domingo, 17 de novembro
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Folhas de figueira não são boas roupas

Perdidos no pecado

A consequência do primeiro pecado é tão instrutiva quanto o próprio pecado. A primeira coisa que notamos é que o pecado, imediatamente, começou a arruinar o relacionamento entre homem e mulher. “Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus […]” (Gn 3.7). A livre intimidade de seu relacionamento amoroso foi poluída pelo pecado e se tornou “algo desagradável e cheio de vergonha”. Como resultado, “coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si” (Gn 3.7). É assim que vivemos hoje. Com nossos corações e mentes corrompidos pelo pecado, é difícil deixar alguém realmente conhecer-nos, incluindo (às vezes, especialmente) as pessoas mais próximas de nós. Além disso, com frequência, nossos estratagemas de autodefesa são tão ridiculamente ineficientes quanto os de nossos primeiros pais. Nenhum tipo de esconderijo com folhas de figueira pode realmente fazer a diferença. Somente através da graça, do perdão e do arrependimento, os cristãos podem recuperar boa parte do que foi perdido no pecado, para que a unidade que Deus deseja para o casamento possa ser restaurada de modo significativo.

Mais fundamental, entretanto, do que a separação entre homem e mulher é a separação entre Deus e o homem que resulta do pecado. Adão e Eva “ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia” (Gn 3.8), então se esconderam entre as árvores. O que poderia descrever mais perfeitamente os efeitos malignos do pecado do que essa fuga da presença de seu bom e amoroso Deus? Quando Deus questionou Adão por seu comportamento, nosso primeiro pai respondeu: “porque estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3.10). “Quem te fez saber que estavas nu?”, retrucou Deus. “Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?” (Gn 3.11). Aqui, vemos os efeitos violentos do pecado, separando o homem não só de Deus, mas também da mulher: “Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3.12). Assim, Adão tornou-se o primeiro de uma longa linhagem de homens que fogem da culpa. Como se diz hoje, ele “atirou Eva para as cobras”, traindo-a em um esforço para salvar a própria pele. Antes que o pecado entrasse no jardim, Adão estava maravilhado pela bênção que sua mulher era (Gn 2.23), mas agora ele a despreza e acusa Deus por tê-lo amarrado a ela. A defesa de Eva era apenas um pouco menos vil, sem aceitar nenhuma responsabilidade por seu pecado e culpando a serpente (e talvez até mesmo acusando Deus por sua falta de proteção): “A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3.13). Que bela bagunça fez o pecado! Ainda com o mesmo poder atualmente, o pecado continua a dividir vidas e casamentos.

Como Adão, hoje os homens acham mais fácil criticar e acusar suas esposas do que confessar seu pecado. Para alguns homens, o conflito com suas esposas enfraquece seu relacionamento com Deus. Para outros, a falta de um relacionamento com Deus os torna incapazes de amar suas esposas de forma sacrificial.

Casamento amaldiçoado por nosso fracasso Como se a situação já não fosse suficientemente ruim, a resposta de Deus piorou as coisas. De tudo em Gênesis 2 e 3, penso que nada descreve e explica com maior precisão os problemas que experimentamos no casamento hoje do que as maldições de Deus sobre a mulher e o homem.


Este artigo é um trecho adaptado com permissão do livro “Homens de verdade”, de Richard D. Phillips, Editora Fiel.


Autor: Richard D. Phillips

Richard D. Phillips servir por trinta anos no exército até que o Senhor o chamou para o ministério pastoral. Doutor em Divindade pela Greenville Presbyterian Theological Seminary, Phillips serve como ministro sênior da Second Presbyterian Church, em Greenville, Carolina do Sul, EUA, e é membro do conselho do The Gospel Coalition.

Ministério: Editora Fiel

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A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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