O texto abaixo foi extraído com permissão do livro Dez mandamentos para a vida, de Jen Wilkin, Editora Fiel.
Deus escolheu revelar-se por meio das Escrituras e de Cristo
Um bezerro de ouro é um falso mestre: ele nos revela apenas Deus-diminuído — com uma torção de frase, uma lente embaçada ou uma ênfase equivocada. O antídoto para um falso ensino é o ensino verdadeiro. Se você me dissesse que o Grand Canyon tem apenas cinco quilômetros de largura, eu saberia que você está errado, pois eu estive lá e vi sua extensão. Se você me dissesse que a lua é feita de queijo, eu saberia que você está errado, pois a NASA fez um grande esforço para confirmar o contrário. Podemos ser exatamente como Israel, dispostos a adorar uma imagem de Deus que nunca poderá realmente mostrá-lo a nós. Mas não estamos sem recursos para obedecer ao segundo mandamento. O que acontece é que somos facilmente atraídos para uma crença errada sobre Deus quando não somos instruídos na crença correta sobre ele. Podemos identificar um falso ensino quando conhecemos a verdade.
Deus escolheu revelar-se por meio das Escrituras e de Cristo. Conhecemos a verdade sobre quem Deus é ao nos familiarizarmos com essa revelação, ao aprendermos a Bíblia e compararmos todos os ensinos à luz de sua palavra. E conhecemos a verdade sobre quem Deus é por meio de Cristo, o portador da imagem espiritualmente intacta. O falso ensino tem sido o naufrágio da fé de muitos. Mas a verdade lembrada é o caminho da vida. Devemos agarrar-nos à rocha da revelação divina como se nossas vidas dependessem disso, porque, sim, elas dependem.
Verdade lembrada, verdade vivida
Obedecer ao segundo mandamento é mais do que apenas lembrar a verdade e negar os falsos ensinamentos. É também viver na verdade. Quando olhamos para além do que o mandamento proíbe, para o que ele exorta, descobrimos que, afinal de contas, temos algumas lapidações a fazer.
Embora nenhuma criação da engenhosidade humana possa refletir fielmente a imagem de Deus, há uma criação da engenhosidade divina que pode. Gênesis 1.26-27 explica por que Deus proíbe fazer ídolos à sua imagem:
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Deus — e somente Deus — tem permissão para fazer uma imagem esculpida de si mesmo. Ele o fez na humanidade. Não devemos fazer imagens de Deus porque nós mesmos portamos a imagem divina. Mas, por causa do pecado, fazemos isso de maneira diminuída. Ninguém é a imagem perfeita de Deus, exceto um: “Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15).
Mas, pelo poder do Espírito, a obediência alimentada pela graça nos remodela em semelhança fiel. À medida que vamos fazendo morrer o pecado, reduzimos o que não reflete Deus. À medida que vamos crescendo em nossa obediência, refazemos o que foi obscurecido. À medida que vamos cultivando a justiça interior, polimos a mancha que nos impede de irradiar a verdade do evangelho. E, quando olhamos para Cristo, imitando-o, começamos a ver restaurado o que o pecado diminuiu. Portar a imagem de Deus não significa que nos parecemos com ele em termos físicos, mas, sim, em termos espirituais — não para que outros possam nos adorar, mas para que possam adorá-lo.
Cristo, a perfeita imagem esculpida de Deus, “não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Is 53.2). Fisicamente, ele não é atraente, mas, espiritualmente, ele é o portador da imagem intacta. No entanto, somos consumidos pelas aparências externas. Obedecer à segunda palavra é deixar de adorar versões reduzidas de Deus e adorar a Deus em espírito e em verdade. Interiormente, nossos espíritos são renovados à sua imagem sempre que testemunhamos e obedecemos à verdade de sua palavra.
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