à ruína”. É verdade, estamos perdidas no breu que nós mesmas geramos e chegamos aqui ao destronarmos Deus e entronizarmos a nós mesmas.

Nós nos deificamos. E isso nos levou ao nosso fim.

Artigo adaptado do livro Que Eu Diminua, de Jen Oshman. Publicado pela Editora Fiel.


Autor: Jen Oshman

Jen Oshman participa do ministério de mulheres como missionária e esposa de pastor há mais de duas décadas e em três continentes diferentes. Ela é mãe de quatro meninas, autora e apresentadora de All Things, um podcast sobre tendências e eventos culturais. Jen e sua família moram no Colorado, onde seu marido plantou a Redemption Parker, uma igreja do ministério Acts29.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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